terça-feira, 31 de agosto de 2010

CECÍLIA GIANNETTI


Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Os primeiros livros que li, escolhidos por mim mesma na biblioteca e que causaram impacto ainda na infância, foram todos da série escrita por Monteiro Lobato sobre o Sítio do Pica-Pau Amarelo. Na adolescência, Lolita, de Nabokov.

Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
Eu achei, ainda na idade absurda em que dizem pra gente escolher uma "profissão" e passar no vestibular senão vamos morrer na miséria etc., que o lugar pra ser escritor era jornal porque grandes autores brasileiros e estrangeiros que eu admirava tinham tido sua passagem pelo jornalismo. Na faculdade de jornalismo o que eu menos fiz foi gostar e discutir jornalismo, até que apareceu uma matéria eletiva chamada jornalismo literário, que tratava de técnicas literárias aplicadas ao jornalismo por gente como Hunter S. Thompson, Tom Wolfe, Gay Talese, etc. e falava também de Machado de Assis, Lima Barreto... aí eu já estava escrevendo contos, ficção, sem o menor interesse em trabalhar numa redação de jornal. Aí já era tarde porque eu precisava trabalhar. Fui parar no Jornal do Brasil. Chegava em casa à noite e escrevia o primeiro romance. Durei um ano lá no jornal, pedi demissão. Voltei a jornal em 2007 escrevendo crônicas para a Folha de S. Paulo, longe da redação e sem qualquer compromisso com linguagem/foco jornalístico, crônica é crônica.

Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
Sempre existem histórias novas a serem contadas e, entre os autores que valem a pena ser lidos, cada um deve ter seu jeito próprio de contar cada história sua.

No que você está trabalhando agora?
Um texto para TV e fazendo ajustes no romance que escrevi para a coleção Amores Expressos, sobre Berlim.

Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
É uma lista que muda com alguma frequência. Hoje eu te digo: J. D. Salinger, Borges, Clarice Lispector (esta é um caso delicado; para ser lida hoje, é bom ignorar tudo o que já se escreveu sobre ela, sem contar também as imitações. Acho que quando um autor é imitado à exaustão e tão mal, corre-se o risco de pôr o povo a correr da obra original; a imitação, quando reverbera constantemente, monstruosamente, causa ojeriza mesmo ao seu original, incompreensão, desinteresse).

Pego muito velho e velha também. Jane Austen é um excelente lava-língua, exemplo de literatura cujos subprodutos deixam alguma gente com vergonha de citar, de dizer que lê com gosto. O Oscar Wilde de "De profundis", F. Scott Fitzgerald, e, nem tão velho, o Lobo Antunes.

Tenho uma lista mais atualizada de novas "conquistas", contemporâneos, mas ainda não sei se é namoro, então preferimos não divulgar nomes para não gerar fofoca.

*ilustração: Nathália Lippo.

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CAROLA SAAVEDRA


Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Muito difícil responder essa pergunta, talvez tenha sido um livro do qual eu nem me lembro mais. Às vezes o impacto de um livro está pouco relacionado a ele ser bom ou ruim, a lembrarmos dele ou não, passa pelo inconsciente. Mas pensando naqueles que me marcaram como escritora, e que guiariam as minhas escolhas literárias, o primeiro foi com certeza, O jogo da amarelinha, de Cortázar.

Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
Não, nunca. Ser escritora sempre esteve nos meus planos, desde que me entendo por gente. O que havia era um grande medo de não conseguir escrever, nesse caso, a escrita continuaria me acompanhando, como uma sombra, uma possibilidade.

Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
É o que disse na Flip, a meu ver, todas as histórias já foram contadas. É muito difícil inovar nesse sentido. O espaço para o novo está na forma que escolhemos para contar essas mesmas histórias. Pensando nisso, as minhas escolhas narrativas: o modelo para armar em Toda terça, as cartas em Flores azuis, e as gravações em Paisagem com dromedário. A ideia básica é a de nunca subestimar o leitor, e ter nele uma espécie de co-autor, alguém necessário para que a história termine de se construir.

No que você está trabalhando agora?
Acabo de lançar o Paisagem com dromedário. Ainda estou muito presa a esse livro, ao discurso que criei a partir dele. Preciso de alguns meses, às vezes um ano ou mais, até conseguir o distanciamento necessário, e começar a pensar em novas ideias para o próximo romance.

Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Muitos, cito alguns: Roberto Bolaño, Juan José Saer, César Aira, Vila-Matas, Thomas Bernhard, W.G.Sebald. Dos brasileiros: Bernardo Carvalho, Sérgio Sant’Anna, Luiz Ruffato, João Gilberto Noll.

*Ilustração: Nathália Lippo.

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domingo, 29 de agosto de 2010

GORDON LISH, RAYMOND CARVER E SEUS CONTOS

Outro dia falei sobre os fascinantes contos do escritor americano Raymond Carver. Até comentei que tinhamos poucas traduções de seus livro no Brasil. Porém, para nossa felicidade, a Companhia das Letras está publicando 68 contos de Raymond Carver. Um volume da maior importâcia porque reúne em português contos dos seus principais livros: Você poderia ficar quieta, por favor?, Do que estamos falando quando falamos de amor e Catedral.

Na ocasião em que falei de Raymond Carver, deixei de mencionar uma polêmica que ronda a sua obra: a figura de Gordon Lish, seu editor na Knopf. Há uma história bastante curiosa na época em que Carver estava escrevendo os contos de Do que estamos falando quando falamos de amor. Antes da publicação desse livro, Gordon Lish tinha sido uma espécie de mentor e protetor de Carver. Por conta do alcoolismo, ele enfrentava diversos problemas financeiros e foi Lish quem o ajudou a publicar seu primeiro livro de contos em uma grande editora.

Três anos depois, Carver telefonou a Lish dizendo que estava escrevendo alguns contos que reunidos poderiam render um novo livro. Dessa maneira, Lish recebeu um volume de contos que lhe causaram verdadeiro espanto e começou a trabalhar na edição do material para publicar um novo livro. Acontece que Lish promoveu diversas alterações no volume original que recebeu: modificou o nome de algumas personagens, alterou o título dos contos e reduziu grande parte das histórias. Carver ficou assustado quando leu a versão final que chegou às suas mãos. Pediu a Lish diversas vezes que não publicasse o livro daquela maneira, por fim acabou cedendo à edição feita pelo amigo. Assim foi publicado Do que estamos falando quando falamos de amor.

Dizem que Lish, depois da publicação, espalhou diversas histórias falando que ele teria sido o autor de alguns contos escritos por Carver. O que fez com que muitos pensassem que Lish era o verdadeiro talento por trás de Carver. A amizade dos dois terminou. Anos depois a viúva de Carver com a ajuda de dois pesquisadores conseguiu recuperar os manuscritos originais dos contos que Lish editou. Em 2008 ela conseguiu publicar os contos na versão integral com o nome de Iniciantes - também publicado no Brasil pela Companhia das Letras.

