quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

RECADO


Está quase na hora de dizer adeus ao ano que termina e saudar o ano que vai começar! Por isso, o blog faz uma pausa de hoje até a primeira semana do ano de 2016. Sei que fiquei um bom tempo sem aparecer, mas tenham em mente que o blog não acabou. Prometo que eu volto logo. 

Feliz ano novo!
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ONDE VIVIAM OS MODERNISTAS?


O assunto mais curioso dessa semana foi a descoberta da garçonnière que pertenceu ao escritor Oswald de Andrade. O local ficava no terceiro andar de um prédio na Rua Libero Badaró, 67, no centro de São Paulo. Foi ali que Oswald reuniu parte da turma que viria a realizar a Semana de Arte de Moderna de 1922.

O responsável pela descoberta foi o historiador José Roberto Walker e quem conta a história em riqueza de detalhes é o jornalista Luís Antônio Giron no caderno Ilustríssima, da Folha de SP.

Tomara que alguém inclua o endereço num roteiro literário da cidade.

*imagem: reprodução da Wikipédia/domínio público
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

RETROSPECTIVA: O QUE TEVE EM 2015

Vocês notaram que eu estive muito ausente do Casmurros ao longo desse ano - já expliquei num texto anterior. Pois bem, a guisa de retrospectiva compilei as coisas mais importantes que aconteceram. Vai que você (assim como eu) também esteve fora e quer saber dos fatos que marcaram o ano.

> O RETORNO


Harper Lee publicou um novo romance quase 55 anos depois de praticamente abandonar a literatura. O livro inédito se chama Vá, coloque um vigia e chegou as nossas livrarias pela editora José Olympio com tradução Beatriz Horta. É uma continuação do clássico O sol é para todos e, ao contrário do que você pode imaginar, não decepciona. Valeu a espera.

Fernando Bonassi também é outro retorno notório. Ele andava sumido da prosa de ficção, parece que estava envolvido com outros trabalhos (ele também é roteirista e dramaturgo), mas reapareceu esse ano com o romance Luxúria.

> O APARECIMENTO


Precisamos saudar a chegada de O pai morto, de Donald Barthelme com tradução Daniel Pellizzari - o lançamento é da Rocco e foi pouco comentado. O escritor norte-americano falecido em 1989, aos 58 anos, ainda era inédito no Brasil. Ele foi aclamado pela crítica anglófona como um autor de estilo pós-moderno e tinha Machado de Assis, Gabriel García Márquez e François Rabelais como influências confessas. Tomara que a editora aposte nas traduções dos contos - o file mignon da obra de Barthelme.

> O FIM
Impossível não falar no fechamento da Cosac Naify. A notícia é triste porque era uma editora preocupada em publicar inéditos, novos, antigos, boas traduções e edições bem acabadas. Uma pena! Não sou especialista no assunto, mas tomara que não seja sinal de uma crise do setor de negócios do livro. A boa notícia é que o catálogo será absorvido por outras editoras.


Também chega ao fim a revista Arte & Letra: Estórias, publicada pela editora curitibana Arte & Letra. Ela cumpria uma função muito interessante de publicar autores brasileiros em começo de carreira, traduzir autores estrangeiros inéditos no país e colocar em circulação autores do passado que andavam meio esquecidos. As edições eram caprichadas. O último número - com a letra Z - saiu esse mês e tem Almeida Faria, Marta Brunet, Selva Almada, Rogério Pereira e outros. Vai fazer falta!

> O COMEÇO
Para compensar as perdas, temos os ganhos. A editora Carambaia abriu as portas em 2015 focada em publicar "obras esquecidas ou nunca traduzidas de autores em domínio público" - os clássicos da literatura sejam famosos ou obscuros. As tiragens são pequenas, as edições têm projeto gráfico primoroso e a venda é apenas pela internet. Notem que é uma editora muita específica para um público muito específico. Vida longa!

Já abriu as portas, em esquema reduzido, a Patuscada Livraria, Bar e Café - deve começar com força mesmo no ano que vem. A empreitada é do Eduardo Lacerda, editor Patuá. Como o próprio nome já diz vai ser uma livraria e um espaço para celebrar a literatura através de eventos, palestras, espaço de leitura e ponto de encontro para tomar uma bebida. Vida longa (2)!


Outra novidade é a revista digital Peixe-elétrico, empreitada do Tiago Ferro, do Ricardo Lísias e da Mika Matsuzake. A revista sai a cada dois meses e fica à venda nos sites da amazon, apple, google play, kobo, livraria cultura e saraiva. Já está no terceiro número com textos de fôlego. Vida longa (3)!

> EFEMÉRIDES
Sem nenhuma sombra de dúvida, a efeméride mais importante desse ano foi o centenário de nascimento do semiólogo francês Roland Barthes celebrado em 12 de novembro. Ele nunca escreveu um livro de ficção, mas via no texto literário uma espécie de zona livre do "fascismo" do significado - na semiologia tudo é concebido como um sistema de significação seja uma imagem, um gesto, um som, um objeto etc. Em seus últimos anos de vida começou a esboçar algumas ideias para um romance batizado de Vita nova. Infelizmente o projeto foi interrompido pela sua morte abrupta. Seja como for, ele produziu uma obra fundamental para iluminar a sociedade do século XX e XXI, sobretudo se considerarmos todo o conflito linguistico e discursivo que permeia a política, a cultura e a sociedade atual.

