No que você está trabalhando agora?
terça-feira, 31 de agosto de 2010
CECÍLIA GIANNETTI
No que você está trabalhando agora?
CAROLA SAAVEDRA
Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
CAROLA SAAVEDRA
domingo, 29 de agosto de 2010
GORDON LISH, RAYMOND CARVER E SEUS CONTOS
GORDON LISH, RAYMOND CARVER E SEUS CONTOS
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
VANESSA BÁRBARA
Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Foi uma coletânea de contos dos Irmãos Grimm, uma série de livrinhos de bolso bem pequenos e com as letras minúsculas, que traziam histórias atrozes como a das irmãs "Olhinho, Doisolhinhos, Trêsolhinhos", que tinham cada qual a quantidade de globos oculares que apregoavam. Lembro de uns contos sobre uma moura demoníaca que ficava nua em cima de uma árvore segurando uma abóbora (?), do menino teimoso que morreu e seu bracinho ainda tentava sair da terra, e, enfim, de uns contos de fadas que envolviam salvar princesas mediante a execução de tarefas sem sentido, tipo matar uma cobra de três cabeças e pegar um ovo dentro do mar.
Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
Claro! Eu quis ser caixa de supermercado (botões que abrem gavetas!!), secretária (adoro ordem alfabética), dançarina, astronauta, antropóloga, poeta e jogadora de vôlei. Entre outras coisas. Até hoje ainda finjo ser várias coisas, como tradutora, repórter, cronista e revisora de legendas de filmes em polonês.
Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
A história sobre a menina que morreu de tanto beber água ainda não foi escrita. E a do homem que não tinha nuca (se bem que o Saramago...). Sempre há novas formas de contar histórias já conhecidas. A minha piada preferida, por exemplo, é a seguinte: "Era uma vez um porquinho que tinha uma perna só. Ele foi se coçar e caiu." Numa das mais recentes versões, o referido suíno foi tratar do eczema, encontra dificuldades no consultório por questões de carência do plano de saúde, resolve lutar pelos direitos dos deficientes, se apaixona por um quilo de presunto etc.
No que você está trabalhando agora?
Estou trabalhando numa graphic novel (HQ) chamada "A Máquina de Goldberg", em parceria com o Fido Nesti, que será publicada pela Companhia das Letras. Terminei um infantil chamado "Endrigo, o Escavador de Umbigos", em parceria com o Andrés Sandoval, que sairá pela editora 34. E, por fim, estou escrevendo um romance, em parceria comigo mesma, chamado "Noites de Alface".
Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Eles podem ter muito mais de 40 anos? Eu gosto de Gustave Flaubert, Jorge Luís Borges, Marcel Proust, Franz Kafka, Lewis Carroll, Lawrence Sterne, Júlio Cortázar, J.D. Salinger, Edgar Allan Poe; de Rubem Braga, de Carlos Drummond de Andrade, de Luis Fernando Verissimo, dos jornalistas literários (Michell, Talese), de HQ (Will Eisner, Fone Bone, Spiegelman).
*Ilustração: Nathália Lippo.
VANESSA BÁRBARA
CAROL BENSIMON
Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
"O último mamífero do Martinelli", do Marcos Rey.
Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
Sim, claro. Fiz faculdade de publicidade, me formei, trabalhei na área. Por bastante tempo achei que escrever seria apenas uma atividade paralela.
Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
Acho que muitos autores se preocupam demasiadamente com isso. Eu não sou esse tipo de autora. Quando escrevo, enfrento uma porção de dificuldades e uma porção de inseguranças, mas raramente penso coisas do tipo "essa história já foi escrita". Como leitora, nunca deixei de comprar um livro porque aquela trama me soava familiar. A maneira de contar é sempre diferente.
No que você está trabalhando agora?
Estou em um processo meio maluco, fazendo pesquisa histórica para uma graphic novel e tentando organizar a estrutura do próximo romance. Impossível saber qual vou desenvolver primeiro, ou se existe alguma possibilidade de trabalhar nos dois ao mesmo tempo. São coisas que pretendo descobrir nos próximos meses.
Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Vivo e com mais de quarenta anos, hm, acho que essa combinação de pré-requisitos elimina 80% dos meus escritores favoritos, mas vamos lá. Dos brasileiros, gosto bastante do Bernardo Carvalho. De fora: Ian McEwan e o quadrinista Daniel Clowes.
