terça-feira, 31 de janeiro de 2012

E-BOOKS... CARREGANDO...


"O grande Gatsby foi atualizado pela última vez em 1924. Você não precisa de nova atualização, não é?" - Jonathan Franzen

Não tem jeito, todo mundo anda cansado das polêmicas envolvendo e-books, mas é quase impossível fugir do assunto. Ainda mais quando uma pessoa como Jonathan Franzen, o autor mais comentado dos últimos tempos, resolve entrar na briga. Para resumir a notícia: Franzen disse durante uma coletiva de imprensa no Hay Festival em Cartagena que os e-books estão corrompendo a sensação de permanência que os livros impressos carregam desde a sua invenção. Um livro impresso não muda. É o registro de um tempo, de um pensamento, de uma vontade e permanece com a forma que o seu autor lhe deu. Em contrapartida os e-books são fluídos. Lendo numa tela temos a sensação de que podemos deletar uma parte, mudar algo e mover tudo.

Detalhes curiosos e importantes: Franzen trabalha num computador sem conexão com a internet, a personagem Walter Berglund do seu romance Liberdade expressa uma ideia semelhante em relação à internet "All the real things, the authentic things, the honest things, are dying off" e seus livros ganharam versões em e-book.

O pensamento parece ingênuo, reacionário e apocalíptico - como muito defensores dos e-books vão dizer -, no entanto ele toca num ponto aparentemente inédito no debate: quem realmente vai garantir a permanência intacta de um livro eletrônico ao longo dos anos? Alguém poderia apagar ou alterar um livro por interesse próprio? Alguma corporação lucraria com isso?

Quando a Wikipédia surgiu muita gente reclamava de censura e controle na edição dos verbetes. A briga de Robert Darnton para digitalização do acervo da Biblioteca da Universidade de Harvard não é à toa. Estudos sobre os efeitos da internet em nossa memória pipocam por todos os lados - que o diga Nicholas Carr (A Geração Superficial / Editora Agir). Em tempos de SOPA, PIPA, caça a pirataria, Wikileaks, compartilhamento de dados e o escambau todo cuidado é pouco.

Voltando a Jonathan Franzen, penso no escritor Tom Rachman. Se ele estiver certo, Franzen (contra e-books), Zadie Smith (contra o Facebook), Jonathan Safran Foer (junto com seu irmão Joshua Foer contra a desmemoria da internet) e muita gente acima dos 30 anos serão os primeiros integrantes da geração que Rachman batizou como “românticos offline” - artigo muito interessante publicado pelo caderno Link, do Estadão.

(Um parêntese se me permitem. Tom Rachman também está numa matéria chamada "Internet imperfeita", publicada pelo Link. Ele fala mais detidamente sobre os "românticos offline", a reação que a hiperconectividade deve gerar em breve, a banalidade do Facebook e outras coisas mais. Vale lembrar que seu romance de estréia, Os imperfeccionistas, acaba de ser publicado em português pela editora Record).

Independente da força dos argumentos contra ou a favor, não existe uma conclusão definitiva sobre os e-books. Escritores, editores, livreiros e leitores estão no mesmo barco sem saber direito como se comportar em relação ao monólito que surgiu nos últimos anos. Parece mesmo que o fim dessa história vai ficar para depois. Enquanto isso debatemos e especulamos.

Ah! Jonathan Franzen estará na próxima edição da FLIP, em julho.

***

Em tempo, quero reproduzir uma nota sobre um futuro negro reservado ao e-book e publicada na coluna Painel das Letras, da Ilustrada/Folha de SP.
Pesquisa com editores americanos divulgada no Digital Book World, nesta semana em Nova York, mostrou um baque na empolgação com o e-book: só 28% creem que suas empresas melhorarão com a transição para o digital - eram 51% em 2011.
Aguardem cenas dos próximos capítulos.

*Imagem: reprodução do Twitter 'Emperor Franzen'

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

LITERATURA E MÚSICA POP NA FRANÇA

Parece que ícones da música pop andam "assolando" a atual literatura francesa. O fato pode ser facilmente confirmado observando dois livros que apareceram na lista de melhores romances de 2011 da descoladíssima revista Les inRocks: Michael Jackson, de Pierric Bailly e Le ravissement de Britney Spears, de Jean Rolin.

Falando dessa maneira fica parecendo que esses autores estão se valendo do sucesso em torno do filão das celebridades para venderem seus livros; ou tentando pegar carona na fama midiática desses artistas para justificarem suas obras. Redondo engano! Os tais ícones do pop servem para discutir questões mais complexas como adolescência, solidão, consumo etc., cercadas de grande humor melancólico.