Outro fato importante foram os 70 anos de morte do escritor Mário de Andrade o que tecnicamente coloca toda a sua obra em domínio público. Vieram reedições de livros que estavam sumidos, a escolha para ser o autor homenageado da FLIP e até uma carta inédita endereçada a Manuel Bandeira em que ele falava a respeito da sua homossexualidade.


Vale lembrar os cem anos de publicação de A metamorfose, de Franz Kafka. Aquela famosa novela em que depois de uma noite de sonhos intranquilos um caixeiro viajante chamado Gregor Samsa encontra-se "em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso".

Também fez aniversário de 40 anos o romance Lavoura arcaica, de Raduan Nassar - publicado originalmente em 1975.

***

> PRÊMIOS
O ano também foi de prêmios literários - muita gente diz que não dá à mínima, mas sempre tenta descobrir quem ganhou o quê. Vamos a eles:

Bad sex in fiction
Se você acompanha o Casmurros já deve saber que o bad sex premia as cenas mais constrangedoras de sexo da literatura. O ganhador do ano foi List of the lost, de Morrissey - a incursão do cantor e compositor inglês na prosa de ficção (ainda inédito em português). O livro é sobre uma equipe de revezamento de corrida que nos anos de 1970, em Boston, acidentalmente mata um demônio que amaldiçoa todos. A maioria das resenhas foi negativa, portanto, o livro era um forte candidato ao prêmio. O trecho sexual apontado pelos jurados é o seguinte:

‘At this, Eliza and Ezra rolled together into the one giggling snowball of full-figured copulation, screaming and shouting as they playfully bit and pulled at each other in a dangerous and clamorous rollercoaster coil of sexually violent rotation with Eliza’s breasts barrel-rolled across Ezra’s howling mouth and the pained frenzy of his bulbous salutation extenuating his excitement as it whacked and smacked its way into every muscle of Eliza’s body except for the otherwise central zone.’

Nobel
A vencedora foi a bielorrussa Svetlana Alexievich. Ela é autora de livros de não-ficção (grandes reportagens com tratamento quase literário). A decisão da Academia Sueca teve motivações não só políticas considerando que a Rússia está no centro do debate político mundial, mas também estéticas já que a não-ficção tem ganhado papel de destaque ante a ficção.

Man Booker Prize
O prêmio inglês foi para A brief history of Seven Killings, de Marlon James. É a primeira vez em que um autor de jamaicano ganha esse prêmio. O livro conta a história de uma tentativa de assassinato de Bob Marley, em 1976, na Jamaica e as consequências desse evento na guerra de combate ao crack, em 1980, em Nova York e na política jamaicana dos anos 90

National Book Award
O prêmio de ficção foi para Fortune Smiles: stories, de Adam Johnson. Para quem não lembra, ele é o autor de Jun Do (The orphan master's son), livro que ganhou o Pulitzer, em 2013

Pulitzer
O ganhador foi Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr que antes mesmo de ser premiado já estava nas nossas livrarias - saiu pela Intrinseca com tradução de Maria Carmelita Dias.

Prêmios literários franceses: Goncourt, Renaudot, Médicis e Zorba
As instituições francesas resolveram premiar autores pouco conhecidos foram do mundo francófono. Os vencedores dos prêmios Renaudot, Médicis e Zorba respectivamente foram: D'après une histoire vraie, de Delphine de Vigan; Titus n'aimait pas Bérénice, de Nathalie Azoulai e La terre sous les ongles, de Alexandre Civico. Exceção ao Goncourt que premiou La Boussole, de Mathias Énard - ele tem um livro publicado no Brasil pela L&PM

Prêmio José Saramago
O ganhador desse ano foi As primeiras coisas, de Bruno Vieira Amaral. É o romance de estreia desse jovem autor português - ele tem apenas 37 anos. A imprensa portuguesa fez críticas muito boas a respeito. Alguém para ficarmos de olho.

Oceanos (antigo Portugal Telecom)
Pelo que entendi, o prêmio foi remodelado e no total são quatro premiados - independente de serem livros de prosa ou poesia. Nesse ano, os três primeiros foram de prosa Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago; Por escrito, de Elvira Vigna e A primeira história do mundo, de Alberto Mussa

Apca
Associação Paulista de Críticos de Artes escolheu o romance O senhor agora vai mudar o corpo, de Raimundo Carrero e o livro de contos Jeito de matar lagartas, de Antonio Carlos Viana

Fundação Biblioteca Nacional
Os premiados foram o romance Turismo para cegos, de Tércia Montenegro e o livro de contos Sem vista para o mar, de Carol Rodrigues

Jabuti
Parece que nesse ano correu tudo bem, não houve nenhum problema, nenhuma polêmica e os vencedores foram Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende e o livro de conto Sem vista para o mar, de Carol Rodrigues que já tinha levado o prêmio Fundação Biblioteca Nacional

SP de Literatura
O vencedor na categoria melhor livro do ano foi Tempo de espalhar pedras, de Estevão Azevedo. Já na categoria autor estreante com mais de 40 anos o vencedor foi Nossa terra – vida e morte de uma santa suicida, de Micheliny Verunschk e na categoria autor estreante com menos de 40 anos o vencedor foi Enquanto deus não está olhando, de Débora Ferraz.