Agora que temos essas duas publicações em português, fica difícil não dar uma olhada nas duas versões e comparar o trabalho do autor e do editor. O blog da Companhia publicou duas versões do conto Visor para quem tiver curiosidade. Eu, particularmente, confesso que gosto mais da versão integral como está em Iniciantes. E vocês, preferem qual versão?

*imagem: divulgação.

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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

VANESSA BÁRBARA


Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Foi uma coletânea de contos dos Irmãos Grimm, uma série de livrinhos de bolso bem pequenos e com as letras minúsculas, que traziam histórias atrozes como a das irmãs "Olhinho, Doisolhinhos, Trêsolhinhos", que tinham cada qual a quantidade de globos oculares que apregoavam. Lembro de uns contos sobre uma moura demoníaca que ficava nua em cima de uma árvore segurando uma abóbora (?), do menino teimoso que morreu e seu bracinho ainda tentava sair da terra, e, enfim, de uns contos de fadas que envolviam salvar princesas mediante a execução de tarefas sem sentido, tipo matar uma cobra de três cabeças e pegar um ovo dentro do mar.

Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
Claro! Eu quis ser caixa de supermercado (botões que abrem gavetas!!), secretária (adoro ordem alfabética), dançarina, astronauta, antropóloga, poeta e jogadora de vôlei. Entre outras coisas. Até hoje ainda finjo ser várias coisas, como tradutora, repórter, cronista e revisora de legendas de filmes em polonês.

Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
A história sobre a menina que morreu de tanto beber água ainda não foi escrita. E a do homem que não tinha nuca (se bem que o Saramago...). Sempre há novas formas de contar histórias já conhecidas. A minha piada preferida, por exemplo, é a seguinte: "Era uma vez um porquinho que tinha uma perna só. Ele foi se coçar e caiu." Numa das mais recentes versões, o referido suíno foi tratar do eczema, encontra dificuldades no consultório por questões de carência do plano de saúde, resolve lutar pelos direitos dos deficientes, se apaixona por um quilo de presunto etc.

No que você está trabalhando agora?
Estou trabalhando numa graphic novel (HQ) chamada "A Máquina de Goldberg", em parceria com o Fido Nesti, que será publicada pela Companhia das Letras. Terminei um infantil chamado "Endrigo, o Escavador de Umbigos", em parceria com o Andrés Sandoval, que sairá pela editora 34. E, por fim, estou escrevendo um romance, em parceria comigo mesma, chamado "Noites de Alface".

Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Eles podem ter muito mais de 40 anos? Eu gosto de Gustave Flaubert, Jorge Luís Borges, Marcel Proust, Franz Kafka, Lewis Carroll, Lawrence Sterne, Júlio Cortázar, J.D. Salinger, Edgar Allan Poe; de Rubem Braga, de Carlos Drummond de Andrade, de Luis Fernando Verissimo, dos jornalistas literários (Michell, Talese), de HQ (Will Eisner, Fone Bone, Spiegelman).

*Ilustração: Nathália Lippo.
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CAROL BENSIMON


Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
"O último mamífero do Martinelli", do Marcos Rey.

Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
Sim, claro. Fiz faculdade de publicidade, me formei, trabalhei na área. Por bastante tempo achei que escrever seria apenas uma atividade paralela.

Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
Acho que muitos autores se preocupam demasiadamente com isso. Eu não sou esse tipo de autora. Quando escrevo, enfrento uma porção de dificuldades e uma porção de inseguranças, mas raramente penso coisas do tipo "essa história já foi escrita". Como leitora, nunca deixei de comprar um livro porque aquela trama me soava familiar. A maneira de contar é sempre diferente.

No que você está trabalhando agora?
Estou em um processo meio maluco, fazendo pesquisa histórica para uma graphic novel e tentando organizar a estrutura do próximo romance. Impossível saber qual vou desenvolver primeiro, ou se existe alguma possibilidade de trabalhar nos dois ao mesmo tempo. São coisas que pretendo descobrir nos próximos meses.

Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Vivo e com mais de quarenta anos, hm, acho que essa combinação de pré-requisitos elimina 80% dos meus escritores favoritos, mas vamos lá. Dos brasileiros, gosto bastante do Bernardo Carvalho. De fora: Ian McEwan e o quadrinista Daniel Clowes.

*ilustração: Nathália Lippo.
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A FACE OBSCURA DE EDGAR ALLAN POE

A editora Casa da Palavra está publicando o livro Contos obscuros de Edgar Allan Poe, com seleção e organização de Bráulio Tavares. Diferentemente de outras compilações, o organizador selecionou da obra de Poe contos variados, pouco conhecidos e pouco traduzidos para o português - no total são 16 textos. A edição ainda conta com ilustrações de Romero Cavalcanti.

Achei a ideia bastante inovadora e interessante. Sobretudo pelo fato do livro tentar captar Edgar Allan Poe em sua multiplicidade de temas narrativos. Como sabemos, Poe foi não só um mestre na arte de fazer contos, como também escreveu ficção científica, literatura fantástica, literatura gótica, literatura de terror e ainda inventou os romances policiais. Como se não bastasse ter feito tudo isso, influênciou gerações inteiras de escritores - na verdade, continua influenciando até hoje.

Os contos escolhidos são: 'Metzengerstein', 'Manuscrito encontrado em uma garrafa', 'Morella', 'O rei Peste', 'Sombra – Uma parábola', 'Silêncio – Uma fábula', 'Como escrever um artigo à moda Blackwood', 'Uma trapalhada', 'Descida no Maelström', 'Três domingos numa semana', 'A balela do balão', 'Um conto das montanhas Fragosas', 'O Anjo do Bizarro', 'Tu és o homem', 'A milésima segunda história de Sherazade' e 'A esfinge'.

Em São Paulo, o livro terá lançamento no dia 28 de Agosto (Sábado) na Biblioteca Viriato Corrêa dentro do FANTASTICON 2010 – IV Simpósio de Literatura Fantástica.

Contos obscuros de Edgar Allan Poe
Bráulio Tavares (Org.)
Casa da Palavra




*imagem: retrato de Edgar Allan Poe - reprodução Wikipédia.

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

ANDREA DEL FUEGO


Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
O primeiro livro impactante foi de Machado de Assis, no contexto da leitura obrigatória da escola. Quando me dei conta de que a "realidade" escrita era mentira, que um cara chamado Machado estava inventando as frases, as pessoas, os lugares, pirei. Depois percebi que também havia o possível junto à invenção, a verossimilhança no humor, no comportamento humano que Machado disseca em sua prosa. A literatura libera a invenção.

Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritor?
Sinto-me escritora, de fato, agora que publiquei o primeiro romance. Mesmo tendo publicado livros de contos e livros juvenis, o romance vem de um suor tão ardido, é muito trabalho, muita força de disciplina, força na peruca. Sempre escrevi, sem saber o que significava ser escritor. Eu escreveria mesmo sendo manicure, teria diários. A escritura independe da decisão de ser escritor.

Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias? Um dia, numa Flip, ouvi o escritor português José Luis Peixoto falar sobre isso. Foi uma libertação, porque estava escrevendo justamente sobre um personagem, cujo perfil já havia sido muito explorado, que é o anão. Ele disse, na ocasião, que podemos falar sobre os mesmos temas com segurança, jamais as palavras serão repetidas. Anos depois, foi a ele que pedi que escrevesse a orelha do livro onde está o personagem anão. Faço minhas as palavras do José Luis Peixoto. Haverá sempre novas formas de se contar histórias, assim como há infinitas possibilidades numéricas.

No que você está trabalhando agora?
Estou trabalhando em um romance cujo tema já foi muito trabalhado, é praticamente um tema esgotado, no caso, o sonho. Estou fazendo pesquisa sobre o assunto, indo atrás dos gregos. Mas apesar da pesquisa, na hora da escrita o texto se torna imprevisível, é muito interessante, mas a pesquisa segue atrás, como um encosto. É uma espécie de proteção que dita ideias, mas na hora da reescrita pode desaparecer.

Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Vivo? Philip Roth e Enrique Vila-Matas.

*Ilustração: Nathalia Lippo.
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ANDRÉ DE LEONES


Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Até os treze, catorze anos, li basicamente quadrinhos. O primeiro livro que li e me impactou, já ali pelos quinze anos, foi "O Aleph", de Jorge Luis Borges. Na mesma época, li "The Ghost Writer" (em uma edição do Círculo do Livro, traduzido como "Diário de uma Ilusão"), de Philip Roth. Acho que foram os dois primeiros livros que me impactaram para valer.

Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritor?
Quis ser cineasta, até prestei vestibular para cinema e, anos depois, fiz um curso bem fuleiro em Goiânia. Ao mesmo tempo, lia muito e, pelo menos desde os catorze, quinze anos, já rascunhava algumas coisas. Acho que começou a ficar claro para mim que eu queria mesmo era escrever livros ali pelos meus dezoito, dezenove anos, apesar de eu ter insistido ainda por um tempo com esse lance do cinema.

Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
Quando não houver mais seres humanos vivendo por aí: este será o dia em que não haverá mais histórias para contar. Cada vivência é única. Logo, cada um tem uma maneira própria, intransferível, de expressar essa vivência. Em se tratando de literatura, sempre haverá novas formas de contar histórias. E não estou falando de vanguardismos ou coisas desse tipo, mas da relação que cada escritor estabelece com a tradição, com seus autores e livros prediletos e com sua própria vivência, e do que produz a partir daí.

No que você está trabalhando agora?
Desde maio do ano passado, trabalho em um novo romance. Parte dele se passa em Brasília, cidade em que vivi por três anos e de que gosto muito, e outra parte em Jerusalém, onde passei uma temporada de seis meses em 2009 e para onde pretendo voltar daqui a alguns anos. Também fui contratado para escrever uma peça teatral, mas ainda não sei como vou me organizar entre uma coisa (o romance) e outra (a peça). Espero não abortar as duas.

Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Thomas Pynchon, Adriana Lisboa, Aharon Appelfeld, Maira Parula, Philip Roth, António Lobo Antunes, Cormac McCarthy e muitos, muitos outros.

*Ilustração: Nathalia Lippo
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PERGUNTAS PARA OS 20 JOVENS ESCRITORES BRASILEIROS

No começo de Agosto organizei uma lista com vinte jovens escritores brasileiros que estão fazendo a nossa literatura acontecer. Pedi a eles que respondessem cinco pequenas perguntas para o blog. A partir de hoje vou postar as respostas de dois escritores por dia, duas vezes por semana - sempre na terça e quinta-feira.
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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

LER LYDIA DAVIS


A revista Piauí publicou na edição desse mês contos escolhidos de Lydia Davis, a aclamada escritora norte-americana. Já é a segunda vez que a revista publica traduções dos seus contos - a primeira foi "Assustada de repente", em Agosto de 2008.

Como diz o texto de apresentação da revista, Lydia Davis lançou no ano passado um livro difícil de classificar. Ninguém sabe dizer ao certo se esse é um livro de contos, de aforismos, de fábulas ou de poemas curtos. "The colected stories of Lydia Davis" é um catatau de 753 páginas que reúne todos os textos que ela já escreveu.

O que Davis faz é espatifar os acontecimentos da vida cotidiana em pedaços pequeninos. Porém, cada uma dessas unidades mínimas é dotada de um significado enorme. Imagine "teoria do iceberg", como descrita por Hemingway, levada ao seu maior extremo: fique apenas com o mínimo essencial. As histórias misturam tristeza e humor. Falam quase sempre do ponto de vista feminino. Podem durar algumas páginas ou linhas.

Tradutora de Marcel Proust, Gustave Flaubert, Jacques Derrida, Michel Foucault, ex-mulher de Paul Auster e leitora inveterada de Samuel Beckett. Todos eles parecem habitar de alguma maneira o universo de ficção produzido por ela.

Ler Lydia Davis é realmente uma espécie de experiência inesquecível. Seus livros merecem tradução para o português imediatamente.




Lydia Davis lendo seus textos no Skidmore College em Julho de 2010

*imagem: reprodução do Google.

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sábado, 21 de agosto de 2010

ADIVINHE QUAIS ESCRITORES GANHAM MAIS DINHEIRO?

Todo ano a revista Forbes elabora listas com as pessoas mais milionários do mundo. Essa semana a revista divulgou a lista dos 10 escritores mais bem pagos do mundo. A lista é elaborada com base nos ganhos obtidos com venda de livros, direitos autorais para filmes, programas de televisão, negócios e outros rendimento que os escritores conseguem. Como disse a revista New York, "a grande ausência é Stieg Larsson. Mas jogue a lista fora: ninguém fica (insanamente) rico escrevendo literatura". Todos eles já tem vários livros traduzidos para o português.

A lista completa:

James Patterson - $ 70 milhões
Stephenie Meyer - $ 40 milhões
Stephen King - $ 34 milhões
Danielle Steel - $ 32 milhões
Ken Follett - $ 20 milhões
Dean Koontz - $ 18 milhões
Janet Evanovich - $ 16 milhões
John Grisham - $ 15 milhões
Nicholas Sparks - $ 14 milhões
J.K. Rowling - $ 10 milhões

*imagem: reprodução da revista Forbes.

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RAY BRADBURY FAZ 90 ANOS

Amanhã, Ray Bradbury completará 90 anos. Em Los Angeles uma série de eventos especiais foram preparados para celebrar o aniversário de um dos seus moradores mais ilustres.