*ilustração: Nathália Lippo.
CAROL BENSIMON
A FACE OBSCURA DE EDGAR ALLAN POE
A FACE OBSCURA DE EDGAR ALLAN POE
terça-feira, 24 de agosto de 2010
ANDREA DEL FUEGO
Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
O primeiro livro impactante foi de Machado de Assis, no contexto da leitura obrigatória da escola. Quando me dei conta de que a "realidade" escrita era mentira, que um cara chamado Machado estava inventando as frases, as pessoas, os lugares, pirei. Depois percebi que também havia o possível junto à invenção, a verossimilhança no humor, no comportamento humano que Machado disseca em sua prosa. A literatura libera a invenção.
Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritor?
Sinto-me escritora, de fato, agora que publiquei o primeiro romance. Mesmo tendo publicado livros de contos e livros juvenis, o romance vem de um suor tão ardido, é muito trabalho, muita força de disciplina, força na peruca. Sempre escrevi, sem saber o que significava ser escritor. Eu escreveria mesmo sendo manicure, teria diários. A escritura independe da decisão de ser escritor.
Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias? Um dia, numa Flip, ouvi o escritor português José Luis Peixoto falar sobre isso. Foi uma libertação, porque estava escrevendo justamente sobre um personagem, cujo perfil já havia sido muito explorado, que é o anão. Ele disse, na ocasião, que podemos falar sobre os mesmos temas com segurança, jamais as palavras serão repetidas. Anos depois, foi a ele que pedi que escrevesse a orelha do livro onde está o personagem anão. Faço minhas as palavras do José Luis Peixoto. Haverá sempre novas formas de se contar histórias, assim como há infinitas possibilidades numéricas.
No que você está trabalhando agora?
Estou trabalhando em um romance cujo tema já foi muito trabalhado, é praticamente um tema esgotado, no caso, o sonho. Estou fazendo pesquisa sobre o assunto, indo atrás dos gregos. Mas apesar da pesquisa, na hora da escrita o texto se torna imprevisível, é muito interessante, mas a pesquisa segue atrás, como um encosto. É uma espécie de proteção que dita ideias, mas na hora da reescrita pode desaparecer.
Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Vivo? Philip Roth e Enrique Vila-Matas.
*Ilustração: Nathalia Lippo.
ANDREA DEL FUEGO
ANDRÉ DE LEONES
Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Até os treze, catorze anos, li basicamente quadrinhos. O primeiro livro que li e me impactou, já ali pelos quinze anos, foi "O Aleph", de Jorge Luis Borges. Na mesma época, li "The Ghost Writer" (em uma edição do Círculo do Livro, traduzido como "Diário de uma Ilusão"), de Philip Roth. Acho que foram os dois primeiros livros que me impactaram para valer.
Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritor?
Quis ser cineasta, até prestei vestibular para cinema e, anos depois, fiz um curso bem fuleiro em Goiânia. Ao mesmo tempo, lia muito e, pelo menos desde os catorze, quinze anos, já rascunhava algumas coisas. Acho que começou a ficar claro para mim que eu queria mesmo era escrever livros ali pelos meus dezoito, dezenove anos, apesar de eu ter insistido ainda por um tempo com esse lance do cinema.
Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
Quando não houver mais seres humanos vivendo por aí: este será o dia em que não haverá mais histórias para contar. Cada vivência é única. Logo, cada um tem uma maneira própria, intransferível, de expressar essa vivência. Em se tratando de literatura, sempre haverá novas formas de contar histórias. E não estou falando de vanguardismos ou coisas desse tipo, mas da relação que cada escritor estabelece com a tradição, com seus autores e livros prediletos e com sua própria vivência, e do que produz a partir daí.
No que você está trabalhando agora?
Desde maio do ano passado, trabalho em um novo romance. Parte dele se passa em Brasília, cidade em que vivi por três anos e de que gosto muito, e outra parte em Jerusalém, onde passei uma temporada de seis meses em 2009 e para onde pretendo voltar daqui a alguns anos. Também fui contratado para escrever uma peça teatral, mas ainda não sei como vou me organizar entre uma coisa (o romance) e outra (a peça). Espero não abortar as duas.
Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Thomas Pynchon, Adriana Lisboa, Aharon Appelfeld, Maira Parula, Philip Roth, António Lobo Antunes, Cormac McCarthy e muitos, muitos outros.
*Ilustração: Nathalia Lippo
ANDRÉ DE LEONES
PERGUNTAS PARA OS 20 JOVENS ESCRITORES BRASILEIROS
PERGUNTAS PARA OS 20 JOVENS ESCRITORES BRASILEIROS
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
LER LYDIA DAVIS
Como diz o texto de apresentação da revista, Lydia Davis lançou no ano passado um livro difícil de classificar. Ninguém sabe dizer ao certo se esse é um livro de contos, de aforismos, de fábulas ou de poemas curtos. "The colected stories of Lydia Davis" é um catatau de 753 páginas que reúne todos os textos que ela já escreveu.
O que Davis faz é espatifar os acontecimentos da vida cotidiana em pedaços pequeninos. Porém, cada uma dessas unidades mínimas é dotada de um significado enorme. Imagine "teoria do iceberg", como descrita por Hemingway, levada ao seu maior extremo: fique apenas com o mínimo essencial. As histórias misturam tristeza e humor. Falam quase sempre do ponto de vista feminino. Podem durar algumas páginas ou linhas.
Tradutora de Marcel Proust, Gustave Flaubert, Jacques Derrida, Michel Foucault, ex-mulher de Paul Auster e leitora inveterada de Samuel Beckett. Todos eles parecem habitar de alguma maneira o universo de ficção produzido por ela.
Ler Lydia Davis é realmente uma espécie de experiência inesquecível. Seus livros merecem tradução para o português imediatamente.
Lydia Davis lendo seus textos no Skidmore College em Julho de 2010
*imagem: reprodução do Google.
LER LYDIA DAVIS
sábado, 21 de agosto de 2010
ADIVINHE QUAIS ESCRITORES GANHAM MAIS DINHEIRO?
ADIVINHE QUAIS ESCRITORES GANHAM MAIS DINHEIRO?
RAY BRADBURY FAZ 90 ANOS
Evidentemente Bradbury não estava escrevendo previsões proféticas sobre o futuro. A ficção serviu como um caminho para que ele pudesse tratar de questões urgentes que o mundo enfrentava em função da Guerra Fria. Graças ao seu talento para compor essas histórias, ele se tornou um escritor renomado e dos maiores do gênero ficção científica.
Talvez o seu grande diferencial tenha sido fugir dos clichês futuristas e construir personagens com complexidades peculiares. Em suas histórias não existem apenas foguetes, discos voadores, máquinas inteligentes, monstros horripilantes, etc. Pelo contrário: há marcianos que sonham com a chegada dos humanos, pessoas que questionam seus próprios dogmas, jovens que enfrentam seus medos pessoais e muitos outros conflitos humanos.
RAY BRADBURY FAZ 90 ANOS
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
LIONEL SHRIVER ENTREVISTADA NO ENTRELINHAS
No entanto, o Entrelinhas, da TV Cultura, fez uma entrevista espetacular com a escritora. O que mais me impressionou foi a maneira clara e determinada com que Lionel fala a respeito da maneira como escreve e dos temas que aborda em seus livros. Ela deve refletir muito sobre o ato de escrever em si. Se não me engano, Lionel frequentou cursos de escrita criativa e chegou a ministrar alguns desses cursos. Pode ser que venha daí essa habilidade em falar com metódo.
Fiquei longo tempo pensando no que ela diz: "Eu acho que a maioria dos leitores não está interessada na forma. A maioria dos leitores quer uma forma que se ajuste a história". De fato, deve ser isso mesmo. Os leitores estão muito mais preocupados em ler histórias. Mas em Precisamos falar sobre Kevin e O mundo pós-aniversário, por exemplo, a forma é um item muito importante e que faz toda a diferença. Em muitos outros livros também acontece algo bastante semelhante.
Mas acho que só se preocupam com a forma os escritores, críticos e estudantes de literatura. E a gente acha uma pena que a maioria dos leitores não dêem a menor bola para essas coisas. Lembram do romance Se um viajante, numa noite de inverno..., de Italo Calvino. Entre tantas coisas, o que o leitor e a leitora querem é achar um livro que lhes dê aquela sensação única, aquele prazer que só boas histórias são capazes de reacender. E, mais do que isso, ambos querem histórias que tenham começo e fim.