O cantor Michael Jackson, por exemplo, não está no romance de Pierric Bailly como personagem - nem faz qualquer participação especial. Se não estou enganado, ele aparece de relance quando o narrador diz que o rei do pop nasceu no mesmo dia em que seu pai. Apenas isso. Numa interpretação mais ligeira, o cantor aparece graças a sua imensa força simbólica. Quem não se lembra do videoclipe Thriller com Michael Jackson metamorfoseado em lobisomem? De algum modo essa imagem define a história de um grupo de adolescentes em Montpellier bebendo e festejando sem a menor preocupação com a passagem do tempo, em estudar, arrumar um emprego e pensar no futuro. As metamorfoses da adolescência (meio homem, meio menino, meio assustador, meio atraente) brilham linguagem poética usada por Bailly.

A cantora Britney Spears, ao contrário, está o tempo todo presente em Le ravissement de Britney Spears, de Jean Rolin (em tradução livre o romance receberia o simpático nome de O arrebatamento de Britney Spears). O escritor ficou fascinado com a história de vida da cantora e encontrou nela a trajetória particular de uma pessoa comum e solitária em busca do sucesso. O romance fala sobre um grupo islâmico ameaçando raptar Britney e um investigador fazendo de tudo para impedir a ação. Está tudo lá: a cidade de Los Angeles, a fixação das pessoas por notícias de celebridades, os excessos de Britney e muito mais. Tem até uma paixão platônica do investigador pela bela Lindsay Lohan.

Pierric Bailly tem apenas dois romances e apareceu bastante no blog ao longo do ano passado - tem um artigo e uma tradução livre de um trecho de Michael Jackson na segunda edição do fanzine. Jean Rolin é um escritor veterano, já publicou dezenove romances. Le ravissement... foi tido como uma das apostas da rentrée literária na França no ano passado. Por enquanto, os dois não tem previsão de lançamento em português.

Na mesma linha...

Longe de apontar tendências esses dois acontecimentos franceses não passam de uma feliz recente coincidência. Aqui temos outros três livros que usaram personalidade reais para criar ficção.

PanAmérica, de José Agrippino de Paula. Uma filmagem de episódios da Bíblia serve para reunir Marilyn Monroe, Cary Grant, John Wayne, Marlon Brando, Cecil B. de Mille, Andy Warhol e muitos outros.







Método prático da guerrilha, de Marcelo Ferroni. Ficção e realidade se misturam para contas a história do revolucionário Che Guerrava.








Não há nada lá, de Joca Reiners Terron. Uma galeria de personalidades malditas em que desfila William Burroughs, Jimi Hendrix, Torquato Neto, Aleister Crowley, Fernando Pessoa, Billy-the-kid e Arthur Rimbaud.

*Imagem: reprodução Google.

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

NOTAS #34

Watt
O Harry Ransom Center na Universidade do Texas disponibilizou na internet um manuscrito desconhecido de Watt, segundo romance de Samuel Beckett. Escrito durante a Segunda Guerra, entre 1940 e 1945, o manuscrito é composto por 945 páginas divididas em seis cadernos e folhas soltas. Tem rabiscos, desenhos e muitas anotações. Watt foi publicado apenas em 1953 pela Olympia Press apesar de ter sido concluído no final da Guerra.

Leitura de areia
As férias estão chegando ao fim, mas ainda dá tempo de aproveitar os últimos dias de praia para tirar o atraso da leitura. Foi pensando nisso que a revista VIP preparou uma seleção bem bacana de livros "fáceis de acompanhar". Tem A ilha do tesouro, de Robert Louis Stevenson em edição caprichada da Record; A gente se acostuma com o fim do mundo, de Martin Page em tradução para o português de Bernardo Ajzenberg; Ficção de polpa: Crime!, reunindo contos de vários autores que saiu pela Não Editora e muitas outras coisas. Tem até e-books para os mais tecnológicos. A lista completa está disponível em http://tinyurl.com/7qbu8ao

Lispector em Portugal
Continuando a boa fase internacional, a obra da escritora Clarice Lispector acaba de ser adquirida em Portugal pela editora Relógio d'Água. Até 2018, a editora promete reeditar os livros de Clarice e lançar outras obras de ficção, os livros infanto-juvenis e demais compilações de textos.

Ficção árabe e asiática
O mundo árabe vive um momento de grandes mudanças desde o ano passado com a explosão de movimentos sociais organizados exigindo o fim da corrupção e da tirania em seus regimes políticos. É nesse importante contexto que vai acontecer a quinta edição do International Prize for Arabic Fiction. Bem distante do exotismo a ficção contemporânea produzida nesses países reflete sobre questões de identidade pessoal, do exílio e das transformações políticas. Nesse ano concorrem ao prêmio The vagrant, de Jabbour Douaihy e The druze of Belgrade, de Rabee Jaber (ambos do Líbano); Embrace on Brooklyn Bridge, de Ezzedine Choukri Fishere e The Unemployed, de Nasser Iraq (ambos do Egito); The Women of al-Basatin, de Habib Selmi (da Tunísia); e Toy of Fire, de Bashir Mufti (da Argélia).

