quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

RECADO


Pessoal,

O ano está acabando e esse será meu último post antes de 2011. Ainda tinha um monte de assuntos para comentar, mas por falta de tempo não pude comentar tudo o que eu gostaria de ter comentado. Uma pena! Para o ano que vem devemos ter novidades - melhor não falar antes para não estragar a surpresa.

O blog faz uma pausa de hoje até o dia 05/01/2011. Feliz ano novo!

*imagem: reprodução do Google.
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OS MELHORES DE 2010 PELO UOL

Ainda dá tempo de falar sobre os melhores de 2010?

Daniel Benevides e Marta Barbosa, colunistas do portal UOL, fizeram a listas dos melhores livros de 2010. Cada um teve direito a escolher cinco livros. Os eleitos para Daniel Benevides foram: O mestre e margarida, de Mikhail Bulgákov; 2666, de Roberto Bolaño; Deixe o grande mundo girar, de Colum McCann; e Uma fome, de Leandro Sarmatz. Marta Barbosa escolheu: Caim, de José Saramago; Lady Macbeth do distrito de Mtzensk, de Nikolai Leskov; Lugar, de Reni Adriano; Invisível, de Paul Auster; e Solar, de Ian McEwan.

O portal também aproveitou e pediu ao Paulo Ramos, do Blog dos Quadrinhos, para indicar os melhores do ano. Os HQs e graphic novels estão em destaque faz tempo, mas esse ano foi especialmente recheado de lançamentos interessantes. Os escolhidos foram: Notas sobre Gaza, de Joe Sacco; Bando de dois, de Danilo Beyruth; O fotógrafo - Uma história no Afeganistão, de Didier Lefèvre / Emmanuel Guibert; Kiki de Montparnasse, de José-Louis Bocquet / Catel Muller; Bonjour, de Liniers; Cicatrizes, de David Small; O Quilombo Orum Aiê, de André Diniz; Yeshuah - O círculo interno o círculo externo, de Laudo Ferreira Jr.; SIC, de Orlandeli; A guerra de Alan - As memórias do soldado Alan Ingram Cope, de Emmanuel Guibert.
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O PROBLEMA DAS GERAÇÕES

Tem leitor que vive reclamando da vida e lamentando a falta de aparição de novos escritores. Não adianta, essa busca incessante pela novidade é uma marca do nosso tempo ou pelo menos desde o tempo em que a "modernidade" bateu à nossa porta. Que atire a primeira pedra aquele leitor inveterado que nunca sonhou em pegar a novidade pelo rabo, bem no momento em que ela está nascendo.

Na última década dois livros organizados por Nelson de Oliveira tentaram dar conta do panorama de novos escritores de 1990 até o começo dos anos 2000 – chamada "Geração 90" Manuscritos de computador e Os transgressores. Para o ano que vem ele está preparando um novo livro da série que vai dar conta da produção de 2001 em diante. Vai se chamar Geração Zero Zero e será publicado pela editora Língua Geral.

A Ilustrada trouxe uma reportagem bem interessante sobre o novo livro "Antologia 'Geração Zero Zero' embaralha conceitos". Antes mesmo de ser lançada a nova antologia já está causando polêmica, como aconteceu com as outras duas. O maior problema é o critério de seleção, a criação do rótulo e o que isso inspira nas pessoas.

Enquanto nos dois primeiros livros o critério era estético, para o novo livro o critério é "ter aparecido na última década e ter pelo menos dois livros já publicados". Pela pesquisa do organizador havia 150 escritores aptos a aparecerem na antologia, mas apenas 21 deles foram selecionados depois de conversas, ajustes, acertos, etc.

A lista conta com nomes: Ana Paula Maia, Andrea del Fuego, Carlos Henrique Schroeder, Carola Saavedra, Daniel Galera, Flavio Viegas Amoreira, João Filho, José Rezende Jr., Lima Trindade, Lourenço Mutarelli, Marcelo Benvenutti, Maria Alzira Brum Lemos, Marne Lucio Guedes, Paulo Sandrini, Paulo Scott, Santiago Nazarian, Sidney Rocha, Tony Monti, Verônica Stigger, Whalter Moreira Santos e Whisner Fraga.

Como a gente sabe, por um lado as listas são arbitrárias, perigosas e limitadoras - já falei aqui sobre o assunto. Por outro lado, as listas servem como uma referência para os leitores que estão em busca de informações. Além disso, as listas colocam em circulação o nome de escritores que nem sempre tem chance a uma projeção maior nos grandes veículos de imprensa.

A limitação dessa antologia está no rótulo que seguirá colado a esses autores. Como dizem os críticos, o gesto acaba soando como puro marketing vazio de sentido. Como bem disse Paulo Werneck num outro artigo: "uma antologia deve identificar movimentos, vetores, sensibilidades compartilhadas por um grupo. É preciso um ensaio de peso, uma revista, um manifesto que justifiquem o batismo de uma nova geração literária".

Sem tanto alarde, Karl Erik Schøllhammer publicou em 2010 um livro chamado Ficção brasileira contemporânea - saiu pela editora Record. Ele explica que o livro é resultado de uma “tentativa [de] flagrar o que acontece de significativo na ficção brasileira atual, de maneira a enxergar as continuidades e, principalmente, as rupturas produzidas pelos escritores contemporâneos”. O resultado obtido soa teoricamente mais embasado e com maior estofo crítico. É um contraponto.

*imagem: reprodução.