Se dependesse dos livros de Bradbury, a humanidade já estaria interagindo com os habitantes de Marte e fazendo diversas expedições espaciais para ocupar o planeta vermelho. Ou então, viveríamos numa sociedade autoritária em que os livros seriam proibidos e queimados. Certamente estamos bem distantes desse futuro: Marte nunca recebeu a visita de um humano e nós publicamos cada vez mais livros.

Evidentemente Bradbury não estava escrevendo previsões proféticas sobre o futuro. A ficção serviu como um caminho para que ele pudesse tratar de questões urgentes que o mundo enfrentava em função da Guerra Fria. Graças ao seu talento para compor essas histórias, ele se tornou um escritor renomado e dos maiores do gênero ficção científica.

Talvez o seu grande diferencial tenha sido fugir dos clichês futuristas e construir personagens com complexidades peculiares. Em suas histórias não existem apenas foguetes, discos voadores, máquinas inteligentes, monstros horripilantes, etc. Pelo contrário: há marcianos que sonham com a chegada dos humanos, pessoas que questionam seus próprios dogmas, jovens que enfrentam seus medos pessoais e muitos outros conflitos humanos.

Em entrevistas, Bradbury diz que escreve sobre tudo o que o supreende. Se algo o interessa e ele tem uma ideia, senta e escreve. Aliás, seu conselho para os jovens escritores é escrever ao menos um conto por semana. Ele mesmo dá o exemplo e nunca não deixa de escrever. Estimam que Bradbury tenha uma coleção com mais de 3.000 textos. Seu ritmo só diminuiu por causa de um infarto que sofreu 8 anos atrás.

Seus três livros mais importantes já foram publicados no Brasil: As crônicas marcianas (com tradução de Ana Ban), Fahrenheit 451 (com tradução de Cid Knipel) e Algo sinistro vem por aí. Há outros livros interessantes como Uma estranha família e a coletânea de contos A cidade inteira dorme. Fahrenheit 451 ganhou uma versão para o cinema bastante fiel ao livro nas mão de François Truffaut.

*imagem: reprodução do Los Angeles Times.

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

LIONEL SHRIVER ENTREVISTADA NO ENTRELINHAS

Lamento muito não ter assistido a mesa da escritora Lionel Shriver na FLIP. Para mim era impossível estar em Paraty na quinta-feira e também estive impossibilitado de acessar a internet para acompanhar a transmissão ao vivo.

No entanto, o Entrelinhas, da TV Cultura, fez uma entrevista espetacular com a escritora. O que mais me impressionou foi a maneira clara e determinada com que Lionel fala a respeito da maneira como escreve e dos temas que aborda em seus livros. Ela deve refletir muito sobre o ato de escrever em si. Se não me engano, Lionel frequentou cursos de escrita criativa e chegou a ministrar alguns desses cursos. Pode ser que venha daí essa habilidade em falar com metódo.

Fiquei longo tempo pensando no que ela diz: "Eu acho que a maioria dos leitores não está interessada na forma. A maioria dos leitores quer uma forma que se ajuste a história". De fato, deve ser isso mesmo. Os leitores estão muito mais preocupados em ler histórias. Mas em Precisamos falar sobre Kevin e O mundo pós-aniversário, por exemplo, a forma é um item muito importante e que faz toda a diferença. Em muitos outros livros também acontece algo bastante semelhante.

Mas acho que só se preocupam com a forma os escritores, críticos e estudantes de literatura. E a gente acha uma pena que a maioria dos leitores não dêem a menor bola para essas coisas. Lembram do romance Se um viajante, numa noite de inverno..., de Italo Calvino. Entre tantas coisas, o que o leitor e a leitora querem é achar um livro que lhes dê aquela sensação única, aquele prazer que só boas histórias são capazes de reacender. E, mais do que isso, ambos querem histórias que tenham começo e fim.

Depois do programa ir ao ar, acho que alguns trechos ficam disponíveis no youtube. Incorporei o vídeo a esse post porque recomendo vivamente a todos que assistam.



P.S.: Consegui descobrir no youtube um vídeo da mesa "de frente pro crime" - composta por Lionel Shriver e Patrícia Melo, com mediação de Arnaldo Bloch. Infelizmente o vídeo é bem curtinho e não dá tempo de termos uma sensação geral da mesa. Basicamente o vídeo mostra uma pergunta que foi dirigida a Lionel e outra a Patrícia.
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O ARQUIVO DE JG BALLARD E O MANUSCRITO DE CRASH


O arquivo do escritor inglês J.G. Ballard foi doado para a British Library. Ao todo são 15 caixas grandes contendo manuscritos, anotações, cartas, fotografias e documentos do autor que morreu no ano passado. Por enquanto, o arquivo está sendo catalogado e será aberto para visitação em meados de 2011.

A preciosidade do arquivo é o manuscrito do romance Crash. Esse livro foi o responsável por tornar Ballard um escritor cultuado no mundo todo. Ele construiu, de maneira sinistra e apocalíptica, uma história que mistura o impulso erótico da sociedade ao seu desenvolvimento tecnológico - no romance essa ideia está expressa metaforicamente nos carros. Crash conta a história do roteirista James Ballard e seu envolvimento com um estranho grupo de pacientes comandado pelo doutor Robert Vaughan. Todos eles chegaram as mãos do doutor depois de sofrerem algum tipo de acidente de carro. Após esse incidente todos mantém desejos sexuais relacionados a carros e acidentes. O livro causou espanto e muita curiosidade quando foi publicado em 1973.

Os jornalistas que tiveram acesso ao manuscrito de Crash disseram que ele contém uma série de supressões, rasuras, acréscimos e correções. Todos anotados em caneta vermelha. Um detalhe interessante: o nome da personagem 'James Ballard' (aliás, retirado do próprio nome de J.G. Ballard) poderia ter sido 'Charles N'.

Tanto o manuscrito quanto o arquivo em geral exercem fascínio e curiosidade porque queremos encontrar ali pistas e explicações que teriam levado Ballard a escrever romances com temas tão perturbadores. Será que Ballard tinha alguma mania, coleção estranha ou diários recheados de segredos que ele nunca confessou?

Tudo isso não deve passar de fantasia da nossa cabeça de leitor.

*imagem: reprodução do Guardian.
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terça-feira, 17 de agosto de 2010

JOSÉ LINS DO REGO EM NOVAS EDIÇÕES

Menino de engenho, o primeiro romance escrito por José Lins do Rego chegou a sua 100ª edição. Para comemorar, a editora José Olympio (um selo do Grupo Editoral Record) está lançando uma edição caprichada com novo projeto gráfico e as famosas ilustrações feitas por Santa Rosa - um verdadeiro tesouro esquecido que merecia reaparecer nessa ocasião tão especial. A edição ainda conta com textos críticos de importância histórica, glossário, biografia do autor e outras tantas coisas.