O vencedor será anunciado em 27 de março.

***

A região compreendida pelo sul e leste da Ásia também passa por um bom momento na ficção. O tradicional Man Asian Literary Prize teve dificuldades para escolher cinco concorrentes na edição desse ano. Tanto que a organização do prêmio decidiu incluir sete livros na lista final para revolver o problema. A decepção foi a ausência de 1Q84, de Haruki Murakami - um fênomeno de vendas e sucesso de crítica, merecia ao menos uma indicação. Concorrem ao prêmio The wandering falcon, de Jamil Ahmad (Paquistão); Rebirth, de Jahnavi Barua, The sly company of people who care, de Rahul Bhattacharya e River of smoke, de Amitav Ghosh (os três da Índia); Please look after mom, de Kyung-Sook Shin (Coréia do Sul); Dream of Ding Village, de Yan Lianke (China); e The lake, de Banana Yoshimoto (Japão).

O vencedor será anunciado em 15 de março.

Encontro de gigantes
Quando dois grandes escritores se encontram a conversa pode ser sobre qualquer assunto. De amenidades a questões profundamente filosóficas. E quando Henry Miller encontra Anaïs Nin? Um vídeo mostra a conversa dos dois em torno de sonhos e morte... http://tinyurl.com/8xt6o7a

Bad boys e bad girls da literatura
Ao contrário do que muita gente pensa nem só de bons mocinhos vive a literatura. Há também os garotos malvados (ou bad boys, se você preferir). O blog Flavorwire com suas divertidas listas escolheu dez escritores que provocam um verdadeiro reboliço no mundo literário e sempre dão o que falar. Entre outros, a lista tem o hors concours Michel Houellebecq, a família Kingsley e Martin Amis, Norman Mailer, Salman Rushdie e quem diria até Jonathan Franzen. A lista completa está em... http://tinyurl.com/6pxlrmf

***

As mulheres também não ficam atrás. O mesmo Flavorwire preparou uma lista com as mulheres más da literatura. Tem Alice Walker, Sylvia Plath, Simone de Beauvoir e outras mais... http://tinyurl.com/73s3ob8

*Imagem: reprodução do Harry Ransom Center.
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ESCREVA UM LIVRO EM SEMANAS...


... e arque com as consequências!

A edição deste mês da hiperconectada revista WIRED foi toda pensada em torno do tema "#RIOT" (ou 'motim', em bom português). Aparte toda a mobilização da revista em demonstrar que as redes sociais alimentam as "revoltas" sociais, há uma pequena página perdida dedicada a literatura. Não fala diretamente da relação entre a literatura e as rebeliões, mas dispara uma lista com cinco livros que foram escritos em pouquíssimo tempo e que causaram certo reboliço quando foram lançados. A lista recebe o simpático nome de "Speedy Scribes: The Price 5 Writers Paid for Flash Fiction" (algo como "Escribas velozes: o preço que 5 escritores pagaram pela ficção relâmpago") - em inglês, disponível para acesso.

Encabeçando a lista está Laranja mecânica, de Anthony Burgess. O livro consumiu apenas três semanas de trabalho e quando foi lançado deu uma tremenda dor de cabeça ao autor porque ele queria repudiar essa história, de acordo com a revista. Imagino que a adaptação para o cinema deve ter contribuído bastante para isso. Depois vem On the road - pé na estrada, de Jack Kerouac. Diz a lenda mais famosa que o livro foi escrito em 20 dias ininterruptos num único rolo de papel de 120 metros. A história não é falsa, mas já disseram Kerouac teria consumido todo o tipo de droga para se manter acordado quando na verdade ele bebeu apenas café. A lista segue com O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson (escrito em menos de uma semana depois de um pesadelo) e Sangue na neve, de Georges Simenon (escrito em quase duas semanas). O último livro é Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. Segundo conta a revista, Bradbury morava numa casinha com duas crianças barulhentas. Para resolver o problema ele alugou uma máquina de escrever na biblioteca da Universidade da Califórnia por 10 centavos a hora. Resultado: ele escreveu o livro em nove dias.

Depois de ler essas histórias a gente não pode mais acreditar naqueles escritores que dizem que escrever é lento, trabalhoso, difícil e até dolorido. Brincadeira! O trabalho pode ser rápido, mas as consequências podem ser complicadas.

*Imagem: reprodução das capas dos livros que aparecem na Wired em versão nacional.

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sábado, 21 de janeiro de 2012

MISCELÂNEA LITERÁRIA EM 2012

Para encerrar a "série" de textos sobre coisas que vamos falar bastante em 2012 quero apontar uma miscelânea de assuntos gerais que envolvem a literatura e seus arredores. Alguns assuntos podem parecer um tanto óbvios, mas acho importante mencioná-los mesmo que seja para mero registro. Não estou dizendo que são tendências que vão dominar o mundo, mas que aos poucos estão dando as caras por aqui.