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domingo, 26 de dezembro de 2010

NOTAS #13


Onde nascem as ideias
Cezar de Almeida e Roger Bassetto organizaram um livro bem diferente dos que estamos acostumados a ver no mercado editorial brasileiro: Sketchbooks - As páginas desconhecidas do processo criativo. Não é graphic novel, HQ, nem livro de ilustração. A dupla registrou imagens dos cadernos de rascunho de 26 artistas contemporâneos brasileiros para mostrar o método criativo de cada um deles. Entre os convidados estão Angeli, Carla Café, Guto Lacaz, Kiko Farkas Lourenço Mutarelli, Rafael Grampá, entre outros. Legal para ver como nascem as ideias - na foto o sketchbook do escritor Lourenço Mutarelli.

Os melhores do ano
Alguns escritores estrangeiros disseram seus livros preferidos de 2010 ao longo dessas duas últimas semanas. O editor da revista Paris Review, Lorin Stein, gostou do livro O caminho de Swann, de Marcel Proust na nova tradução de Lydia Davis. Tom McCarthy, o autor do romance C, gostou de Malina, de Ingeborg Bachmann. Michael Cunningham gostou de Room, de Emma Donoghue e The hunger games, de Suzanne Collins. Paul Harding, o ganhador do Pulitzer 2010, gostou de The country of the pointed firs, de Sarah Orne Jewett e The enchanted wanderer, de Nikolai Leskov. Chimamanda Ngozi Adichie gostou de Red dust road, de Jackie Kay. A S Byatt gostou de Gold boy, Emerald girl: stories, de Yiyun Li. Geoff Dyer gostou de This is not a novel, de David Markson. Dave Eggers gostou de The book of night women, de Marlon James. Colm Tóibín gostou de A mulher foge, de David Grossman.

Leitura indispensável e Flip
Manuel da Costa Pinto, o próximo diretor de programação da Flip, contou para a revista Platero, organizada pela livraria Martins Fontes, as leituras que considera indispensáveis. Entre as indicações estão: A princesa de Clèves, de Madame de Lafayette; O vermelho e o negro, de Stendhal; O idiota, de Dostoiévski; Dom Casmurro, de Machado de Assis; Os sete loucos & Os lança-chamas, de Roberto Arlt; O estrangeiro, de Albert Camus; O Gattopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa; e Desonra, de J. M. Coetzee.

***

Quem está curioso para saber o que Manuel da Costa Pinto anda pensando sobre a próxima Flip pode conferir uma entrevista que ele concedeu à jornalista Mona Dorf. Segundo adiantou, ele não pense em mexer no formato já consagrado da Festa. Por outro lado, pensa em convidar mais autores de língua francesa e italiana. Ele até fala sobre alguns autores que gostaria de convidar, mas que considera presenças pouco prováveis. A entrevista está disponível em http://tinyurl.com/23t8uc3

Hay Festival 2011
O Hay Festival 2011 acontecerá entre os dias 26 de maio to 5 de junho. Alguns escritores convidados foram anunciados essa semana. Devem comparecer a cidadezinha do festival que inspirou a nossa Flip, os escritores Howard Jacobson ganhador do Man Booker Prize; Jean-Marie Le Clezio, o ganhador do Nobel de Literatura em 2008 e Philip Pullman, autor do livro O bom Jesus e o infame Cristo. Mais escritores devem ser anunciados em breve.

In memoriam
A edição de retrospectiva 2010 da revista TIME incluiu o escritor português José Saramago na lista de pessoas importantes que faleceram ao longo do ano. Harold Bloom foi o autor do texto em homenagem ao escritor. Diz ele, "José Saramago, que eu me lembro com muito carinho, será uma parte permanente do cânone ocidental. Ele foi o primeiro escritor de língua portuguesa a ganhar o prêmio Nobel...". O texto completo está disponível em http://tinyurl.com/2dbhs3d

Leitura recomendada
O escritor Michael Cunningham, autor do romance As horas, contou a New York Magazine cinco romances que melhor descrevem Nova York. Os eleitos foram: A era da inocência, de Edith Wharton; Franny and Zooey, de J. D. Salinger; Time and again, de Jack Finney; A luz que cai, de Jay McInerney; e Deixe o grande mundo girar, de Colum McCann. Cunningham acabou de lançar seu novo romance By nightfall - ainda sem tradução para o português.

Podcast
O jornal inglês Guardian está organizando um podcast sobre livros. O podcast na verdade não é novo, mas foi reformulado e está com conteúdo de primeira linha. Toda semana o editor Claire Armitstead promove entrevistas, leituras e discussões com escritores. Entre as pérolas estão Colm Tóibín lendo Music at Annahullian, de Eugene McCabe e Anne Enright lendo Gordo, de Raymond Carver. O arquivo é grande e está disponível em http://tinyurl.com/yztdqtz

*imagem: reprodução.

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sábado, 25 de dezembro de 2010

UM COMENTÁRIO SOBRE AS CORREÇÕES


Terminei na semana retrasada a leitura de As correções, de Jonathan Franzen. Estava devendo um comentário sobre o escritor mais famoso do ano e sobre um livro que é uma pequena obra-prima. Devo dizer que o livro de Franzen é longo e lento para os nossos tempos de dispersão e pouca concentração. Portanto essa leitura exige atenção. O livro é um pequeno catatau de fôlego cumprido. Por isso levei algum tempo para ler. No meio do caminho tive alguns contratempos, mas ao me afastar da leitura pude pensar melhor sobre o que estava lendo. E foi curioso ler As correções perto do Natal, no ano de centenário de Tolstói, na época da estréia do novo filme das Crônicas de Nárnia e no momento em que todos falam de Franzen. Parece que todas as coisas aconteceram juntas.