O romance Fogo morto também está acompanhando essa repaginação da obra de Zé Lins. Além das ilustrações de Santa Rosa, essa nova edição tem textos críticos de Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e Benjamin Abdala Júnior.

O lançamento simultâneo dos dois livros nos dá a oportunidade de acompanhar a obra de José Lins do Rego em perspectiva histórica. O primeiro livro carrega a marca de um escritor estreante, enquanto o segundo é a obra-prima de um escritor maduro. Independente da denúncia social muito associada aos romances regionalistas do nosso modernismo, esses dois livros tratam de personagens com sentimentos universais. De maneira bastante humana elas sentem medo, alegria, angústia e incerteza diante da vida. Isso sem mencionar a qualidade da escrita criada por Zé Lins e suas artimanhas narrativas.

Tomara que o gesto da José Olympio surta o efeito desejado e traga de volta a evidência necessária a obra de José Lins do Rego.

*imagem: divulgação.

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CHARLES BUKOWSKI - 90 ANOS

A data não pode passar despercebida: ontem foi aniversário de Charles Bukowski. Se estivesse vivo, o velho safado estaria completando 90 anos. Infelizmente, ele faleceu de leucemia em 1994, aos 73 anos.

Bukowski nasceu na Alemanha, mas foi para os Estados Unidos quando menino. Passou a maior parte de sua vida em Los Angeles, cidade que lhe serviu de inspiração para compor sua obra. Quando adolescente enfrentou problemas com o pai violento e por causa de uma inflamação no rosto viveu meio solitariamente. Foi quando descobriu suas duas paixões: a literatura e o álcool. Parece que suas maiores influências foram Hemingway e Dostoiévski.

Sua vida pessoal foi a maior fonte de inspiração para compor uma obra extensa que compreende romances, contos e poemas. As histórias de Bukowski quase sempre retratam personagens envolvidas num submundo impregnado de melancolia, álcool, cigarro, prostituição e pobreza. Bem distante dos modelos de felicidade impostos pela sociedade. Os desastres da vida rendem momentos repletos de tristeza e lucidez. Percebemos que somos todos iguais quando todas as coisas dão errado e estamos bem próximos da crueldade da vida.

Outra qualidade de Bukowski é o humor e a irônia ácida diante de situações absurdas. Os temas lembram bastante os escritores beatnicks, mas Bukowski nunca se associou ao grupo. Por alguma razão ou circunstância, sua percepção captou a mesma sintonia que os beats tiveram daquele período.

A maior parte da obra de Bukowski foi publicada no Brasil pela editora L&PM. Seus livros mais conhecidos são Misto Quente e Ereções, ejaculações e exibicionismos (dividida em dois volumes - Crônicas de um amor louco e Fabulário geral do delírio cotidiano). Ambos ganharam adaptação para o cinema.

Em entrevista aos Los Angeles Times, ele disse certa vez:

"O vinho faz a maior parte da minha obra. Abro uma garrafa, ligo rádio e a coisa vem fluindo. Eu só datilografo uma vez a cada três noites. Não tenho nenhum plano. Minha mente está em branco. Me sento. Então a máquina de escrever me dá coisas que eu nem mesmo sei que estou trabalhando. É como almoçar de graça. Como jantar de graça. Eu não sei quanto tempo tudo isso vai durar, mas até agora não há nada mais fácil do que escrever".
*imagem: reprodução do Google.

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domingo, 15 de agosto de 2010

MAIS UM POUCO DE JONATHAN FRANZEN

Jonathan Franzen está realmente vivendo um bom momento, independente da aparente crise instaurada na literatura dos Estados Unidos. Freedom, seu novo romance, recebeu críticas positivas do jornal New York Times e da revista New York. O livro será lançado no final desse mês nos Estados Unidos. Porém, dois trechos inéditos já apareceram na revista New Yorker: Good Neighbors e Agreeable.

Freedom conta a história da família Berglund formada pelo casal Patty e Walter Berglund e o filho adolescente, Joey. Eles parecem constituir aquele tipo de família ideal, até o momento em que as coisas começam a mudar sem nenhum motivo aparente. O filho se muda de casa, o marido arruma um emprego estranho, um antigo amigo do marido reaparece e a mulher já não é mais quem costumava ser. O romance serve como uma grande metáfora dos nossos tempos, com pessoas lutando para aprender a viver num mundo tão confuso.

Não foi à toa que a revista Time estampou Franzen na capa com as seguintes palavras: "O grande escritor americano - Ele não é o mais rico ou o mais famoso. Suas personagens não solucionam mistérios, não tem poderes mágicos ou vivem no futuro. Porém em seu novo romance, Jonathan Franzen nos mostra a maneira como nós vivemos hoje". Uma crítica velada aos fenômenos literários que estão dominando a lista de livros mais vendidos.

Enquanto Freedom não chega, podemos ler em português As correções (foi publicado pela Companhia das Letras, com tradução de Sérgio Flaksman). Esse romance ganhou diversos prêmios da crítica e rendeu a Franzen comparações com o melhor de John Updike, Thomas Mann e Don Delillo. O livro também se concentra sobre um núcleo familiar: os Lambert. Enid sente que já cumpriu seu papel de mãe e esposa; Alfred é uma aposentado que está sofrendo as consequência do mal de Parkinson; Gary, Chip e Denise, os três filhos do casal, vivem suas próprias tragédias pessoais espalhados pelos Estados Unidos. Um retrato bastante interessante da família americana nos anos 90.

Aproveitando que Jonathan Franzen está na moda, quero reproduzir aqui dez regras pessoais que ele usa quando vai escrever um livro. O artigo original saiu no Guardian (Ten rules for writing fiction) e revela as regras seguidas por diversos escritores. A tradução é minha e foi feita literalmente:
1. O leitor é um amigo, não um adversário, não um espectador.

2. Ficção não é uma aventura pessoal de um autor para o assustador ou o desconhecido não vale a pena escrever por nada a não ser pelo dinheiro.

3. Nunca use a palavra "então" como uma conjunção - nós temos "e" para este fim. Substituir "então" é a preguiçosa ou a desatenta não-solução do escritor para o problema de muitos "es" na página.

4. Escreva na terceira pessoa a menos que uma voz muito distinta em primeira pessoa se ofereça irresistivelmente.

5. Quando a informação se torna livre e universalmente acessível, uma volumosa pesquisa para um romance é desvalorizada junto com ele.

6. A mais pura ficção autobiográfia requer pura invenção. Ninguém nunca escreveu uma história mais autobiográfica do que "A Metamorfose".

7. Você vê mais ainda reunindo do que perseguindo depois.

8. É duvidoso que qualquer pessoa com uma conexão à internet em seu local de trabalho está escrevendo boa ficção.

9. Verbos interessantes raramente são muito interessantes.

10. Você tem que amar antes que você possa ser implacável.

*imagem: reprodução do site da Cia das Letras.
P.S: A Companhia das Letras também publicou um outro livro de Franzen, chamado A zona de desconforto - no entanto, eu quis privilegiar apenas as obras de ficção do autor.