Vanguarda literária do pós-guerra
Não sei dizer precisamente porque razão, mas sinto que uma revisão da vanguarda literária francesa dos anos 60/70 anda a espreita. Me refiro especificamente aos autores da geração conhecida por Nouveau Roman e OuLiPo. Tudo o que eles criaram foi demasiado radical para os leitores e terminou datado. Abolir o narrador, contar uma história sem personagens e num espaço indeterminado, escrever romances carregados de experimentos linguisticos (abusando de anagramas, excluindo letras, usando fórmulas matemáticas para selecionar palavras, reescrever a mesma história de maneiras diferentes etc.) eram algumas ideias que propunham. Nada disso foi gratuito e tinha muito em comum com o espírito das duas décadas. A Guerra Fria, o enorme desenvolvimento científico, as novas teorias linguísticas e literárias, o computador, as transformações no comportamento social, todo o contexto contribui de alguma forma para apontar novos caminhos na "arte de contar histórias".

Acho difícil apontar o momento em que voltamos a falar sobre os dois movimentos franceses. Quem sabe nunca tenhamos tirado eles da mente e uma minoria ainda falasse vivamente sobre o assunto. Um fator determinando que nos faz voltar os olhos para essa geração está concentrado em torno do debate sobre a irrelevância da ficção contemporânea. Será que ainda faz sentido contarmos histórias da mesma maneira que os autores dos séculos XIX e XX contavam? Há novas formas de narrar?

A chegada dos e-readers e dos tablets também resgatou a hiperficção que andava esquecida. A última vez que falamos com entusiasmo a respeito do assunto foi nos anos 90 com o boom da internet e da ficção produzida nos blogs e websites. Curiosamente, a hiperficção teve como marco inicial o livro Cent Mille Milliards de Poèmes, de Raymond Queneau (membro da OuLiPo). Evidentemente obras anteriores já continham as sementes dessa ideia de interatividade com o leitor. Pense, por exemplo, em A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy, de Laurence Sterne.

Desde 2008, se não estou enganado, as obras de Georges Perec estão ganhando reedição na França, na Espanha, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Por aqui dois títulos do autor ganharam tradução inédita: A arte e a maneira de abordar seu chefe para pedir um aumento - livro póstumo de Perec - e As coisas, ambos tiveram lançamento pela Companhia das Letras. Notem que em 2009 a revista The Review of Contemporary Fiction dedicou um número inteiro ao escritor; e no final de 2010 a Fundación Luis Seoane, na Espanha, abrigou uma exposição com manuscritos, fotografias e desenhos feitos pelo próprio Perec ao lado de trabalhos de artistas plásticos inspirados no universo literário do autor.

Da "nova" geração, o inglês Tom McCarthy, o argentino César Aira e o português José Luís Peixoto parecem reavivar a memória desses franceses.

Literatura japonesa
Parece que o interesse em torno da literatura japonesa contemporânea deve aumentar nesse ano. A "tendência" será puxada pelo tsunami literário que atende pelo nome de Haruki Murakami e vai atingir o Brasil no segundo semestre. Do ano passado até agora, autores japoneses consagrados ganharam edição/reedição nacional: Kenzaburo Oe, Yasunari Kawabata, Natsume Soseki, Ryūnosuke Akutagawa, Yoko Ogawa etc. Não deve demorar muito para que novos ou desconhecidos escritores também mereçam atenção: Banana Yoshimoto (cujo romance Kitchen merecia uma reedição), Ryu Murakami (que teve apenas dois livros lançados por aqui, se não estou enganado), Natsuo Kirino (seus dois romances saíram pela Rocco), Teru Miyamoto, Mitsuyo Kakuta, Amy Yamada, Kenzo Kitakata etc.

Crítica
O debate sobre o papel da crítica literária no século XXI, na era da internet, deve continuar dominando grande parte dos simpósios, colóquios e encontros acadêmicos - estendo a questão para os cadernos culturais, revistas e blogs (por que não?). Felizmente ou infelizmente, ainda não chegamos a uma conclusão do assunto por mais que todo mundo esteja cansado de ouvir falar a respeito. Resta apenas a esperança de que o debate possa avançar deixando de andar em círculos tentando morder o próprio rabo.

Feiras de livros e eventos literários
Desde a primeira edição da FLIP (em 2004) o número de feiras e eventos literários dobrou no Brasil. O negócio cresceu tanto a ponto de tornar a tradicional Bienal do Livro um pouco sem sentido. Parece que atualmente são realizados 75 eventos desse tipo por ano no país. Daqui para frente o negócio não deve parar de crescer, pois no ano passado o Ministério da Cultura lançou um edital de incentivo aos eventos dessa categoria. Abra espaço na sua agenda.