As correções é uma variação daquele tema do cidadão americano que pertence a classe média, mora nos subúrbios das grandes cidades ou no interior do país e tem uma família formada basicamente por marido, mulher e filhos. A diferença está na maneira como Jonathan Franzen desenvolve esse tema tão comum na literatura norte-americana – penso na tradição de John Updike, Don Dellilo e tantos outros atrás deles.

Ao concentrar todos os seus esforços na construção de suas cinco personagens, os integrantes da família Lambert, Franzen ataca a base daquilo que os Estados Unidos exporta para o mundo todo: o sonho americano. Evidentemente, o ideal de sonho americano já se espalhou e está entranhado na cultura ocidental. Os Lambert, assim como muitas famílias ao redor do mundo, não conseguem alcançar a tão sonhada estabilidade da vida tendo sucesso profissional e felicidade pessoal. Todo mundo sonha com isso. De alguma maneira a gente acredita que esse ideal humano possa abençoar os americanos e os habitantes dos países desenvolvidos, de modo que todos sejam assim como nos comerciais de TV e nos filmes de Hollywood. Por isso, atacar esse monumento da propaganda é sintomático. Não estou dizendo que Franzen inventou tudo isso. Desde que a literatura existe, os temores humanos ganham contornos nas páginas dos livros. Franzen é parte dessa cadeia.

A beleza de As correções está na grandiosidade humanamente trágica das personagens. Como muita gente disse, no momento em que Franzen publicou o romance a literatura pós-moderna (anti-realista, cheia de jogos linguísticos e estruturais) estava no auge nos Estados Unidos. Ele usou o realismo, não de modo retrogrado, para escrever um livro sobre seres humanos que poderiam estar ao nosso lado. Muitos também viram o romance como um pequeno painel do governo Bush e da sensação de ser americano depois dos ataques do 11 de setembro.

Anotei algumas interpretações bem particulares, ligando o romance a essa realidade americana:

Gary, o filho mais velho, mora na Filadélfia com sua mulher e seus três filhos. Sua “nova família” serve como uma espécie de contraponto para a “velha família”. Nela todos os novos valores da América estão presentes: o consumismo desenfreado das crianças, a manipulação emocional da mulher psicologicamente desestruturada, a depressão e a paranóia que rodam a sua vida. Gary queria uma vida diferente, mas ele tenta ser essencialmente racional e pragmático mesmo quando vê que todas as coisas fogem ao seu controle. Ele é incapaz de amar qualquer pessoa, seja sua mulher, seus filhos, seus pais e seus irmãos assim como o contrário também é verdade: ninguém consegue amá-lo. A coleção de fotografias antigas dos Lambert que ele tenta organizar serve como ilustração da sua condição: Gary é capaz de sentir alguma coisa quando olha de longe para elas. Para Gary, inconscientemente, a opressão de sua mãe é a razão de toda a sua infelicidade. Por isso ele tem um certo ódio direcionado a ela.

Chip, o filho do meio, mora em Nova York. Inteligente e bonito, ele se tornou professor numa universidade e tinha tudo para ter um futuro brilhante até que seu narcisismo o levou a manter relações sexuais com uma aluna. Sem emprego e sem vontade de procurar uma outra vaga, ele leva a vida tentando escrever roteiros para cinema. Enquanto Gary é depressivo e paranóico, Chip é narcisista e egocêntrico. Ele não é capaz de se importar com ninguém a não ser consigo mesmo. Por isso ele não se liga a família e não sofre com os problemas que seu pai, sua mãe e seus irmãos enfrentam. De alguma forma, a sua estada na Lituânia representa simbolicamente a política internacional dos Estados Unidos para com outros países menos desenvolvidos do mundo.

Denise, a filha caçula, também mora na Filadélfia. Depois de se casar em segredo e frustrar os planos de sua mãe, ela deseja se tornar uma chef de cozinha. A chance chega às suas mãos através de Brian, um homem rico que vai patrocinar a construção de um restaurante de primeira linha. Tudo começa a ir por água abaixo quando ela se envolve com Robin, a esposa de Brian. Denise é competitiva ao extremo, mas incapaz de controlar suas emoções.

Enid e Alfred, os pais, representam tudo aquilo que os Estados Unidos foram um dia. São parte da geração que viu os Estados Unidos se tornarem um país extremamente influente para o mundo todo.

Enid tenta ostentar a aparência de que sua família é realmente estável e feliz. Ela não quer enxergar os problemas de Gary, os trabalhos escusos de Chip e nem os relacionamentos estranhos de Denise. Embora saiba que nem tudo acontece como ela planeja, para suas amigas, ela conta sempre o contrário do que acontece com seus filhos. Frustrada com a doença de Alfred, Enid busca por um conforto nos antidepressivos – a grande cura para o seu sofrimento. Triste é perceber que ela sofre calada as frustrações da vida e sonha em ter toda a sua família reunida para um último Natal. Um Natal como aqueles dos comerciais de TV.

Alfred parece ser o símbolo dos Estados Unidos. Um senhor velho demais que está doente, mas que não perdeu a lucidez. Ele resiste o tempo todo a ajuda de qualquer pessoa, tem constantes alucinações de perseguição e qualquer gesto que tenha de fazer são verdadeiras batalhas. Em torno dele gira toda a família e todos os grandes conflitos. Os ataques do 11 de Setembro, a era Bush, os problemas econômicos e todos os problemas políticos nos Estados Unidos se assemelham a situação de Alfred.