Depois do programa ir ao ar, acho que alguns trechos ficam disponíveis no youtube. Incorporei o vídeo a esse post porque recomendo vivamente a todos que assistam.
P.S.: Consegui descobrir no youtube um vídeo da mesa "de frente pro crime" - composta por Lionel Shriver e Patrícia Melo, com mediação de Arnaldo Bloch. Infelizmente o vídeo é bem curtinho e não dá tempo de termos uma sensação geral da mesa. Basicamente o vídeo mostra uma pergunta que foi dirigida a Lionel e outra a Patrícia.
LIONEL SHRIVER ENTREVISTADA NO ENTRELINHAS
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
O ARQUIVO DE JG BALLARD E O MANUSCRITO DE CRASH
O arquivo do escritor inglês J.G. Ballard foi doado para a British Library. Ao todo são 15 caixas grandes contendo manuscritos, anotações, cartas, fotografias e documentos do autor que morreu no ano passado. Por enquanto, o arquivo está sendo catalogado e será aberto para visitação em meados de 2011.
A preciosidade do arquivo é o manuscrito do romance Crash. Esse livro foi o responsável por tornar Ballard um escritor cultuado no mundo todo. Ele construiu, de maneira sinistra e apocalíptica, uma história que mistura o impulso erótico da sociedade ao seu desenvolvimento tecnológico - no romance essa ideia está expressa metaforicamente nos carros. Crash conta a história do roteirista James Ballard e seu envolvimento com um estranho grupo de pacientes comandado pelo doutor Robert Vaughan. Todos eles chegaram as mãos do doutor depois de sofrerem algum tipo de acidente de carro. Após esse incidente todos mantém desejos sexuais relacionados a carros e acidentes. O livro causou espanto e muita curiosidade quando foi publicado em 1973.
Os jornalistas que tiveram acesso ao manuscrito de Crash disseram que ele contém uma série de supressões, rasuras, acréscimos e correções. Todos anotados em caneta vermelha. Um detalhe interessante: o nome da personagem 'James Ballard' (aliás, retirado do próprio nome de J.G. Ballard) poderia ter sido 'Charles N'.
Tanto o manuscrito quanto o arquivo em geral exercem fascínio e curiosidade porque queremos encontrar ali pistas e explicações que teriam levado Ballard a escrever romances com temas tão perturbadores. Será que Ballard tinha alguma mania, coleção estranha ou diários recheados de segredos que ele nunca confessou?
Tudo isso não deve passar de fantasia da nossa cabeça de leitor.
*imagem: reprodução do Guardian.
O ARQUIVO DE JG BALLARD E O MANUSCRITO DE CRASH
terça-feira, 17 de agosto de 2010
JOSÉ LINS DO REGO EM NOVAS EDIÇÕES
JOSÉ LINS DO REGO EM NOVAS EDIÇÕES
CHARLES BUKOWSKI - 90 ANOS
"O vinho faz a maior parte da minha obra. Abro uma garrafa, ligo rádio e a coisa vem fluindo. Eu só datilografo uma vez a cada três noites. Não tenho nenhum plano. Minha mente está em branco. Me sento. Então a máquina de escrever me dá coisas que eu nem mesmo sei que estou trabalhando. É como almoçar de graça. Como jantar de graça. Eu não sei quanto tempo tudo isso vai durar, mas até agora não há nada mais fácil do que escrever".
CHARLES BUKOWSKI - 90 ANOS
domingo, 15 de agosto de 2010
MAIS UM POUCO DE JONATHAN FRANZEN
MAIS UM POUCO DE JONATHAN FRANZEN
sábado, 14 de agosto de 2010
CRISE NA LITERATURA DOS ESTADOS UNIDOS
CRISE NA LITERATURA DOS ESTADOS UNIDOS
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
TRÊS ROMANCES DE FICÇÃO CIENTÍFICA...
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A MÁQUINA DO TEMPO
H.G. Wells
Alfaguara
Escrito em 1895 esse é o primeiro romance de H.G. Wells. Uma personagem nomeada apenas por "Viajante do tempo" constrói uma máquina que permite a qualquer pessoa deslocar-se no tempo passado ou futuro. Seu experimento resulta numa viagem ao ano de 802.701 onde vivem seres impressionantes. Como nos livros de viagem do século XVIII, o romance demonstra a falta de esperança na justiça social. Alguns consideram essa como sendo a primeira obra de ficção a abordar o tema da viagem no tempo usando máquinas.