Sesc de Literatura
Os vencedores desse ano foram Antes que seque, de Marta Barcellos e Desterro, de Sheyla Smanioto

***

A caixa de comentários permanece aberta para quem quiser relembrar outros acontecimentos desse ano. Prometo que volto a qualquer momento, antes de 2016 chegar.

*Imagem das capinhas: divulgação / montagem: Rafael R. 
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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PRESENTES DE NATAL 2015 (II)

Muita gente viu as dicas de presentes de natal e escreveu dizendo que estão com problemas do tipo: a) não sabem como presentear aquele amigo que compra livros toda semana e já tem tudo (ou quase tudo); b) aquele amigo que já está cansado de ganhar livro todos os anos; c) aquele amigo que é escritor (esse caso pode ser um misto das duas situações anteriores).

Não tem problema. Montei uma lista com dez dicas de presentes que fogem dos livros de prosa de ficção, mas que passeiam pelos temas “literários” - vamos dizer assim. Para agradar a gregos e troianos.

O serviço inclui imagem do produto, preço e nome da loja onde você pode encontrá-lo. Lembrando que os preços podem variar em função de ofertas promocionais, descontos, compra pela internet, saldão etc. Não se esqueça de ficar atento ao prazo de entrega nos casos de compra pela internet.

Boas compras!


1. Agenda 2016 com gravura de Goeldi Chuva na Livraria Cultura, R$ 54,90

2. Terrário em livro, da Simone Prokropp na Estar Móveis, R$ 420,00

3. Camiseta TV com desenho do escritor Millôr Fernandes na loja do IMS, R$ 39,90

4. Pôster Volúpia e Ilusão, da Hilda Hilst na Obscena Lucidez, R$ 31,00

5. Aparador de livros O pequeno príncipe na Tok Stok, R$ 48,50

6. Caderninhos Um ano de páginas em branco do Cícero Papelaria, R$ 60,00

7. Marcador de livro James Joyce na Estamparia Literária, R$ 14,00

8. Caneca Retrô Vaca na Uatt, R$ 39,90

9. Livro de fotografias Cabanagem, de André Penteado (Editora Madalena / Editora Terceiro Nome). O fotógrafo percorreu as cidades do Pará em busca de marcas que fatos históricos deixaram no presente. O envelope que embala o livro tem duas versões: verde ou vermelha. Pode ser encontrado na Livraria Madalena, R$ 150,00

10. Caixa decorativa Marvel na Etna, R$ R$ 119,90

*Imagem das capinhas: divulgação / montagem: Rafael R.
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

PRESENTES DE NATAL 2015

Não, não, não e não! O Casmurros não acabou. É que eu fui ali ler um livro bem longo e o trabalho, mais as coisas da vida foram me chamar. Por isso que eu fiquei ausente esse tempo todo. Enquanto estive fora tantas coisas aconteceram no mundo da ficção que eu levaria uma vida inteira para repassar tudo. Seria um trabalho hercúleo e o resultado um tanto inútil. Afinal, vivemos um tempo frenético, lancinante, hiperconectado e com altas doses de informação. Em questão de segundos a gente sabe que a Dona Maria acabou de levar um tombo lá nos confins da China. Sendo assim, só me resta lançar mão daquela máxima: "notícia velha não faz comida boa".

Por isso, vamos em frente!

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Voltei e já que estou retornando em dezembro, não pude fugir daquela tradição de todos os anos e organizei uma seleção de presentes para o natal. Para animar as comemorações e agitar um pouco a poeria deste blog. No "guia de compras" entraram apenas livros de ficção em prosa lançados ao longo do ano de 2015. A intenção é ajudar na hora das compras de última hora para o amigo secreto e tudo o mais. Com essas dicas você não vai fazer feio - pode ter certeza.

O serviço inclui imagem de capa do livro, título, autor, tradutor, preço e link para o site das editoras. O preço pode variar dependendo da livraria em que você compra em função de ofertas promocionais, programas de fidelidade, descontos, compra pela internet, importação, saldão etc.

Boas compras!

S, de J. J. Abrams e Doug Dorst com tradução de Alexandre Martins e Alexandre Raposo (Intrinseca; R$ 99,90). Um livro do passado é o ponto de encontro de dois leitores do presente que se comunicam por anotações, cartas, recortes de jornal, fotografias, cartões postais, mapas e bússolas. O leitor celebra o livro como objeto físico ao mesmo tempo em que tem o desafio de decifrar o mistério escondido em suas estórias cruzadas.