De certa maneira lembra a humanidade das personagens de Tolstói, como muitos já disseram. Será um exagero? Agora é o momento de esperar por Freedom que deve ser lançado por aqui no ano que vem.

*imagem: reprodução do Google.

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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

PRESENTES DE NATAL PARA AMIGOS

DESCOLADOS

A guimba
Will Self com tradução de Cássio de Arantes Leite
Alfaguara - R$
48,90 em média

Neste livro magistral, Will Self cria um país imaginado, uma mistura de Austrália e Iraque, que atrai turistas para suas belezas naturais mas que, para além dos centros turísticos, esconde um ritual de violência e subjugação que ultrapassa qualquer tentativa de correção política. Alheio a todo o caos político e social, está Tom Brodzinski, um pacato turista americano em visita de férias com a família. Ao atirar a guimba de seu último cigarro pela varanda do hotel, ele provoca um acidente aparentemente banal, mas de desdobramentos impensáveis, que o farão mergulhar no verdadeiro mundo por trás dessa falsa ideia de paraíso.

Ironweed
William Kennedy com Sérgio Flaksman
Cosac Naify - R$ 5
5,00 em média

Ironweed (1983), de William Kennedy (1928), integra a série em torno de Albany, capital do estado de Nova York, dando sequência à saga da família Phelan. Se em O grande jogo de Billy Phelan conhecemos a desgraça de um habilidoso jogador de pôquer e bilhar que se recusa a servir de informante do sequestro do filho de um político poderoso, em Ironweed o pai de Billy, Francis Phelan, ex-jogador de beisebol, abandona a família depois de causar acidentalmente a morte do filho caçula. Francis afunda-se na bebida e passa a viver de bicos em meio à Grande Depressão dos anos 30 e, enquanto vaga pelas ruas, mantém conversas com mortos do passado.

Luka e o fogo da vida
Salman Rushdie com tradução de José Rubens Siqueira
Companhia das Letras - R$ 33,00 em média


Neste novo livro, Luka tem doze anos e sonha em seguir os passos do pai e do irmão mais velho, que já se aventuraram pelo mundo da magia. É então que, sem querer, ele roga uma maldição contra um circo que visita a cidade, cujos animais são maltratados pelo dono, o Capitão Aag. Naquela noite, o circo é destruído por um incêndio. Mas o Capitão Aag se vinga, enfeitiçando o pai de Luka e fazendo-o cair num sono profundo, que acabará por matá-lo se o feitiço não for quebrado. Luka então descobre que o único jeito de salvar o pai é roubando o Fogo da Vida do topo da Montanha do Conhecimento. Ao longo da odisséia de Luka, uma impressionante variedade de mitologias se sucede. Além de ser populado por deuses gregos, romanos, astecas, hindus e nórdicos, o livro também faz alusão ao que se poderia chamar de universo mitológico moderno, como os filmes de Walt Disney, a trilogia De volta para o futuro e o romance Um ianque na corte do rei Artur, de Mark Twain.

Doutor Pasavento
Enrique Vila-Matas com tradução de José Geraldo Couto
Cosac Naify - R$
59,00 em média

Na trama, encontramos Andrés Pasavento em um momento de instabilidade emocional: abandonado pela esposa, perdeu a filha, morta após uma overdose de heroína, e os pais, que se suicidaram afogando-se no Rio Hudson. O personagem, um romancista medianamente conhecido, acaba de ser convidado para um encontro literário, em Sevilha, mas no meio do percurso decide sumir, desaparecer da vista dos conhecidos. Ele passa a inventar relatos ficcionais sobre seu passado ao mesmo tempo que persegue um antigo professor, que vive o resto de seus dias num sanatório.

Anjos da desolação
Jack Kerouac com tradução de Guilherme da Silva Braga
L&PM Editor
es - R$ 68,00 em média

Anjos da desolação, pela primeira vez traduzido e publicado no Brasil, é o único livro a ser diretamente transcrito dos diários de Kerouac, por isso seu caráter documental – como uma carta íntima tornada pública. Em mais do que qualquer outro escrito do autor, o ritmo da fala pode ser sentido a todo instante. Sua prosa jazzística alcança a rapidez do real, a cadência dos diálogos coloca o leitor como um participante privilegiado nas aventuras de Jack Duluoz (alter ego de Kerouac) e dos seus companheiros, personagens recorrentes de outros livros: Cody Pomeray (Neal Cassady), Irwin Garden (Allen Ginsberg), Raphael Urso (Gregory Corso) e Bull Hubbard (William Burroughs), entre outros.

INTELECTUAIS

68 contos de Raymond Carver
Com tradução de Rubens Figueiredo
Companhia das Letras - R$ 54,00 em média


Mesmo após a morte do escritor americano Raymond Carver, em 1988, a importância de sua obra não para de crescer no meio literário internacional. Mas embora ele seja cada vez mais frequentemente saudado como “o novo Tchekhov”, isto é, um novo mestre do conto, sua obra permanece publicada de forma dispersa em quase todos os países do mundo. A seção inicial do volume reúne cinco narrativas feitas entre 1960 e 1967. Em seguida, vêm os dois primeiros livros de Carver: Você poderia ficar quieta, por favor?, de 1976, e Do que estamos falando quando falamos de amor, de 1981. Mais adiante, estão os contos incluídos em Fogos, de abril de 1983, uma miscelânea de ficção, poesia e ensaística. Surge então sua obra-prima, Catedral, que saiu em setembro do mesmo ano. Por fim, na seção “Contos recolhidos”, encontram-se cinco histórias dos anos 1980, que permaneceram inéditas em livro até 2001.