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sábado, 14 de agosto de 2010

CRISE NA LITERATURA DOS ESTADOS UNIDOS

A literatura norte-americana está em crise e tudo começou com um artigo "Where have all the Mailers gone?" (Onde foram parar todos os [Norman] Mailers?), de Lee Siegel para o The New York Observer. A bronca de Siegel era com a revista New Yorker e a comentada lista dos 20 escritores com menos de 40 anos. Entre tantas coisas ele diz que a literatura de ficção está morta, virou um gênero de museu e os livros de não-ficção estão se tornando cada vez mais relevantes.

Uma série de críticos, dos jornais mais respeitados dos Estados Unidos e Inglaterra, saíram as ruas para comentar os ataques de Siegel. Afinal, o argumento de que a literatura de ficção (refiro-me aos contos, novelas, romances, etc.) está morta aparece de tempos em tempos.

Os críticos explicam que há nos Estados Unidos, nesse momento, um período de transição. Os escritores consagrados do passado estão dando lugar a novos escritores. Esses, por sua vez, não são americanos no sentido estreito do termo, eles tem formação e visão cultural diferentes e multiculturais. A mídia americana também não está mais dedicando tanta atenção aos seus novos escritores (exceto um veículo ou outro). Os inúmeros cursos de escrita criativa colocam no mercado mais e mais escritores a cada dia. Como se publica em maior número, mais livros ruins tendem a ficar em evidência. O modismo também está fazendo com que a cada temporada novos nomes apareçam para depois serem engolidos na temporada seguinte.

Para apimentar toda essa discussão, a revista TIME colocou em sua capa uma foto de Jonathan Franzen com os seguintes dizeres: "O grande escritor americano". O jornalista Lev Grossman fez um perfil do escritor dizendo as razões que levaram a TIME a eleger Franzen como "o cara". O book bench da revista New Yorker já repercutiu a matéria. Foi nessa semana também que Anis Shivani, do The Huffington Post, lançou uma lista criticando 15 escritores americanos que são super-hypados, segundo ele.

Ainda bem que nesses casos a crise não é global.

*imagem: reprodução da capa da revista TIME.

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

TRÊS ROMANCES DE FICÇÃO CIENTÍFICA...

Júlio Verne certamente é um dos precursores da ficção científica. Seus romances datam da segunda metade do século XIX e foram responsáveis por cativar a imaginação de gerações inteiras. Mais do que isso ele previu, antes de muita gente, a invenção do submarino, dos aviões e da viagem a lua. Depois dele inúmeros escritores passaram a se dedicar ao gênero, levando nossa imaginação as últimas consequências. Será que como Júlio Verne eles estarão certos sobre o futuro? Três romances de ficção científica...

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A MÁQUINA DO TEMPO
H.G. Wells
Alfaguara

Escrito em 1895 esse é o primeiro romance de H.G. Wells. Uma personagem nomeada apenas por "Viajante do tempo" constrói uma máquina que permite a qualquer pessoa deslocar-se no tempo passado ou futuro. Seu experimento resulta numa viagem ao ano de 802.701 onde vivem seres impressionantes. Como nos livros de viagem do século XVIII, o romance demonstra a falta de esperança na justiça social. Alguns consideram essa como sendo a primeira obra de ficção a abordar o tema da viagem no tempo usando máquinas.

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EU, ROBÔ
Isaac Asimov
Ediouro

A extensa obra de Isaac Asimov - com quase 500 livros - voltada para o tema dos robôs e dos impérios espaciais não esconde o fato de ele ser um dos maiores escritores do gênero ficção científica. Esse livro reúne nove contos que tratam da evolução dos robôs através dos tempos: desde o robô mecânico e mudo até as máquinas futuristas que superam os seres humanos em todas as atividades.

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NEUROMANCER
William Gibson
Aleph

Se o filme Matrix existe, certamente isso aconteceu graças a esse romance de William Gibson. O livro não é revolucionário pela forma, pois respeita as convenções da narrativa clássica. Seu grande trunfo está no tema, na previsão de coisas que se tornariam comuns nos dias de hoje e no universo de referências que ele constrói. Case tenta burlar as leis da matrix e acaba sendo expulso do ciberespaço. Tentando acabar com sua vida conhece Molly, uma samurai que irá ajudar Case a retornar ao mundo virtual.

*imagem: divulgação.
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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

MOBY DICK NOS CINEMAS


O diretor de cinema Timur Bekmambertov anunciou que tem projetos para levar Moby Dick ao cinema. Segundo o diretor, ele já criou todo o argumento para o filme e nesse momento está trabalhando no roteiro. A intenção é atualizar o clássico romance de Herman Melville usando os mais modernos recursos tecnológicos de que o cinema dispõe. Assim, a baleia mais famosa do mundo será toda feita em computador. Ainda não existe nenhuma previsão sobre o início das filmagens.

A julgar pelos outros filmes de Bekmmbertov - Guardiões da noite (2004), Guardiões do dia (2006) e O Procurado (2008) - podemos esperar um grande filme de aventura. Porém, adaptar um romance denso como Moby Dick exige um enorme trabalho. O livro conta com uma riqueza muito grande de detalhes que são importantes para percebermos a obsessão do capitão Ahab em encontrar a baleia que para ele é a encarnação do mal. Quem nos ajuda na tarefa de adentrar esse universo é o jovem marinheiro Ishmael - que não será a personagem condutora do filme.

Muitos críticos observam que com esse romance Melville quis construir um livro sobre todo universo, um livro que abarcasse tudo o que existe no mundo. Evidentemente essa ideia é muito ambiciosa e nenhum escritor até hoje conseguiu escrever um livro assim - embora tenham chegado perto, arrisco dizer. Tomara que o filme não estrague o interesse que o livro desperta.

Moby Dick já foi levado ao cinema outras vezes. Por exemplo, há uma versão muito famosa do diretor John Huston (1956) com roteiro de Ray Bradbury e com Gregory Peck no papel do capitão Ahab.

Quem quiser se antecipar a leitura deve recorrer a edição definitiva do romance Moby Dick que foi lançada pela Cosac Naify. Além da tradução primorosa de Alexandre Barbosa de Souza e Irene Hirsch, a edição conta com uma série de notas explicativas, glossário náutico e fortuna crítica.

*imagem: reprodução do Google.

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DE VOLTA DA FLIP!


Eu prometi que ia atualizar o blog diretamente da FLIP, mas infelizmente não consegui. Não queria ficar carregando notebook para todos os lados. Atualizar de algum cybercafé também estava fora de cogitação, os preços eram um pouco salgados. Além disso, o intervalo entre as mesas não era suficiente para procurar algum lugar, escrever, postar e seguir em frente. Admito que a cobertura - praticamente online - feita pelos jornalistas é um trabalho de Hércules. Evidentemente, as equipes são grandes, por isso conseguem dar conta da maior parte. Sendo assim, todo mundo já leu toda sorte de comentários e juízos críticos sobre as mesas, os convidados, as festas, os eventos e acontecimentos.