Contos completos, de Liev Tolstói com tradução de Rubens Figueiredo (Cosac Naify; R$ 139,90). O autor de romances clássicos e monumentais demonstra com sutileza a arte do conto em edição completa, caprichada e definitiva.

As rãs, de Mo Yan com tradução de Amilton Reis (Companhia das Letras; R$ 52,90). A beleza deste romance está concentrada não só na maneira como o autor trata o tema principal da estória - a política do filho único na China -, mas também na sua escrita alucinante, irônica, cheio de humor negro e personagens femininas marcantes.

Viva a música, de Andrés Caicedo com tradução de Luis Reyes Gil (Rádio Londres; R$ 29,90). Espécie de romance de formação em que a jovem Maria del Cármem Huerta abandona a vida pequeno burguesa para dar uma volta no mundo crú, urbano e selvagem de Cali regado a doses industriais de drogas e música.

Luxúria, de Fernando Bonassi (Record; R$ 40,00). Quase uma pequena alegoria do que acontece no momento político-econômico do país: crença na satisfação através do consumo; onda conversadora; crise hídrica e outras tantas coisas mais. É o retorno de Bonassi a literatura de ficção.

O negociante de inícios de romances, de Matéi Visniec com tradução de Tanty Ungureanu (É Realizações; R$ 59,90). Imagine um mundo repleto de softwares que são capazes de escrever livros e você é um aspirante a escritor desanimado da vida. Um belo dia você encontra um sujeito que ditou a frase de abertura dos principais romances de Camus, Kafka, Mann e outros mais. É claro que você vai negociar com ele.

A amiga genial, de Elena Ferrante com tradução de Maurício Santana Dias (Biblioteca Azul; R$ 44,90). Outro romance de formação. A misteriosa escritora italiana que não faz aparição pública conta a estória de uma longa amizade entre duas garotas na cidade de Nápoles, na década de 1950.

Talco de vidro, de Marcello Quintanilha (Veneta; R$ 59,90). Nessa história em quadrinhos uma dentista entra numa crise existencial pesadíssima movida pela inveja. Aos poucos, sua vida estável ganha contornos de terror psicológico em preto e branco.

O dia do gafanhoto e outros textos, de Nathaniel West com tradução de Alcebíades Diniz (Carambaia; R$ 87,90). Uma novela que retrata em contornos bem definidos o bastidor amargo de Hollywood em meio a crise de 1929. De bônus, a edição inclui contos, ensaios e um poema inédito do autor.

A resistência, de Julián Fuks (Companhia das Letras; R$ 34,90). Em 1976, a vida de uma família argentina é atingida em cheio pelo duro do regime político daquele país. As consequências são inúmeras e o filho mais novo será o responsável por revelar os fatos.

O adolescente, de Fiódor Dostoiévski com tradução de Paulo Bezerra (Editora 34; R$ 84,00). Um jovem de 20 anos, filho bastardo, tem o sonho de se tornar milionário para superar a sua origem humilde e arma um plano. Nem tudo vai bem quando ele tenta colocar o projeto em ação. Mais um romance de formação.

*Imagem das capinhas: divulgação / montagem: Rafael R. 

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sábado, 28 de novembro de 2015

CARREGANDO...

Frame de "Mourir Auprès de Toi", dirigido por Spike Jonze, 2011


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terça-feira, 14 de abril de 2015

GÜNTER GRASS (1927-2015)


O escritor Günter Grass morreu ontem a noite, na cidade de Lubeca - norte da Alemanha. Ele estava com 87 anos e tratava de uma infecção respiratória. Parece que foi uma morte repentina. Segundo informações das agências internacionais de notícias, ele estava trabalhando e tinha terminado um livro de contos, poemas e desenhos que deverá ser publicado em breve.

Dizer que Grass era o maior nome da literatura alemã moderna é chover no molhado. Sua obra confirma o seu prestígio internacional, não só pela beleza da forma literária, mas também pela crítica direcionada a história recente da Alemanha. Inclusive, ele pedia aos autores das novas gerações que também fizessem esse papel abordando temas espinhosos a nossa sociedade atual. O tambor, sua obra-prima, é o romance que melhor reúne essas características.

Uma pena que seus livros publicados no Brasil estejam fora de catálogo. Qualquer leitor que queira conhecer ou reler Grass terá que recorrer aos sebos. Não existe nenhum problema nisso, sebos salvam a literatura do mundo todo - guardadas as devidas proporções, lembram aquelas pessoas que decoram livros inteiros em Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. No entanto, é triste perceber que um escritor tão importante esteja fora de circulação "oficial".

Uma amiga me dizia que novas edições colocam um autor em evidência e despertam novamente o interesse dos leitores. É aquela falsa máxima "o novo que 'renova'". Pode ser uma percepção ingênua, mas com a qual concordo de alguma maneira. Seguimos esperando esses relançamentos . Assim, Grass poderá descansar em paz ao saber que permanece vivo para sempre em nossas estantes por meio de sua obra.