Sartoris
William Faulkner com tradução de Cláudio Marcondes
Cosa
c Naify - R$ 75,00 em média

Publicado em 1929, pouco antes de O som e a fúria, o romance Sartoris é o primeiro situado no condado fictício de Yoknapatawpha, no Mississippi. O volume narra a trajetória de uma família decadente, de passado escravocrata, que vive à sombra do Coronel John Sartoris, morto na Guerra de Secessão. Tia Jenny, a irmã mais nova do coronel, verdadeira guardiã do passado e também da narrativa, é a mulher que alinhava, com sua memória reiterada e reinventada, as tragédias das gerações (passadas e futuras) dos homens da família – Bayard Velho, filho do coronel, e os dois netos gêmeos, também chamados John e Bayard. Tia Jenny sempre amaldiçoa a família, mas conta sua história tantas vezes a ponto de transformá-la em mito. No livro, os grandes acontecimentos nas vidas dos protagonistas solitários, problemáticos e heróicos são apenas sugeridos, e o que se descortina são suas consequências.

Os anéis de saturno
W.G. Sebald com tradução de José Marcos Mariani de Macedo
Companhia das Letras - R$ 46,50 em média


Internado no hospital de Norwich em estado “de quase total imobilidade”, o narrador relata seu ano de andanças por East Anglia, região do leste da Inglaterra onde o próprio Sebald passou boa parte da vida. O percurso desse alter ego o leva a localidades onde os “traços de destruição” da história européia disparam digressões nas quais o autor parece querer grafar a memória de um mundo cuja beleza e fascínio rivalizam com sua tendência à ruína e à deterioração. Assim, o encontro com uma comunidade solitária de pescadores conduz a uma explanação sobre o ciclo de vida do arenque e seu efeito sobre a economia local, e um pequeno trem evoca um relato sobre a revolução de Taiping na China do século XIX.

O mestre e a margarida
Mikhail Bulgákov com tradução de Zoia Prestes
Alfaguara - R$ 59,90 em média


O mestre e margarida é um romance revolucionário, onde Bulgákov narra a fantástica chegada do diabo em plena Moscou comunista dos anos 1930. E satanás não está sozinho; em sua comitiva, há uma feiticeira nua, de "ardentes olhos fosforescentes", um homem de roupas apertadas e monóculo rachado, um gato preto de "proporções espantosas". Tudo começa em uma tarde de primavera, quando Satanás e seu séquito diabólico decidem visitar a cidade e encontram poetas, editores, burocratas e todo tipo de pessoas tentando levar a vida em pleno regime comunista. O que todos ali não sabem é que, depois dessa visita, nada será como antes: um rastro de destruição e loucura mudará o destino de quem cruzá-lo.

Depressões
Herta Müller com tradução de Ingrid Ani Assmann
Editora Glo
bo - R$ 29,90

Uma jovem narra uma crônica de aldeia: a vida cotidiana de sua família, numa comunidade fechada que parece viver nos confins da Segunda Guerra Mundial até os anos 1980, quando o país vivia dentro dos parâmetros do socialismo, com cooperativas estatais de produção voltadas para o cultivo de milho e a criação de gado. A atmosfera social é caracterizada pela ausência de amor, de alegria e de esperança. As crianças são educadas por meio de constante repressão e bofetadas. O convívio entre pai e mãe é tenso e rude. Ele costuma se embriagar, a espanca e a trai com outra mulher. Ela se refugia no choro. Os indivíduos e a coletividade em volta passam seus dias na rotina. Viver para eles é envelhecer, adoecer e esperar a morte.

DESPOJADOS

Orgulho e preconceito e zumbis
Jane Austen e Seth Grahame-Smith com tradução de Luiz Antonio Aguiar
Intrínseca - R$ 29,90 em média


No romance clássico, Jane Austen iniciava a saga das casadouras irmãs Bennet com o aviso: "É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro, possuidor de uma grande fortuna, deve estar em busca de uma esposa." Agora, porém, no tranquilo vilarejo de Meryton, nossa heroína, a guerreira Elizabeth Bennet, treinada nos rigores das artes marciais, está determinada a eliminar a ameaça zumbi. Até que sua atenção seja desviada pela chegada do altivo e arrogante Sr. Darcy. Ela conseguirá superar os preconceitos sociais dos grandes aristocratas ingleses, tão ciosos e orgulhosos de seus privilégios?

Ninguém se mexe
Denis Johnson com tradução de Alexandre Barbosa de Souza
Companhia das Letras - R$ 39,00 em média


Saindo de uma apresentação, Jimmy é interceptado por Gambol, capanga de Juarez, um bandido a quem deve dinheiro. Em fuga por pequenas cidades da Califórnia, Jimmy cruza com Anita Desilvera, uma mulher ardente e alcoólatra, descendente de índios, que acaba de se divorciar do marido que a envolveu em um trambique de US$ 2,3 milhões. Assim é dada a largada para uma trama veloz e violenta que Johnson narra com estilo desabusado e econômico, em parágrafos curtos e diálogos repletos de tiradas espertinhas, enfileirando tiros, mortes, traições, sexo e encontros acidentais.