Livros eletrônicos e tablets
Pois é, taí um outro assunto que já deixou muita gente com preguiça. Seja como for, a chegada do Google Books e da Amazon ao Brasil vão colocar mais lenha nessa fogueira. em breve num jornal ou website bem perto de você.

*imagem: ilustração reproduzida do Google.
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sábado, 14 de janeiro de 2012

COMEMORAÇÕES LITERÁRIAS EM 2012

Dando continuidade à "série" de textos com coisas sobre as quais vamos falar bastante em 2012, chego ao tema comemorações. Listo os autores de ficção em prosa cuja obra promete ser bastante comentada em torno de datas especiais. O ano promete!

Se você sentiu falta de alguém, por favor, deixe um recado nos comentários, mande um e-mail ou um tweet.

Charles Dickens
Um clássico sempre merece uma comemoração. Ainda mais quando se trata dos duzentos anos de nascimento de Charles Dickens. Por isso, ao longo desse ano tire um livro qualquer de Dickens de sua estante, vá a uma livraria comprar alguma reedição ou veja algum filme inspirado em sua obra. Ótima oportunidade para ler Dickens no original, em inglês, ou presentear um amigo com uma caixa contendo seus melhores romances.

Philip K. Dick
Em março completamos vinte anos sem Philip K. Dick. Ele foi um dos maiores escritores de ficção-científica do século passado. Apesar da extensa obra (36 romances e 5 coletâneas de contos) não teve o devido reconhecimento em vida. Ele morreu no mesmo ano em que o filme Blade Runner - o caçador de andróides (baseado no seu livro Do Androids Dream of Electric Sheep?) foi lançado. Seus livros também inspiraram filmes como O vingador do futuro e Minority report - a nova lei. Uma nova versão de O vingador do futuro estrelando Colin Farrell e Jessica Biel será lançada no Estados Unidos em agosto desse ano. O escritor Roberto Bolaño era um grande admirador de Ubik - lançado em português recentemente pela editora Aleph.

Bram Stoker
As comemorações em torno dos cem anos de morte de Bram Stoker, autor de Drácula, tiveram início no ano passado durante a Feira de Frakfurt. Editores ingleses anunciaram que um bisneto de Stoker encontrou um caderno de notas que pertenceu ao famoso bisavô. O livro será lançado na Inglaterra em abril com o título de The Lost Journals of Bram Stoker. A Bram Stoker Estate está programando uma série de conferências e eventos comemorativos nos Estados Unidos.

Jorge Amado, Lúcio Cardoso e Nelson Rodrigues
O que esses três escritores brasileiros tem em comum? Nada, exceto o fato de terem nascido no Brasil em agosto de 1912. As comemorações do centenário de nascimento dos três serão marcadas por reedições e lançamentos inéditos - certamente devem acontecer eventos comemorativos. A obra de Jorge Amado já tem sido reeditada pela Companhia das Letras desde 2008. Para esse ano estão programados um romance, um livro de memórias e um volume com sua correspondência particular. A editora Nova Fronteira ainda não divulgou seus planos para as comemorações em torno de Nelson Rodrigues, assim como a Civilização Brasileira com Lúcio Cardoso.

***

Outros dois nomes que deverão ser bastante comentados nesse ano são Virginia Woolf e James Joyce. Tudo porque a obra dos dois escritores de língua inglesa entra em domínio público. Não vão faltar motivos para comemorar o Bloomsday em junho - sobretudo com o lançamento de Ulysses pela Penguin-Companhia das Letras e Stephen herói pela Iluminuras. Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf ganhará tradução de Denise Bottman e saí pela L&PM.

*Imagem: montagem sobre reprodução de fotos disponíveis na Wikipédia.

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A LITERATURA VAI AO CINEMA EM 2012

Estou preparando uma "série" de textos com coisas sobre as quais vamos falar bastante em 2012. De alguma maneira, essa "série" começou com os lançamentos de ficção previstos pelas editoras ao longo do ano. Agora listo os livros que vão ganhar adaptações para o cinema.

O trânsito entre literatura e cinema sempre existiu, desde a invenção do cinema. Não é coisa de agora. É um caminho natural, imagino. E um livro que vira filme sempre gera movimento: a pessoa que gosta do filme pode comprar o livro e recomendar aos amigos. É difícil ater-se apenas ao grau de fidelidade do filme para com o livro. Todo mundo sabe que as duas formas de arte são diferentes e tem suas particularidades. Há livros que quase não se deixam transformar em roteiros e imagens, assim como filmes que por mais que fossem exaustivamente descritos com palavras jamais poderiam repetir a experiência de ver uma tela com nossos próprios olhos. Estou falando aqui de maneira prosaica.

Se você sentiu falta de algum filme, por favor, deixe um recado nos comentários.

Hergé
Não é propriamente um romance, um conto ou uma novela. É quase isso. É a HQ Tintim, de Hergé. A aventura cinematográfica do intrépido repórter e seu fiel cão tem sido uma das mais comentadas da temporada. A direção de Steven Spielberg e toda a novidade tecnológica por trás da animação prometem. Lançamento em 20 de janeiro.