*Imagem: reprodução Wikipedia.
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terça-feira, 7 de abril de 2015

ANOTAÇÕES EM TORNO DO TOURNAMENT OF BOOKS 2015



Terminou na semana passada o Tournament of Books 2015 - um dos torneios de livros mais bacanas do mundo. Visto de longe, parece uma espécie de competição cultural que diz mais respeito aos norte-americanos (ou falantes de língua inglesa) do que a gente. Só que uma espiadinha descompromissada não faz mal a ninguém e como eu sempre digo: os livros que conseguem boa repercussão lá tem grandes chances de aparecerem nas nossas prateleiras em bom português. Também acho que toda movimentação em torno do torneio serve como um termômetro para avaliar a quantas anda a prosa de ficção naquele mercado editorial.

Cinco autores que estavam participando do torneio são conhecidos no Brasil, mas apenas dois livros concorrentes foram traduzidos: Aniquilação, de Jeff VanderMeer (tradução de Braulio Tavares) e Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr (tradução de Maria Carmelita Dias), ambos sairam pela editora Intrínseca. Os outros três autores conhecidos são Elena Ferrante (vai sair pela Globo Livros), Sarah Waters (tem livros publicados pela Record) e David Mitchell (tem livros publicados pela Companhia das Letras).

Minha torcida particular era pelo David Mitchell. Li dois livros dele, mas não The Bone Clocks - só acompanhei a repercussão pela imprensa internacional. Mas acho Mitchell bastante talentoso e a revista Granta junto com toda a crítica especializada de língua inglesa atesta isso. No mais, simpatizo com a timidez, o gosto musical e a gagueira do autor. Seja como for, para minha tristeza e tristeza dos seus fãs, ele foi eliminado nas quartas-de-final.

Depois de 4 semanas, os dois livros sobreviventes que fizeram a grande final foram: Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr e Station eleven, de Emily St. John Mandel. O livro vencedor foi Station eleven numa votação esmagadora de 15 votos contra 2.


Pelo que pude descobrir Emily St. John Mandel (autora do livro vencedor) é canadense, mas mora em Nova York. Já publicou quatro romances e foi finalista dos prêmios National Book Award e PEN/Faulkner Award. Ela não tem nenhum livro publicado no Brasil, por enquanto. Alguém tem interesse?

*Imagem: reprodução.
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quinta-feira, 26 de março de 2015

REVISTAS LITERÁRIAS DA TEMPORADA

Faz tempo que não apareço aqui e faz tempo que não falo de revistas literárias - esse objeto em extinção, dizem as más línguas. Pois bem, vou celebrar a quantidade de boas publicações que brindam os nossos olhos e mentes enquanto essa morte anunciada não chega. Abaixo tem um apanhado geral das revistas mais conhecidas (nacionais e gringas). Se por acaso eu esqueci de mencionar alguma, por favor, escrevam nos comentários que faço correções e atualizações. Se você publica alguma revista do gênero fique a vontade para comentar também.

Agora corra para às livrarias, bancas ou lojas virtuais para comprar um exemplar.


SERROTE #19
A revista brasileira de ensaismo publicou um novo número com o mesmo capricho de sempre. Já na abertura, Silviano Santiago assina um ensaio fantástico chamado Grafias de vida - a morte em que trata a respeito do fato e da ficção na construção de personagens reais ou imaginadas. John Jeremiah Sullivan escreve um ensaio para falar sobre o gênero ensaio. Antônio Xerxenesky fala sobre a metafísica de Miami Vice. Luigi Amara escreve sobre perucas e Charles Baudelaire envia uma carta a Richard Wagner. Imperdível!



JANDIQUE #7
Revista voltada para ficção e novos escritores está a todo vapor. Seu número mais recente tem textos de Newton Sampaio, Dione Carlos, João Lucas Dusi, Victor Augusto Iannuzzi Corrêa, Victor Hugo Turezo, Douglas Cardoso, Marcos Pamplona, Otavio Linhares e Ottavio Lourenço. Para completar tem uma entrevista com André Viana, autor do livro O doente (um trecho do livro está no fanzine Casmurros #4). As ilustrações da revistas ficaram a cargo de Theo Szczepanski.



ARTE E LETRA: ESTÓRIAS Y
Outra revista para quem gosta muito de ficção. O último número saiu no ano passado, mas merece atenção. Tem textos de Teresa de La Parra, Luci Collin, Flávio Izhaki, Mariana Ianelli e outros mais.


MAPA #3
A terceira edição dessa revista saiu no ano passado. De lá pra cá, os editores deram uma pausa. Seja como for, o número tem tantos textos interessantes que você pode ler tudo sem pressa até que chegue o novo número. Tem, por exemplo, Ana Resende, André Gordirro, Jennifer Egan, Anne Enright, Antônio Xerxenesky, Guilherme Gontijo Flores, Luís Henrique Pellanda, Jeffrey Eugenides e outros mais.