Acho que depois da conferência de abertura o clima de críticas e aversão que rondava a FLIP se dissipou. O que não significa dizer que essa foi a melhor edição. Por lá, eu vi muita gente animada e bem disposta a participar da programação.

Vi quase todas as mesas do sábado e uma mesa do domingo. Gostei muito de tudo o que vi - exceto a mesa de Robert Crumb e Gilbert Shelton, uma decepção comentada por vários jornalistas, blogueiros, etc. Minhas mesas preferidas foram: Colum McCann e William Kennedy; Wendy Guerra e Carola Saavedra. Achei muito bom que o assunto "limites da narrativa" tenha surgido tanto numa mesa, quanto na outra. Afinal, acho que essa é uma preocupação que persegue todos os jovens escritores. Ainda é possível contar novas histórias? Será que existem limites? Nada melhor do que ouvir veteranos dizendo que cada narrativa é uma narrativa muito particular, como cada um de nós, com histórias diferentes.

Também gostei muito da mesa do Ferreira Gullar. Já tinha visto ele falando (não na FLIP) e também tinha ficado impressionado. Mas esse momento me pareceu significativo pelos 80 anos e pelo prêmio Camões - daí o motivo de terem dedicado a mesa a ele. Alguém até sugeriu que aquela fala final sobre o cosmos e o universo são as reflexões dele sobre o final da vida.

Enfim, impressionante e encantador. Por enquanto, não posso prometer melhor cobertura das próximas edições. Até lá, vou ter de esperar o andamento das coisas. Agora, é hora de voltar a vida normal e correr atrás do prejuízo.

*imagem: reprodução do flickr da FLIP.


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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

AVISO DE AUSÊNCIA


Caros leitores,

Amanhã estou indo para a FLIP. Também vou me juntar ao coro de vozes que está transmitindo informações direto da fonte. Pretendo atualizar o blog de lá, mas não sei se vou ter sucesso. Prometo que vou tentar. Se não pintar nenhum texto novo até domingo, não se preocupe. Quando voltar terei muitas histórias para contar.

Nos vemos na FLIP!

*imagem: reprodução do flickr da FLIP.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ESCRITORES ABREM AS SUAS VALISES


Na semana passada, Raquel Cozer, escreveu um artigo para o caderno Sabático (do Estadão) mostrando o caminho das pedras que alguns autores percorreram para publicarem seus livros. Raquel fez uma pesquisa informal com 60 escritores e montou um painel com os resultados. Como o título do artigo sugere, O incerto caminho até a publicação, não existe uma regra que seja uma fórmula para o "sucesso". É preciso trabalho e paciência.

Alguns dados interessantes que a pesquisa revela: pública mais rápido quem só se dedica a escrever os livros; ser publicado por uma grande editora é de fato uma vitrine; já ter publicado algum livro antes de chegar a uma grande editora ou ser conhecido no meio ajuda a chegar a uma grande editora; ganhar prêmio também ajuda; indicação não resolve, mas pode ajudar a ser mais visto; nós não temos a cultura do agente literário, que é bem comum nos Estados Unidos e na Europa; a internet mudou o perfil de lançamento de um autor; etc.

Estou falando de maneira resumida, por isso recomendo a leitura do artigo na íntegra. Ele concentra informações valiosas que todos os novos autores sempre quiseram saber e nunca souberam onde procurar. Em tempos de redes sociais e mídias interativas, informações como essa valem ouro.

*imagem: reprodução Google
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

8ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY - FLIP


Muito bem, críticas, elogios e polêmicas à parte, hoje começa mais uma edição da FLIP. A programação completa já está na ponta da língua de todo mundo. As tendas já estão montadas. As livrarias também. Os autores já chegaram ou estão chegando aos poucos. O tempo está nublado e faz aquele friozinho típico da época. Pelo que li, a cidade ainda vive pacata. Os turistas, visitantes, estudantes, jornalistas e flipeiros devem começar a chegar amanhã.

Não conseguiu ingresso, não tem dinheiro ou não está a fim de ir? Não tem problema. Acompanhe todos os jornais, revistas, blogs e twitters que a está altura do campeonato já estão pegando fogo. Se você quiser ter sua própria opinião sobre alguma mesa, o site da FLIP te dá uma ajuda e faz transmissão ao vivo. Não vai faltar cobertura de informações.

Recomendo vivamente que todo mundo acompanhe: mesa 2 -Lionel Shriver e Patrícia Melo (duas escritoras que precisam ser lidas); as mesas 5 e 6 - com Robert Darnton, Peter Burke e John Makinson (sobre o tão falado futuro dos livros, para ouvir e pensar); mesa 9 - A. B. Yehoshua e Azar Nafisi (de como a literatura reflete as nossas questões políticas e sociais); mesa 10 - Salman Rushdie (para quem viu e não viu); mesa 12 - Colum McCann e William Kennedy (as cidades e suas histórias); mesa 14 - Robert Crumb e Gilbert Shelton (os mitos dos quadrinhos); mesa 17 - Wendy Guerra e Carola Saavedra (duas jovens escritoras). Quem puder acompanhar tudo, melhor.

Vou estar na FLIP também, mas depois falo mais sobre isso.

*imagem: reprodução do Flickr da FLIP.

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domingo, 1 de agosto de 2010

20 ESCRITORES BRASILEIROS COM MENOS DE 40 ANOS


Em Junho a revista New Yorker publicou uma edição especial em que seus editores selecionaram 20 escritores com menos de 40 anos. O objetivo dessa seleção era apresentar um grupo promissor de jovens escritores da literatura americana atual - a mesma seleção foi feita pela New Yorker em 1999. A escolha gerou muita polêmica e diversas pessoas escreveram textos para criticar, comentar, combater, ironizar e completar a lista.

Nem todos os nomes eram inéditos, alguns escritores já eram bastante conhecidos pelos leitores da revista. De qualquer forma, ter o seu nome nessa lista é garantia de sucesso: todos os escolhidos ganharam repercussão internacional e certamente terão suas obras publicadas com maior facilidade e serão chamados para ministrar cursos de escrita criativa nos Estados Unidos.

No Brasil nenhuma revista ou jornal chegou a fazer uma seleção parecida. Talvez pela nossa falta de tradição nessas listas ou mesmo pela dificuldade que o processo impõe. Também não temos uma publicação 'não acadêmica' voltada diretamente para a divulgação de novos escritores. Os jornais e revistas fazem isso de maneira esparsa.