Stieg Larsson
O ano começa com o filme Millennium - Os homens que não amavam as mulheres. Será a primeira adaptação dos estúdios de Hollywood para o best seller mundial escrito por Stieg Larsson. O livro já tinha ganhado uma versão para o cinema na Suécia, mas não teve o mesmo apelo de marketing e foi pouco comentado. Na versão norte-americana a direção ficou nas mãos de David Fincher (diretor de Zodíaco, O curioso caso de Benjamin Button e A rede social) tendo Daniel Craig no papel de Mikael Blomkvist e a "novata" Rooney Mara dando vida a Lisbeth Salander. O livro faz parte de uma trilogia de sucesso e certamente haverá na sequência filmes para os outros dois livros. Lançamento em 27 de janeiro.

Jonathan Safran Foer
Extremamente alto & incrivelmente perto chega às telas de cinema com direção de Stephen Daldry (curiosamente o nome do filme ficou Tão perto e tão longe). Para a gente não esquecer os incidentes que aconteceram em 11 de setembro nos Estados Unidos e celebrar um grande romance contemporâneo. O elenco tem Tom Hanks, Sandra Bullock e Thomas Horn (o garoto da história que percorre Nova York em busca de encontrar a fechadura que corresponde à misteriosa chave deixada pelo pai). Lançamento em 2 de março.

Guy de Maupassant
Os diretos estreantes Declan Donnellan e Nick Ormerod preparam uma versão para o romance Bel Ami, de Guy de Maupassant. O elenco tem Uma Thurman, Christina Ricci e Robert Pattinson. O lançamento nos Estados Unidos e Inglaterra está previsto para março.

Jack Kerouac
On the road - pé na estrada, a bíblia da geração beat finalmente vai ganhar uma versão cinematográfica. O filme será dirigido por Walter Salles com produção de Francis Ford Coppola (que comprou os direitos de filmagem do livro em 1979). O ator Sam Riley (estrela do filme Control sobre a banda Joy Division) fará o papel de Sal Paradise e Garrett Hedlund (o mocinho de Tron - o legado) será Dean Moriarty. O elenco ainda tem Kristen Stewart, Kirsten Dunst, Viggo Mortensen, Amy Adams, Elisabeth Moss, Tom Sturridge e Terrence Howard. O lançamento está previsto para junho.

F. Scott Fitzgerald
Um clássico de 87 anos aparentemente invencível. Depois de virar até um jogo de videogame, O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald ganha sua terceira adaptação para o cinema. O livro virou filme pela primeira vez em 1949 com direção de Elliott Nugent. A versão mais conhecida foi feita em 1974 com direção de Jack Clayton e roteiro de Francis Ford Coppola. O elenco tinha Mia Farrow e Robert Redford nos papéis principais. O responsável por atualizar a história contada por Fitzgerald será Baz Luhrmann (de Moulin Rouge - amor em vermelho). Dessa vez o casal Jay Gatsby e Daisy Buchanan será interpretado por Leonardo DiCaprio e Carey Mulligan. Promete ser um olhar renovador e fantasioso sobre a Era da Grande Depressão. Lançamento previsto nos Estados Unidos e Inglaterra para dezembro.

Yann Martel
O diretor Ang Lee (Razão e sensibilidade e Brokeback Mountain) vai levar ao cinema uma adaptação de A vida de Pi, de Yann Martel. O romance ganhou o Man Booker Prize em 2002. Conta a história do menino indiano Pi Patel que depois de um naufrágio permanece preso num bote com um tigre, um orangotango, uma zebra e uma hiena. A primeira tradução para o português saiu em 2004 pela Editora Rocco e uma nova edição saiu em 2010 pela Nova Fronteira. Lançamento previsto nos Estados Unidos e Inglaterra para dezembro.

Don DeLillo
Ainda não foi confirmado, mas parece quase certo que David Cronenberg deve estrear sua adaptação de Cosmópolis, de Don DeLillo ainda esse ano. Boatos dão conta de que o filme deve ser lançado até o outono norte-americano. O filme tem Robert Pattinson, Paul Giamatti e Juliette Binoche. A confirmar.

***ATUALIZAÇÃO***

Lionel Shriver
Esqueci de comentar a adaptação do eletrizante romance de Lionel Shriver, Precisamos falar sobre Kevin. A história da mãe que precisa lidar com o fato de seu filho ter sido autor de um massacre no colégio em que estuda foi dirigida pela escocesa Lynne Ramsay (este é seu terceiro longa metragem). Tilda Swinton vive Eva Khatchadourian. O papel lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de melhor atriz - drama. A editora Intrínseca prepara uma edição especial do livro com capa inspirada no cartaz nacional do filme. Lançamento em 20 de janeiro.