Pequena abelha
Chris Cleave com tradução de Maria Luiza Newlands
Intrínseca - R$ 29,90 em média


Essa é a história de duas mulheres cujas vidas se chocam num dia fatídico. Então, uma delas precisa fazer uma escolha que envolve vida ou morte. Dois anos mais tarde, elas se reencontram. E tudo começa... Depois de ler esse livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, por favor, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como a narrativa se desenrola.

Arte e a maneira de abordar seu chefe para pedir um aumento
Georges Perec com tradução de Bernardo Carvalho
Companhia das Letras - R$ 29,50 em média


Inspirado num organograma empresarial, Perec imaginou um jogo obsessivo de possibilidades cujo objetivo aparente seria evitar o pior - que por isso mesmo sempre acontece, a cada nova tentativa frustrada do protagonista, concebida como projeção exemplar e preventiva. À maneira de um manual antecipatório, o texto revela o ridículo das ações e das expectativas mais prosaicas do mundo do trabalho, por meio de sua repetição esquemática até o esgotamento. O leitor é o protagonista desse jogo combinatório de probabilidades, que leva a obsessão pelas projeções matemáticas às raias do ridículo. Ao contrário dos manuais que ensinam a vencer na vida e fazer amigos num mundo onde mercado e realidade são sinônimos, este pequeno livro póstumo de um dos escritores mais inventivos do século XX mostra que não há regras nem limites para a imaginação literária.

Do fundo do poço se vê a lua
Joca Reiners Terron
Companhia das Letras - R$ 43,00 em méd
ia

Esse livro conta a história de Wilson e William, gêmeos nascidos em São Paulo nos anos finais da ditadura. William é violento, taciturno e masculino, enquanto Wilson é feminino e dono de inteligência tão sagaz quanto compulsiva. A espinha dorsal do romance é a batalha de Wilson para livrar-se da imagem espelhada do irmão e se transformar numa figura feminina inspirada pelo objeto de sua obsessão, a rainha egípcia Cleópatra, sobretudo como encarnada no cinema por Elizabeth Taylor. Após uma tragédia que separa os gêmeos, uma trama surpreendente envolvendo trocas de sexo, assassinatos e perda de memória conduzirá a história até a enigmática cidade do Cairo. Incitado por um cartão-postal enviado pelo irmão desaparecido, William irá à sua procura e tentará resolver o mistério de seu paradeiro e de sua identidade.

PERVERTIDOS

Snuff
Chuck Palahniuk com tradução de Paulo Reis
Rocco - R$ 32,00 e
m média

O tema de Snuff é inspirado no recorde estabelecido em 1995 pela atriz Annabel Chong, que relacionou-se com 70 homens ao longo de dez horas. Sob pretexto de quebrar este recorde, Cassie Wright procura recuperar a notoriedade e reavivar sua carreira, em franca decadência, sendo filmada para um documentário fazendo sexo com 600 homens – todos voluntários e que foram obrigados a apresentar exames de saúde comprovando saúde perfeita. Os bastidores das filmagens são contados através de diferentes pontos de vista. Além da autoritária Sheila, assistente de Cassie, o Sr. 600, um veterano astro pornô, o Sr. 137, que já foi apresentador de televisão, e o Sr. 72, um jovem desconhecido, relembram suas vidas e o impacto que a atriz causou em cada um deles. Lembranças e segredos levam à exaltação dos ânimos entre os atores e figurantes, que consomem estimulantes e alimentos altamente calóricos, enquanto aguardam sua vez de entrar em cena, sob o comando de Sheila. A verdadeira razão para o retorno de Cassie ao cinema e as suspeitas de que ela tenha um filho, entregue para adoção ainda recém-nascido, complementam a tensão.

Uma mulher
Péter Esterházy com tradução de Paulo Schiller
Cosac Naify - R$ 43,00 em média


Um retrato original e bem-humorado da relação entre um homem e uma mulher – ou muitos homens e muitas mulheres. Vai desde as questões do cotidiano – a casa, o dinheiro, as famílias, filhos, trabalho, comida –, até questões de história e política, compondo um complexo mosaico da figura feminina. O mistério a ser decifrado é a singularidade dessa “uma” mulher que pode ser várias mulheres ou várias facetas de uma mesma (metamorfoseada das formas mais inusitadas).

Que venha a tempestade
Paul Bowles com tradução de José Rubens Siqueira
Alfaguara - R$ 42,90 em média


Ao deixar sua apagada vida para trás, Nelson Dyar parte dos Estados Unidos em direção a Tânger, no Marrocos, para trabalhar numa agência de viagens de um antigo conhecido, Jack Wilcox. Dyar logo percebe que a agência não é o que parece, e que a cidade esconde sua verdadeira face. Lançado à própria sorte, começa a explorar seu perigoso submundo: bares e bordéis, com suas meninas prostituídas; contrabandistas e suas suspeitas transações financeiras; aristocratas decadentes e turistas licenciosos, que fazem de tudo para satisfazer seus desejos. Determinado a realizar algo que dê sentido a sua existência, ele é atraído a um jogo arriscado, do qual suas chances de escapar são cada vez mais remotas.