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EU, ROBÔ
Isaac Asimov
Ediouro
A extensa obra de Isaac Asimov - com quase 500 livros - voltada para o tema dos robôs e dos impérios espaciais não esconde o fato de ele ser um dos maiores escritores do gênero ficção científica. Esse livro reúne nove contos que tratam da evolução dos robôs através dos tempos: desde o robô mecânico e mudo até as máquinas futuristas que superam os seres humanos em todas as atividades.
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NEUROMANCER
William Gibson
Aleph
Se o filme Matrix existe, certamente isso aconteceu graças a esse romance de William Gibson. O livro não é revolucionário pela forma, pois respeita as convenções da narrativa clássica. Seu grande trunfo está no tema, na previsão de coisas que se tornariam comuns nos dias de hoje e no universo de referências que ele constrói. Case tenta burlar as leis da matrix e acaba sendo expulso do ciberespaço. Tentando acabar com sua vida conhece Molly, uma samurai que irá ajudar Case a retornar ao mundo virtual.
*imagem: divulgação.
TRÊS ROMANCES DE FICÇÃO CIENTÍFICA...
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
MOBY DICK NOS CINEMAS
MOBY DICK NOS CINEMAS
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
DE VOLTA DA FLIP!
Eu prometi que ia atualizar o blog diretamente da FLIP, mas infelizmente não consegui. Não queria ficar carregando notebook para todos os lados. Atualizar de algum cybercafé também estava fora de cogitação, os preços eram um pouco salgados. Além disso, o intervalo entre as mesas não era suficiente para procurar algum lugar, escrever, postar e seguir em frente. Admito que a cobertura - praticamente online - feita pelos jornalistas é um trabalho de Hércules. Evidentemente, as equipes são grandes, por isso conseguem dar conta da maior parte. Sendo assim, todo mundo já leu toda sorte de comentários e juízos críticos sobre as mesas, os convidados, as festas, os eventos e acontecimentos.
Acho que depois da conferência de abertura o clima de críticas e aversão que rondava a FLIP se dissipou. O que não significa dizer que essa foi a melhor edição. Por lá, eu vi muita gente animada e bem disposta a participar da programação.
Vi quase todas as mesas do sábado e uma mesa do domingo. Gostei muito de tudo o que vi - exceto a mesa de Robert Crumb e Gilbert Shelton, uma decepção comentada por vários jornalistas, blogueiros, etc. Minhas mesas preferidas foram: Colum McCann e William Kennedy; Wendy Guerra e Carola Saavedra. Achei muito bom que o assunto "limites da narrativa" tenha surgido tanto numa mesa, quanto na outra. Afinal, acho que essa é uma preocupação que persegue todos os jovens escritores. Ainda é possível contar novas histórias? Será que existem limites? Nada melhor do que ouvir veteranos dizendo que cada narrativa é uma narrativa muito particular, como cada um de nós, com histórias diferentes.
Também gostei muito da mesa do Ferreira Gullar. Já tinha visto ele falando (não na FLIP) e também tinha ficado impressionado. Mas esse momento me pareceu significativo pelos 80 anos e pelo prêmio Camões - daí o motivo de terem dedicado a mesa a ele. Alguém até sugeriu que aquela fala final sobre o cosmos e o universo são as reflexões dele sobre o final da vida.
Enfim, impressionante e encantador. Por enquanto, não posso prometer melhor cobertura das próximas edições. Até lá, vou ter de esperar o andamento das coisas. Agora, é hora de voltar a vida normal e correr atrás do prejuízo.
*imagem: reprodução do flickr da FLIP.
DE VOLTA DA FLIP!
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
AVISO DE AUSÊNCIA
Caros leitores,
Amanhã estou indo para a FLIP. Também vou me juntar ao coro de vozes que está transmitindo informações direto da fonte. Pretendo atualizar o blog de lá, mas não sei se vou ter sucesso. Prometo que vou tentar. Se não pintar nenhum texto novo até domingo, não se preocupe. Quando voltar terei muitas histórias para contar.