Informalmente resolvi propor uma lista com os nossos 20 escritores com menos de 40 anos. Como disse na época em que fiquei sabendo da lista da New Yorker, acho que essas listas servem para que os leitores tenham alguma referência quando sairem em busca de algum novo escritor. A lista também demonstra que temos um grupo muito bom de jovens escritores. Confesso que encontrei muito mais nomes além dos 20 que me propus a encontrar. A lista não é definitiva e pode ser que carregue algumas injustiças, deixando de fora algum novo escritor que mereça atenção. Mas espero que listas complementares apareçam.

Infelizmente, o meu processo de seleção não contou com a ajuda direta de críticos, nem com votações ou indicações de leitores, editores, etc. De modo simples, o que fiz foi consultar os nomes de escritores indicados para alguns prêmios de literatura desde o ano 2003. Serviram como base de pesquisa o Prêmio Jabuti, a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o Prêmio SESC de Literatura, o Prêmio Portugal Telecom de Literatura, o Prêmio SP de Literatura e a FLIP. Além de serem prêmios de renome, esses escritores foram selecionados por um júri de alta qualidade. Por isso, o simples fato de concorrem a um desses prêmios já indica que são escritores que produzem ou produziram trabalhos relevantes.

A lista:

André Laurentino (1972, Olinda) - Seu primeiro romance, A paixão de Amâncio Amaro, foi publicado em 2005. O livro retrata a paixão e os sonhos do pernambucano Amâncio Amaro sobre a sua musa, Luzinete.

Carola Saavedra (1973, Santiago/Chile) - Veio para o Brasil aos 3 anos de idade. Seu primeiro livro foi Do lado de fora publicado em 2005. Teve repercussão recentemente com a publicação de Flores Azuis e Paisagem com dromedário, de 2008 e 2010 respectivamente. Esse ano irá participar da Flip.

Michel Laub (1973, Porto Alegre) - Autor de quatro romances. O primeiro Música anterior é de 2001. Depois vieram Longe da água em 2004 e O segundo tempo em 2006. O mais recente é O gato diz adeus de 2009 em que quatro diferentes personagens falam sobre seus relacionamentos.

Verônica Stigger (1973, Porto Alegre) - Autora de contos e crônicas. Seu primeiro livro, O trágico e outras comédias, foi publicado em 2004. Esse ano publicou Os anões e vem recebendo inúmeros elogios da crítica especializada. Também escreveu Gran Cabaret Demenzial.

Carlos de Brito e Mello (1974, Belo Horizonte) - Escreveu alguns contos que foram reunidos num livro chamado O cadáver ri dos seus despojos. No ano passado publicou A passagem tensa dos corpos e está concorrendo ao Prêmio SP de Literatura 2010.

Andréa Del Fuego (1975, São Paulo) - Publicou seu primeiro livro de contos, Minto enquanto posso em 2004. Seguidos por Engano seu em 2007 e o infanto-juvenil Sociedade da caveira de cristal em 2008. Acabou de publicar Os malaquias.

Ricardo Lisias (1975, São Paulo) - Um dos autores da lista que mais publicou livros. O primeiro, Cobertor de estrelas, foi em 1999. Depois publicou Dos nervos (2004), Duas praças (2005) e Anna O. e outras novelas (2007). O livro dos mandarins publicado no ano passado lhe rendeu indicação ao Prêmio SP de Literatura 2010.

Altair Martins (1975, Porto Alegre) - A parede no escuro publicado em 2008 foi o romance que lhe deu maior visibilidade no meio literário. Antes disso tinha publicado Como se moesse ferro e Dentro do olho dentro, ambos em 2002.

Cecília Giannetti (1976, Rio de Janeiro) - A única escritora carioca da lista. Publicou apenas um romance em 2007 chamado Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi. Antes disso tinha publicado contos em revistas e coletâneas.

Eduardo Baszczyn (1976, São Paulo) - Por enquanto publicou apenas um romance, Desamores, em 2007. Cheio de referências a filmes e músicas, o romance fala das diversas facetas do amor. Recebeu diversos elogias da crítica.

Antonio Prata (1977, São Paulo) - Outro autor que já tem diversos livros publicados. O primeiro foi Douglas e outras histórias em 2001, com contos e crônicas. Depois vieram o infanto-juvenil Estive pensando (2003) e Pernas da tia Coralina (2003), seguido de O inferno atrás da pia (2004). Ano passado lançou outro infanto-juvenil, Adulterado. É um dos autores mais elogiados pela crítica.

Estevão Azevedo (1978, Natal) - Publicou apenas um romance, Nunca o nome do menino, de 2008. A história é sobre uma mulher que se descobre personagem de ficção. O romance lhe rendeu uma indicação ao Prêmio SP de Literatura de 2009.

Daniel Galera (1979, São Paulo) - Apesar de ter nascido na cidade de São Paulo, vive em Porto Alegre. Seu primeiro livro foi Dentes guardados em 2002. Depois vieram Mãos de cavalo (2006), Até o dia em que o cão morreu (2007) e Cordilheira (2008). Recentemente publicou em parceria com Rafael Coutinho a grafic novel Cachalote.

Tiago Novaes (1979, Avaré) - Subitamente: agora foi seu primeiro livro de contos publicado em 2004. Em 2007 publicou o romance de ficção policial chamado Estado vegetativo.

Tatiana Salem Levy (1979, Lisboa/Portugal) - Veio para o Brasil com 9 meses de idade. Além de escritora, é tradutora de inúmeros livros conhecidos. Seu único romance publicado é A chave de casa (2007).

André de Leones (1980, Goiânia) - Publicou dois romances e um livro de contos. O primeiro foi em 2006, Hoje está um dia morto - que lhe rendeu a indicação ao Prêmio Sesc de Literatura. Em 2008 publicou os contos, Paz na terra entre os monstros. Recentemente publicou Como desaparecer completamente.

Carol Bensimon (1982, Porto Alegre) - Seu primeiro livro foi de contos, Pó de parede, publicado em 2008. No ano passado publicou Sinuca embaixo d'água que lhe rendeu a indicação ao Prêmio SP de Literatura 2010.

Lívia Sganzerla Jappe (1982, Porto Alegre) - Publicou apenas um romance até o momento. Cisão foi lançado no ano passado. O livro que trata do amor de maneira em parte filosófica em parte ficcional. Também é uma das indicadas ao Prêmio SP de Literatura 2010.

Maurício de Almeida (1982, Campinas) - Autor de apenas um livro de contos, Beijando dentes, de 2008. A linguagem inventiva é uma das marcas mais apontadas pelos críticos nos contos que escreve.

Vanessa Bárbara (1982, São Paulo) - Além de escritora é tradutora. Escreveu um livro-reportagem em 2008 que foi bastante elogiado, O livro amarelo do terminal. Sua estréia no universo da ficção aconteceu em 2008 com o livro de contos O verão de chibo - escrito a quatro mãos com Emílio Fraia.

*imagem: reprodução do Google.

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