Os íntimos
Inês Pedrosa
Alfaguara - R$ 35,90 em média


Afonso, Augusto, Guilherme, Pedro e Filipe. Cinco amigos se reúnem num bar de Lisboa, em noite chuvosa, para um longo jantar. Na televisão, assistem a um jogo de futebol enquanto discutem, riem, e falam sobretudo de mulheres. Elas não estão à mesa; a única personagem feminina é Célia, filha do dono do estabelecimento, que conhece bem os hábitos daqueles cinco homens e os serve noite adentro. Mas as mulheres permeiam esse magistral romance de Inês Pedrosa. Elas também mostram sua voz, para contradizê-los, para os ajudar a relembrar amores passados e desilusões.

Poema em quadrinhos
Dino Buzzati com tradução de Eduardo Sterzi
Cosac Naify - R$ 42,00 em média


A história é um reconto do mito grego de Orfeu que, depois de perder a esposa Eurídice, desce ao Hades para tentar buscá-la. Na versão buzzatiana, Orfi é um cantor pop e Eura, sua amada, morre muito jovem. Certa noite, ele a vê passar misteriosamente por uma porta em frente a sua casa. Ao se dirigir também ao local, o jovem é interpelado por um “diabo da guarda”, um paletó que lhe explica como é aquele mundo. Ele concede passagem a Orfi somente se este cantar, para ele e os ali presentes, as coisas do mundo dos vivos, que todos já esqueceram – o medo da tempestade, o amor (por vezes cruel), “a história do homem que deu meia volta”, “quando os olhos do velho cachorro doente nos transmitem a mensagem” etc.

*imagens: divulgação.
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A ALEGRIA DAS LISTAS


Semanas atrás o New York Times publicou um ensaio falando sobre a alegria das listas. O texto faz uma brincadeira criando uma lista de poetas e escritores que interrompem a nossa leitura para nos obrigar a ler listas, catálogos, enumerações, e tudo o mais. Tem autores de todos vários momentos da história da literatura: os clássicos e os modernos. Lembra a ideia por trás do livro A vertigem das listas, de Umberto Eco.

O assunto ganha corpo, sobretudo nessa época, perto do fim do ano. Há listas por todos os lados: o melhor romance, o melhor conto, o melhor autor, a melhor capa e assim por diante. Entra ano e saí ano, coisa tome proporções enormes. Mas a verdade é que nós adoramos listas. A lista exerce um imenso poder de sedução porque ela define aquilo que não conseguimos compreender, citando Umberto Eco novamente. Também não deixo de pensar que uma lista pode servir como um filtro para aquelas pessoas que estiveram ocupadas o ano inteiro com outros assuntos e precisam de um lugar que concentre essa informação - gesto que combina muito com o nosso tempo. Além disso, as listas são instrutivas, divertidas, multiformes, perigosas, confusas e às vezes definitivas.

Para se ter uma ideia, praticamente todos os jornais e revistas americanas já definiram os livros do ano. Nem preciso dizer que Freedom, de Jonathan Franzen esteve em todas essas listas. O romance The imperfectionists, de Tom Rachman também foi bastante citado.

Por aqui, o assunto também já está circulando com força. A eleição do melhor do ano organizada pelo Todoprosa, de Sérgio Rodrigues terminou na sexta-feira. Ganhou O único final feliz para uma história de amor é um acidente, de João Paulo Cuenca, na categoria nacional, e 2666, de Roberto Bolaño, na categoria estrangeira.

Também na sexta-feira, o jornal O Globo começou uma votação pela internet para escolher os seus melhores de 2010. A categoria “melhor livro" mistura ficção e não ficção. Tem Roberto Bolaño, Cristovão Tezza, João Paulo Cuenca, Ian McEwan e outros. Os internautas podem votar aqui.

Com um projeto mais ambicioso, o programa Espaço Aberto da Globonews quer eleger os melhores livros da primeira década do novo milênio. Um júri composto por André Seffrin, Claufe Rodrigues, Edney Silvestre, Flávio Carneiro, Heloisa Buarque de Hollanda, Humberto Werneck, Livia Garcia-Roza, Lúcia Riff, Luciana Savaget e Ricardo Costa escolheu livros de prosa e poesia. Os escolhidos serão anunciados no último programa do ano, dia 31/12. Internautas também podem ajudar votando aqui.

Só que nem tudo é festa, a coluna de Daniel Piza no Estadão disse o seguinte sobre os melhores livros do ano: "É isso aí: poucas e boas reedições, releituras e, para quebrar a modorra, ensaios científicos. Mas é melhor viver disso do que de falsas novidades e velhas picaretagens".

*imagem: reprodução Google.

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Atualização: A revista Bravo! também montou uma lista com os melhores livros nacionais da década e liberou os cinco primeiros colocados no site. Quem quiser acompanhar as listas internacionais pode ficar de olho aqui.

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domingo, 19 de dezembro de 2010

PRESENTES DE NATAL PARA NAMORADOS(AS)

INTELIGENTES

Noturnos - Histórias de música e anoitecer
Kazuo Ishiguro com tradução de Fernanda Abreu
Companhia das Letras - R$ 45,00 em média

Nesta reunião de cinco narrativas, Kazuo Ishiguro deixa de lado a solenidade distendida dos romances para dedicar-se à concisão, à leveza e ao humor concentrado do gênero curto. Noturnos traz contos sobre instrumentistas e amantes da música, de diversas partes do mundo. Nestas histórias, emoções suscitadas por belas melodias convivem com as limitações do mundo da música. Se o poder de tocar o sentimento faz dos músicos seres próximos da genialidade, as exigências do senso comum e da profissionalização os submetem a situações muitas vezes patéticas e hilariantes.