Nos vemos na FLIP!
*imagem: reprodução do flickr da FLIP.
AVISO DE AUSÊNCIA
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
ESCRITORES ABREM AS SUAS VALISES
Na semana passada, Raquel Cozer, escreveu um artigo para o caderno Sabático (do Estadão) mostrando o caminho das pedras que alguns autores percorreram para publicarem seus livros. Raquel fez uma pesquisa informal com 60 escritores e montou um painel com os resultados. Como o título do artigo sugere, O incerto caminho até a publicação, não existe uma regra que seja uma fórmula para o "sucesso". É preciso trabalho e paciência.
Alguns dados interessantes que a pesquisa revela: pública mais rápido quem só se dedica a escrever os livros; ser publicado por uma grande editora é de fato uma vitrine; já ter publicado algum livro antes de chegar a uma grande editora ou ser conhecido no meio ajuda a chegar a uma grande editora; ganhar prêmio também ajuda; indicação não resolve, mas pode ajudar a ser mais visto; nós não temos a cultura do agente literário, que é bem comum nos Estados Unidos e na Europa; a internet mudou o perfil de lançamento de um autor; etc.
Estou falando de maneira resumida, por isso recomendo a leitura do artigo na íntegra. Ele concentra informações valiosas que todos os novos autores sempre quiseram saber e nunca souberam onde procurar. Em tempos de redes sociais e mídias interativas, informações como essa valem ouro.
*imagem: reprodução Google
ESCRITORES ABREM AS SUAS VALISES
terça-feira, 3 de agosto de 2010
8ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY - FLIP
8ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY - FLIP
domingo, 1 de agosto de 2010
20 ESCRITORES BRASILEIROS COM MENOS DE 40 ANOS
Nem todos os nomes eram inéditos, alguns escritores já eram bastante conhecidos pelos leitores da revista. De qualquer forma, ter o seu nome nessa lista é garantia de sucesso: todos os escolhidos ganharam repercussão internacional e certamente terão suas obras publicadas com maior facilidade e serão chamados para ministrar cursos de escrita criativa nos Estados Unidos.
No Brasil nenhuma revista ou jornal chegou a fazer uma seleção parecida. Talvez pela nossa falta de tradição nessas listas ou mesmo pela dificuldade que o processo impõe. Também não temos uma publicação 'não acadêmica' voltada diretamente para a divulgação de novos escritores. Os jornais e revistas fazem isso de maneira esparsa.
Informalmente resolvi propor uma lista com os nossos 20 escritores com menos de 40 anos. Como disse na época em que fiquei sabendo da lista da New Yorker, acho que essas listas servem para que os leitores tenham alguma referência quando sairem em busca de algum novo escritor. A lista também demonstra que temos um grupo muito bom de jovens escritores. Confesso que encontrei muito mais nomes além dos 20 que me propus a encontrar. A lista não é definitiva e pode ser que carregue algumas injustiças, deixando de fora algum novo escritor que mereça atenção. Mas espero que listas complementares apareçam.
Carola Saavedra (1973, Santiago/Chile) - Veio para o Brasil aos 3 anos de idade. Seu primeiro livro foi Do lado de fora publicado em 2005. Teve repercussão recentemente com a publicação de Flores Azuis e Paisagem com dromedário, de 2008 e 2010 respectivamente. Esse ano irá participar da Flip.
Michel Laub (1973, Porto Alegre) - Autor de quatro romances. O primeiro Música anterior é de 2001. Depois vieram Longe da água em 2004 e O segundo tempo em 2006. O mais recente é O gato diz adeus de 2009 em que quatro diferentes personagens falam sobre seus relacionamentos.
Verônica Stigger (1973, Porto Alegre) - Autora de contos e crônicas. Seu primeiro livro, O trágico e outras comédias, foi publicado em 2004. Esse ano publicou Os anões e vem recebendo inúmeros elogios da crítica especializada. Também escreveu Gran Cabaret Demenzial.
Carlos de Brito e Mello (1974, Belo Horizonte) - Escreveu alguns contos que foram reunidos num livro chamado O cadáver ri dos seus despojos. No ano passado publicou A passagem tensa dos corpos e está concorrendo ao Prêmio SP de Literatura 2010.