PARIS REVIEW #212
A revista literária mais famosa do mundo celebra a primavera. Os textos de ficção são de autores que não são conhecidos por aqui. Vale para descobrir coisas novas e para se esbaldar nas entrevistas definitivas com Lydia Davis, Hilary Mantel e Elena Ferrante (de quem vamos ouvir falar muito nesse ano, pois L'amica geniale é tido como um lançamento muito esperado para esse ano).


MC SWEENEY'S #48
Não é a revista mais antiga, mas é a mais inventiva. Cada número é tão surpreendente que mantém a gente naquela expectativa de como será o próximo. Pois bem, em sua nova edição a Mc Sweeney's vem em dose dupla (isso mesmo - são duas revistas em uma) com visual delirante e muita originalidade. O primeiro volume tem textos da escritora mexicana Valeria Luiselli (o romance Rostos na multidão saiu aqui pela Alfaguara), Téa Obreht (autora do romance A noiva do tigre que saiu pela Leya) e Dave Eggers que dispensa apresentações. O segundo outro volume inclui 6 histórias de autores croatas todos inéditos por aqui.


RASCUNHO #179
Não é propriamente uma revista. É um jornal. Sempre vale mencionar porque é um dos jornais literários de maior atividade no Brasil - ainda bem que ele existe. O cardápio tem tudo aquilo que a gente gosta entrevistas, resenhas críticas, ensaios, artigos e muito mais.


GRANTA #30
Outra revista que dispensa muitos comentários pela sua fama, prestígio e longevidade. Apesar de sua internacionalização a Granta inglesa (a primeira de todas) continua voltando seu olhar para a literatura do mundo, de outros países, de outros territórios não necessariamente europeu, anglófono e ocidental. A nova edição é dedicada a Índia e tem um amplo painel da ficção produzida por lá - não conheço nenhum dos autores presentes no número e tenho a impressão de que também não são conhecidos por aqui. Vale a pena dar uma olhada enquanto uma nova edição da versão brasileira da revista não chega.

*Imagens: divulgação.
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

JULGANDO LIVROS PELA CAPA (4): PORTUGAL X BRASIL

Se você acompanha esse blog desde o começo deve saber que todos os anos faço uma brincadeira comparando as capas dos mesmos livros em edições portuguesas e brasileiras. Nem preciso dizer que virou tradição, pois será o quinto ano da brincadeira.

Vale lembrar que não sou especialista no assunto e estou comentando as capas descompromissadamente - com certa dose de humor, senão ninguém aguenta. Cada país tem a sua própria cultura visual e cada consumidor tem uma preferência na hora de escolher um livro pela capa. As observações servem como um exercício especulativo sobre o trabalho do capista (ou da editora) na hora de dar uma "cara" ao livro.

A caixa de comentários está aberta para quem quiser participar - por favor, fiquem à vontade. As capas das edições brasileiras estão do lado esquerdo.



A graça infinita (Brasil) / A piada infinita (Portugal), de David Foster Wallace
A edição portuguesa saiu em 2012 e a nossa no final do ano passado. Lá, eles optaram por uma imagem de TV em estilo vintage. Imagino que pegaram carona num ensaio do autor em que ele expõe uma longa teoria sobre certos traços da ficção pós-moderna pensando na quantidade de horas diárias que ficamos em frente a TV. Não foi uma ideia ruim. Seja como for, nada é páreo para a capa e o projeto gráfico de Alceu Chiesorin Nunes, Nik Neves e Elisa Braga que dispensa explicações. Ponto para Brasil por unanimidade do júri!



Acqua Toffana, de Patricia Melo
Faz um tempo que os livros dela estão saindo por uma nova editora aqui no Brasil e ganhando um novo projeto gráfico. Esse livro especificamente ganhou uma capa mais abstrata que não diz muita coisa. Já a edição portuguesa vem com esse quarto de rosto de mulher - conta um pouco sobre o enredo do livro (muito pouco). Ficou elegante. Ponto para os portugueses.



Dora Bruder, de Patrick Modiano
O Nobel de Literatura do ano passado também está em reedição com novo projeto gráfico. Dito isso, parece um pouco injusto avaliar a capa brasileira isoladamente porque ela faz parte de um conjunto de três livros - quando colocados, um ao lado do outro, formam o nome do autor. Infelizmente, estou comentando capas individualmente. Por isso, a edição portuguesa me parece mais charmosa com esse retrato em branco e preto estampado. Alguns podem alegar que estraga a imaginação do leitor ao dar um rosto à personagem. Acho que não. Ponto deles.



NW, de Zadie Smith
A capa portuguesa é um tanto desastrosa na escolha da tipografia e das cores - acho que nisso todos estão de acordo. Não sei dizer ao certo, mas quando vi pensei naqueles livros chatos de negócios e empreendimentos. Os ícones no rodapé também não dizem muita coisa. A nossa capa é melhor por várias razões: a sobriedade da cor preta, o recorte, o mapa, o minimalismo. Desculpem, mas esse é nosso.