Outros
Estréia hoje O espião que sabia demais baseado em livro de John Le Carré. O elenco tem Gary Oldman, Colin Firth e Tom Hardy. Tem também o novo filme de Guy Ritchie para o personagem mais famoso dos romances policiais, Sherlock Holmes.

*Imagem: reprodução do Google.

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

EGOPRESS

Desculpem o "egopress", mas não tenho como contornar esse acontecimento.

A revista Ler&Cia, publicada pela Livrarias Curitiba, me convidou para comentar qual o lançamento mais aguardado para esse ano. Eu queria comentar pelo menos uma dúzia de livros, mas o espaço era curto. Escolhi A trama do casamento, de Jeffrey Eugenides que será publicado ainda esse semestre pela Companhia das Letras (com tradução de Caetano Galindo). Explico algumas razões na página da revista - não leva nem cinco minutos para ler.

***

Em tempo, aproveito para dizer que junto com A trama do casamento a Companhia das Letras vai publicar uma nova edição do primeiro romance escrito por Eugenides, As virgens suicidas. A tradução será feita por Daniel Pelizzari. Não custa lembrar que esse livro rendeu um belo filme homônimo nas mãos de Sofia Coppola.
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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

APOSTAS PARA 2012 - NACIONAIS E ESTRANGEIROS

Falar de novos lançamento é uma boa maneira de dar boas-vindas ao ano que acabou de começar. Na era da internet parece que o tempo urge e as pessoas ficam ansiosas por qualquer novidade. Que atire a primeira pedra aquele sujeito que acabou de voltar da praia e não procurou o assunto "lançamentos 2012" no Google.

Nossas editoras (que não costumavam comentar muito o assunto) divulgaram muitas informações para deleite dos leitores. Por isso, estou listando abaixo os livros que vão aparecer nas prateleiras das livrarias antes do que você pensa. Assim a gente dá o pontapé inicial nesse ano que está com uma preguiça danada de começar. Não estou mencionando os autores que devem pintar na FLIP e sempre agitam lançamentos.

Lembrando que são lançamentos previstos. As editoras podem alterar as datas.

Se alguém descobrir ou lembrar de algum outro lançamento e quiser contribuir, por favor, me mande um sinal de fumaça. Prometo ficar de olho e atualizar a lista a medida que receber as informações.


INTRÍNSECA
A visita cruel do tempo, de Jennifer Egan (capa com ilustrações de Rafael Coutinho)
The art of fielding, de Chad Harbach

L&PM
Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf (com tradução de Denise Bottman)
Jack Kerouac and Allen Ginsberg: The Letters, com organização de Bill Morgan e David Stanford.

ALFAGUARA
1Q84, de Haruki Murakami (com tradução de Lica Hashimoto previsto para o segundo semestre)
O novo romance ainda sem título de Ronaldo Correia de Brito
O céu dos suicidas, de Ricardo Lisias
Reedição das obras completas de Mário Quintana

GLOBO
Novas obras de Herta Müller
Anatomía de un instante, de Javier Cercas
As mil e uma noites - volume 4 (com tradução de Mamede Mustafá Jarouche)
Comédia Humana, de Honoré Balzac (serão lançados os primeiros quatro volumes com tradução de Paulo Rónai)

OBJETIVA
Vida e destino, de Vassily Grossman

AMARYLIS
Contos, de Ivan Búnin

ROCCO
The sense of an ending, de Julian Barnes

RECORD
Os imperfeccionistas, de Tom Rachman
O mapa e o território, de Michel Houellebecq
Parrot and Olivier in America, de Peter Carey

EDITH (selo de Marcelino Freire)
Guia de Ruas Sem Saída, de Joca Reiners Terron com desenhos de André Ducci

COMPANHIA DAS LETRAS
Barba ensopada de sangue, de Daniel Galera
O lugar mais sombrio, de Milton Hatoum
Como se o mundo fosse um bom lugar, de Marçal Aquino
Novos romances de Carola Saavedra, Carlos de Britto e Mello, Zulmira Ribeiro Tavares, Cecilia Giannetti (provavelmente pela série Amores Expressos), Elvira Vigna Luiz Alfredo Garcia-Roza e Noemi Jaffe.
Chamadas telefônicas, de Roberto Bolaño
Receitas para mulheres tristes, de Hector Abad
Os enamoramentos, de Javier Marías
A trama do casamento, de Jeffrey Eugenides (com direito a versão de bolso de As virgens suicidas - tradução de Daniel Pelizzarri)
Contra o dia, de Thomas Pynchon
As coisas, de Georges Perec
Livro, de José Luis Peixoto
Sunset Park, de Paul Auster
Fora do tempo, de David Grossman
A casa do silêncio, de Orhan Pamuk
O legado de Humboldt, de Saul Bellow
Miguel Street, de V.S. Naipaul
Histórias abensonhadas, de Mia Couto
Ulysses, de James Joyce
Ligações perigosas, de Choderlos de Laclos
Open city, de Teju Cole
Mr. Peanut, de Adam Ross
The great house, de Nicole Krauss
O homem é um grande faisão, de Herta Müller
The thousand autumns of Jacob de Zoet, de David Mitchell (com tradução de Daniel Galera)
Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust (com tradução de Mario Sergio Conti)
Strong Motion, de Jonathan Franzen
Focus, de Arthur Miller
HHhH, de Laurent Binet
Senhora, de José de Alencar
Clara dos Anjos, de Lima Barreto