Andréa Del Fuego (1975, São Paulo) - Publicou seu primeiro livro de contos, Minto enquanto posso em 2004. Seguidos por Engano seu em 2007 e o infanto-juvenil Sociedade da caveira de cristal em 2008. Acabou de publicar Os malaquias.
Ricardo Lisias (1975, São Paulo) - Um dos autores da lista que mais publicou livros. O primeiro, Cobertor de estrelas, foi em 1999. Depois publicou Dos nervos (2004), Duas praças (2005) e Anna O. e outras novelas (2007). O livro dos mandarins publicado no ano passado lhe rendeu indicação ao Prêmio SP de Literatura 2010.
Altair Martins (1975, Porto Alegre) - A parede no escuro publicado em 2008 foi o romance que lhe deu maior visibilidade no meio literário. Antes disso tinha publicado Como se moesse ferro e Dentro do olho dentro, ambos em 2002.
Cecília Giannetti (1976, Rio de Janeiro) - A única escritora carioca da lista. Publicou apenas um romance em 2007 chamado Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi. Antes disso tinha publicado contos em revistas e coletâneas.
Eduardo Baszczyn (1976, São Paulo) - Por enquanto publicou apenas um romance, Desamores, em 2007. Cheio de referências a filmes e músicas, o romance fala das diversas facetas do amor. Recebeu diversos elogias da crítica.
Antonio Prata (1977, São Paulo) - Outro autor que já tem diversos livros publicados. O primeiro foi Douglas e outras histórias em 2001, com contos e crônicas. Depois vieram o infanto-juvenil Estive pensando (2003) e Pernas da tia Coralina (2003), seguido de O inferno atrás da pia (2004). Ano passado lançou outro infanto-juvenil, Adulterado. É um dos autores mais elogiados pela crítica.
Estevão Azevedo (1978, Natal) - Publicou apenas um romance, Nunca o nome do menino, de 2008. A história é sobre uma mulher que se descobre personagem de ficção. O romance lhe rendeu uma indicação ao Prêmio SP de Literatura de 2009.
Daniel Galera (1979, São Paulo) - Apesar de ter nascido na cidade de São Paulo, vive em Porto Alegre. Seu primeiro livro foi Dentes guardados em 2002. Depois vieram Mãos de cavalo (2006), Até o dia em que o cão morreu (2007) e Cordilheira (2008). Recentemente publicou em parceria com Rafael Coutinho a grafic novel Cachalote.
Tiago Novaes (1979, Avaré) - Subitamente: agora foi seu primeiro livro de contos publicado em 2004. Em 2007 publicou o romance de ficção policial chamado Estado vegetativo.
Tatiana Salem Levy (1979, Lisboa/Portugal) - Veio para o Brasil com 9 meses de idade. Além de escritora, é tradutora de inúmeros livros conhecidos. Seu único romance publicado é A chave de casa (2007).
André de Leones (1980, Goiânia) - Publicou dois romances e um livro de contos. O primeiro foi em 2006, Hoje está um dia morto - que lhe rendeu a indicação ao Prêmio Sesc de Literatura. Em 2008 publicou os contos, Paz na terra entre os monstros. Recentemente publicou Como desaparecer completamente.
Carol Bensimon (1982, Porto Alegre) - Seu primeiro livro foi de contos, Pó de parede, publicado em 2008. No ano passado publicou Sinuca embaixo d'água que lhe rendeu a indicação ao Prêmio SP de Literatura 2010.
Lívia Sganzerla Jappe (1982, Porto Alegre) - Publicou apenas um romance até o momento. Cisão foi lançado no ano passado. O livro que trata do amor de maneira em parte filosófica em parte ficcional. Também é uma das indicadas ao Prêmio SP de Literatura 2010.
Maurício de Almeida (1982, Campinas) - Autor de apenas um livro de contos, Beijando dentes, de 2008. A linguagem inventiva é uma das marcas mais apontadas pelos críticos nos contos que escreve.
Vanessa Bárbara (1982, São Paulo) - Além de escritora é tradutora. Escreveu um livro-reportagem em 2008 que foi bastante elogiado, O livro amarelo do terminal. Sua estréia no universo da ficção aconteceu em 2008 com o livro de contos O verão de chibo - escrito a quatro mãos com Emílio Fraia.
20 ESCRITORES BRASILEIROS COM MENOS DE 40 ANOS