terça-feira, 31 de agosto de 2010

CAROLA SAAVEDRA


Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Muito difícil responder essa pergunta, talvez tenha sido um livro do qual eu nem me lembro mais. Às vezes o impacto de um livro está pouco relacionado a ele ser bom ou ruim, a lembrarmos dele ou não, passa pelo inconsciente. Mas pensando naqueles que me marcaram como escritora, e que guiariam as minhas escolhas literárias, o primeiro foi com certeza, O jogo da amarelinha, de Cortázar.

Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritora?
Não, nunca. Ser escritora sempre esteve nos meus planos, desde que me entendo por gente. O que havia era um grande medo de não conseguir escrever, nesse caso, a escrita continuaria me acompanhando, como uma sombra, uma possibilidade.

Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
É o que disse na Flip, a meu ver, todas as histórias já foram contadas. É muito difícil inovar nesse sentido. O espaço para o novo está na forma que escolhemos para contar essas mesmas histórias. Pensando nisso, as minhas escolhas narrativas: o modelo para armar em Toda terça, as cartas em Flores azuis, e as gravações em Paisagem com dromedário. A ideia básica é a de nunca subestimar o leitor, e ter nele uma espécie de co-autor, alguém necessário para que a história termine de se construir.

No que você está trabalhando agora?
Acabo de lançar o Paisagem com dromedário. Ainda estou muito presa a esse livro, ao discurso que criei a partir dele. Preciso de alguns meses, às vezes um ano ou mais, até conseguir o distanciamento necessário, e começar a pensar em novas ideias para o próximo romance.

Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Muitos, cito alguns: Roberto Bolaño, Juan José Saer, César Aira, Vila-Matas, Thomas Bernhard, W.G.Sebald. Dos brasileiros: Bernardo Carvalho, Sérgio Sant’Anna, Luiz Ruffato, João Gilberto Noll.

*Ilustração: Nathália Lippo.

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