Os quadrinhos de Angeli, Laerte, Lourenço Mutarelli, Caco Galhardo, Gustavo Duarte e Rafael Campos Rocha, Angélica Freitas e Odyr Bernardi, Ronaldo Bressane e Fábio Cobiaco, Vanessa Barbara e Fido Nesti, e Emilio Fraia e DW Ribatski

Reedição das obras completas de Carlos Drummond de Andrade (homenageado da FLIP 2012)

BENVIRÁ
Pássaros na boca, de Samanta Schweblin (ela estará em abril na Bienal do Livro de Brasília)

EDITORA 34
Contos de Kolimá, de Varlam Chalámov
Novelas, de Nikolai Leskov
O adolescente, de Fiódor Dostoiévski (com tradução de Paulo Bezerra)
Oblomov, de Ivan Goncharóv
Meu companheiro de estrada e outros contos, de Máximo Górki (com tradução de Boris Schnaiderman)
Contos de Canterbury, de Geoffrey Chaucer(com tradução de Paulo Vizioli)

COSAC NAIFY
A brincadeira favorita, de Leonard Cohen
Lojas de Canela e Sanatório, de Bruno Schulz (livro em que aparece a novela Rua dos Crocodilos que serviu de base para o livro-objeto Tree of codes, de Jonathan Safran Foer)
Cães heróis, de Mario Bellatin

ILUMINURAS
Pomas, um tostão cada, de James Joyce (com tradução de Alípio Correia da Franca Neto)
O Gato e o diabo, de James Joyce (com tradução de Dirce Waltrick do Amarante)
De santos e sábios, de James Joyce (um livro de ensaios com traduções de Dirce Waltrick, Sergio Medeiros, Caetano Galindo e André Cechinel)
Stephen herói, de James Joyce (com tradução de Alípio Correia da Franca Neto)

BERTRAND BRASIL
The Finkler Question, de Howard Jacobson

EDITORA NOVA FRONTEIRA
The long song, de Andrea Levy


NA GRINGA ANGLÓFONA
The Map and the Territory, de Michel Houellebecq
Distrust That Particular Flavor, de William Gibson
What We Talk About When We Talk About Anne Frank, de Nathan Englander
Varamo, de Cesar Aira
Gods Without Men, de Hari Kunzru
The New Republic, de Lionel Shriver
Hot Pink, de Adam Levin
The Secret of Evil, de Roberto Bolaño
The Hunger Angel, de Herta Muller
Waiting for Sunrise, de William Boyd
Home, de Toni Morrison
The Newlyweds, de Nell Freudenberger
The Chemistry of Tears, de Peter Carey
Railsea, de China Mieville
The Lower River, de Paul Theroux
Lionel Asbo: The State of England, de Martin Amis
No Time Like the Present, de Nadine Gordimer
Umbrella, de Will Self
NW, de Zadie Smith
Zoo Time, de Howard Jacobson

*imagem: capa de A visita cruel do tempo e The secret evil/reprodução.

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

SILVA #2 - JORNAL LITERÁRIO


Para começar bem o ano recebi o número #2 do SILVA - jornalzinho literário organizado pelo Ricardo Lísias. O número vem embrulhado num saquinho de papel daqueles de antigamente que a gente não encontra mais em lugar nenhum. Dividido em duas partes tem textinhos de Verônica Stigger e Eduardo Sterzi; textões de Antonio Marcos Pereira, Tarso de Melo e Ney de Assis (pseudônimo); e desenhos de Fernando Chuí e Evandro Affonso Ferreira. Também tem poemas (incluindo Noemi Jaffe) e um interessantíssimo "Resumos para o twitter", assinado por ninguém menos que Leyla Perrone-Moisés.

O SILVA é assim: não tem Blog, Twitter, Facebook ou versão digital.
A distribuição em papel impresso é gratuita.

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Quem quiser saber o que rolou no SILVA número #1.

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Em tempo quero recomendar uma longa entrevista que o Ricardo Lísias concedeu para a SEGUNDA EDIÇÃO DE FICÇÃO da revista VICE. Não é inédita e nem nova, circulou em novembro/2010 (se não estou enganado). Ele fala de política e literatura - sem caretice ou censura, bem no espírito da revista. Vale a pena ler!

*Imagem: Rafael R.

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