A morte do pai - Minha luta 1, de Karl Ove Knausgård
Para avaliar as capas desse livro é preciso saber um pouco do enredo: o autor relembra os anos de sua infância e juventude na tentativa de decifrar a história do seu pai. No percurso ele rompe um pouco das fronteiras que separam os gêneros ficção, ensaio, biografia e memória. Por essa razão, a escolha de um retrato do autor para compor a capa da edição portuguesa parece um tanto redutiva, inadequada. A escolha da casinha isolada sob um céu chumbo é muito mais apropriada. Transmite simbolicamente a atmosfera do livro. Ponto pra gente.



Os luminares, de Eleanor Catton
A capa da edição brasileira é bem interessante porque joga com figuras do zodíaco, mapas astrais e constelações - elementos fundamentais para o enredo do livro. O contraste entre o fundo azul e o branco das linhas também ficou charmoso. No entanto, a edição portuguesa ganha pontos pela composição com as fases da lua, o rosto da pintura e o fundo branco. Esse é deles.



Forma de voltar a casa (Brasil) / Maneiras de voltar para casa (Portugal), de Alejandro Zambra
A comparação dessas duas capas tem um cheiro de covardia. Os portugueses optaram por uma foto muito poética e a cor do título também ficou muito bonita. Difícil não se render. Mas como desconsiderar a beleza originalíssima da edição brasileira? A cor, o fundo com grafismos, a tipografia… nesse caso é empate.



Habitante irreal, de Paulo Scott
Desenhos e ilustrações podem ter certo apelo para alguns leitores. Nisso a capa da edição portuguesa vai bem: mantém a identidade visual da editora e as cores são chamativas. Porém, não consigo decifrar a ligação da fogueira e da coruja com o enredo. A nossa capa é mais certeira. O fundo branco é muito elegante e o boneco do índio sem cabeça e em posição de luta parece flutuar no tempo e no espaço. Tudo a ver com o livro. Ponto nosso!



A paixão, de Almeida Faria
Outra avaliação bastante complicada. Estamos diante de dois estilos muito diferentes e muito específicos. A edição brasileira aponta para o moderno com a fotografia do vilarejo. A edição portuguesa aponta para o clássico com o desenho das três figuras humanas. Cada um com seu estilo. Empate técnico novamente.



A verdade sobre o caso Harry Quebert, de Joel Dicker
A pintura de Edward Hooper que estampa a capa da edição brasileira é muito charmosa. Traduz o clima da pequenina e pacata cidade do interior dos Estados Unidos onde a história acontece. Já a capa da edição portuguesa tem uma bela fotografia de Gregory Crewdson. Como não pensar na misteriosa Nola Kellergan e seu momento dramático? Pode ser empate, né?

*Imagens: divulgação. 
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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

APOSTAS PARA 2015 - NACIONAIS E ESTRANGEIROS

Entra ano, saí ano e a melhor maneira de começar os trabalhos com o pé direito é falando da previsão de lançamentos de livros das editoras nacionais e estrangeiras. Afinal, ano bom é ano com muita novidade. Aposto que você ainda está na praia u voltou ao trabalho com preguiça, mas procurou o termo "lançamentos de ficção 2015" no Google.

As nossas editoras não costumam divulgar o cronograma de lançamentos do ano com muita antecedência. Por isso, estou listando abaixo um apanhado de livros que consegui apurar aqui e acolá. Tem o nome da editora e do autor - em alguns casos consta o título em português ou o título original já que a tradução deve estar em andamento. Não estou mencionando os autores que devem pintar na FLIP e sempre agitam lançamentos.

Senti falta (e vocês também vão perceber) de listar lançamentos dos selos digitais que ganham mais espaço a cada ano. Alõ, editores!

Vale lembrar que são previsões e as editoras podem alterar os cronogramas - assim como pode pintar uma nova onda, tipo "romances com vampiros, zumbis e anjos", "pornô S&M soft" etc. e lançamentos jorrem aos montes. Tudo pode acontecer.

Entre os nacionais destaco o livro de contos do escritor Ricardo Lísias que sempre merece bastante atenção. Na gringa, fico com Tom McCarthy que está fazendo um trabalho esplendoroso com a prosa de ficção e ainda permanece inédito por aqui.

Se alguém descobrir ou souber de algum outro lançamento e quiser contribuir, por favor, mande um sinal de fumaça. Prometo ficar de olho e atualizar a lista a medida que receber as informações.




-> ALFAGUARA
Concentração e outros contos, de Ricardo Lísias
Maior que o mundo, de Reinaldo Moraes
As reputações, de Juan Gabriel Vásquez
Um grão de trigo, de Ngugi wa Thiong'o
Soumission, de Michel Houllebecq
Avenida bonita, de Peter Buwalda

-> BIBLIOTECA AZUL (Globo Livros)
L'amica geniale, de Elena Ferrante
Harvest, de Jim Crace (também haverá reedição de Being dead e Quarentine)
Tetralogio Rabbit, de John Updike (reedição)
Obras completas de Adolfo Bioy Casares – volume B e C
To rise again at a decent hour, de Joshua Ferris

-> INTRÍNSECA
Nós, de David Nicholls
Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr
Summerhouse with swimming pool, de Herman Koch

-> COSAC NAIFY
Não há lugar para a lógica em Kassel, de Enrique Vila-Matas
Em alto mar, de Toine Heijmans
Absalão, Absalão!, de William Faulkner

-> BERTRAND BRASIL
The good lord bird, de James McBride
The snow queen, de Michael Cunnighan
Zoo time, de Howard Jacobson
Hah, de Birgül Oguz

-> ROCCO
Um ano na selva, de Suzanne Collins
Abaixo do paraíso, de André de Leones

-> EDITORA 34
A educação sentimental, de Gustave Flaubert
Contos de Kolimá, de Varlam Chalámov
A escavação, de Andrei Platónov
Os sete enforcados, de Leonid Andrêiev
O adolescente, de Fiódor Dostoiévski
Sátántangó, de László Krasznahorkai
Carmen, de Prosper Mérimée

-> RADIO LONDRES
Atocha, de Ben Lerner
Viva a música!, de Andrés Caicedo
Stoner, de John Williams
A vida em espiral, de Abasse Ndione
Minotauro, de Benjamin Tammuz
Joe Speedboat, de Tommy Wieringa
Está tudo tranquilo lá em cima e Dez gansos brancos, de Gerbrand Bakker
Tirza, de Arnon Grunberg

-> FARO
Espero que sirvam cerveja no inferno, de Tucker Max

-> FOZ 
A rainha ginga, de José Eduardo Agualusa

-> COMPANHIA DAS LETRAS
Rãs, de Mo Yan
O lugar mais sombrio, de Milton Hatoum
A hologram for the king, de Dave Eggers
Como se o mundo fosse um bom lugar, de Marçal Aquino
Os mil outonos de Jacob de Zoet, de David Mitchell
Cloud Atlas, de David Mitchell
Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust (com tradução de Mario Sergio Conti)
City on fire, de Garth Risk Hallberg (sai em setembro, nos Estados Unidos)
Compilação de histórias policiais The Latin American Crime Issue, da revista McSweeney's - entre os autores Joca Reiners Terron, Bernardo Carvalho e Carol Bensimon
Não preciso mais de você, de Arthur Miller
How to be both, de Ali Smith
Biografia involuntária dos amantes, de João Tordo
I racconti e O gattopardo, de Tomasi di Lampedusa
As mudanças e os choques, de Martin Wolf
A era da ambição, de Evan Osnos
Nora Webster, de Colm Tóibín
A zona de interesse, de Martin Amis
Funny Girl, de Nick Hornby
Can’t and won’t, de Lydia Davis
A ilha da infância, de Karl Ove Knausgaard
Os judeus e as palavras, de Amós Oz e Fania Oz-Salzberger
O livro da gramática interior, de David Grossman
A casa assombrada, de John Boyne
A imortalidade, de Milan Kundera
Restinga, de Miguel Del Castillo

Eu não preciso mais de você, de Arthur Miller

-> ESTAÇÃO LIBERDADE
Don segundo sombra, de Ricardo Güiraldes
Humanidade perdida, de Osamu Dazai
Adeus, Tsugumi, de Banana Yoshimoto
O vento leste, de Otohiko Kaga
Medeia, de Christa Wolf
No país do cervo branco, de Chen Zhongshi
Da vida de um inútil, de Joseph von Eichendorff
Divã ocidental-oriental, de J. W. Goethe
Os anos de peregrinação de Wilhelm Meister, de J. W. Goethe

Natan, o sábio, de G. E. Lessing

-> HEDRA
Antologia do conto holandês (1839-1937), 16 contos de 16 autores

-> RECORD
Remissão da pena, Flores da ruína e Primavera de cão, de Patrick Modiano
Luxúria, de Fernando Bonassi
The wolf in white van, de John Darnielle

-> CARAMBAIA
Homens em guerra, de Andreas Latzko 
Soldados rasos, de Frederic Manning 
Juncos ao vento, de italiana Grazia Deledda

-> MUNDARÉU
O fogo, de Henri Barbusse
Uma juventude na Alemanha, de Ernst Toller

-> GRUA LIVROS
A última tentação de Cristo, de Nikos Kazantzakis 




GRINGOS (considerando o mercado editorial norte-americano e de língua inglesa)

Amnesia, de Peter Carey
The First Bad Man, de Miranda July
Lucky Alan: And Other Stories, de Jonathan Lethem
Satin Island, de Tom McCarthy
Trigger Warning: Short Fictions and Disturbances, de Neil Gaiman
The Buried Giant, de Kazuo Ishiguro
Ashes in My Mouth, Sand in My Shoes e I Refuse, de Per Petterson
The Last Word, de Hanif Kureishi
God Help the Child, de Toni Morrison
The Making of Zombie Wars, de Aleksandr Hemon
Purity, de Jonathan Franzen

*Imagens: divulgação.

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