Os embaixadores
Henry James com tradução de Marcelo Pen
Cosac Naify - R$ 99,00 em média

Louis Lambert Strether é um circunspecto americano de meia idade que viaja à Europa com uma missão: resgatar Chadwick, o filho desencaminhado de Mrs. Newsome. O jovem Chadwick deve voltar a Woollett, Massachusetts, para assumir os negócios da família. Nessa empreitada, entretanto, é Strether quem quase acaba se perdendo, primeiro em Londres, depois em Paris, seduzido pelo glamour e pela sofisticação do mundo europeu.

As viúvas de Eastwick
John Updike com tradução de Fernanda Abreu
Companhia das Letras - R$ 54,00 em média

Neste As viúvas de Eastwick, Updike volta a retratar o trio de protagonistas mais de trinta anos depois. Após os acontecimentos do primeiro livro, elas foram viver em cidades diferentes, e agora, viúvas septuagenárias, reatam a amizade e viajam pelo mundo procurando combater a solidão da velhice. Updike nos mergulha na vida de Alexandra, a encarnação da força natural feminina, afastada da família e perdendo a vontade de viver; de Jane, a violoncelista esnobe e sarcástica, que convive com uma sogra aparentemente imortal; e de Sukie, a autora de literatura amorosa, que procura sublimar na ficção o furor carnal que resiste com o passar dos anos. As três decidem voltar a Eastwick para passar o verão e alugam a antiga mansão de Darryl Van Horne, o catalisador de suas peripécias anteriores.

Nada me faltará
Lourenço Mutarelli
Companhia das Letras - R$ 37,00 em média

Nada me faltará narra a história de Paulo, um homem que desaparece misteriosamente com a mulher e a filha e ressurge um ano depois, sem explicações, na frente do prédio onde morava. Paulo é interrogado por médicos, policiais, amigos e familiares, mas não se lembra de nada do que aconteceu. Levado para a casa da mãe, ele se entrega a um estado de cansaço e desinteresse. A situação se complica conforme aumenta a cobrança para que ele volte a se comportar como antes, mas ninguém parece entender que, para Paulo, tudo está bem. O desinteresse pelo paradeiro da mulher e da filha alimenta a suspeita de um investigador e da própria mãe. Somente seu terapeuta, Dr. Leopoldo, se mostrará compreensivo para tentar desvendar o caso de seu paciente.

28 contos de John Cheever
Com tradução de Jorio Dauster e Daniel Galera
Companhia das Letras – R$ 41,00 em média


A obra de Cheever investiga aspectos à primeira vista específicos da vida americana de meados do século xx: a aridez espiritual dos subúrbios ricos e, concomitantemente, a possibilidade de transcendência do indivíduo numa sociedade cujo fundamento é a alienação. Colados à realidade, seus melhores contos soam como críticas inexoráveis do vazio de seus personagens, das vidas anódinas a que estão condenados. Ainda assim, em situações extremas, e por meio de rupturas líricas da narrativa realista, Cheever abre caminho para epifanias: a existência não seria só isolamento sem sentido; o amor, as relações familiares e a natureza, transformados pela arte, são motivo de alumbramento.

ROMÂNTICOS

O morro dos ventos uivantes
Emily Brontë com tradução de Rachel de Queiroz
Best Bolso - R$ 19,90 em média

Publicado originalmente em 1847, O morro dos ventos uivantes se consagrou como uma das principais obras da língua inglesa. Uma história de amor intenso, maldição e ódio: a paixão do órfão Heathcliff e Catherine Earnshaw. Ele foi adotado pelo pai de Catherine e levado para Wuthering Heights, propriedade da família. Os jovens criam fortes laços rapidamente, mas o destino conspira contra a união deles. Este foi o único romance escrito por Emily Brontë, uma obra-prima sem precedentes que ainda hoje emociona leitores de todo o mundo.

Caro Michele
Natalia Ginzburg com tradução de Homero Freitas de Andrade
Cosac Naify - R$ 49,00 em média

Por meio de cartas, diálogos e trechos narrativos, os personagens deste romance seguem um percurso errático e melancólico. As cartas são enviadas ao jovem Michele, no início dos anos 1970, em Roma, quando há um repique fascista na Itália. Caro Michele é um livro curto e intenso, com histórias e personagens que se cruzam, como nos filmes. A escritora constrói uma narrativa oblíqua, lançando luzes diferentes sobre os mesmos fatos, mudando o foco e o ponto de vista.

Orgulho e preconceito
Jane Austen com tradução de Lúcio Cardoso
Best Bolso - R$ 19,90 em média

A chegada de um jovem solteiro e rico à vila de Longbourn causa um grande alvoroço na família Bennet, cujas cinco filhas – a bela Jane, a sensata Elizabeth, a culta Mary, a imatura Kitty e a desvairada Lydia – foram criadas com um único propósito na vida: encontrar um bom marido. Orgulho e preconceito, livro que a própria autora considerava “seu filho mais querido”, foi publicado originalmente em 1813, e atravessou os séculos dotado de uma assombrosa vitalidade. Além de uma das mais comoventes histórias de amor já escritas, é uma brilhante comédia de costumes e um estudo profundo da sociedade de seu tempo. A plena compreensão do mundo feminino e o domínio da forma e da ironia fizeram de Jane Austen uma das mais notáveis e influentes romancistas de sua época.

A viuvinha
José de Alencar
L&PM Editores - R$ 9,00 em média

A viuvinha é a história curiosa de um homem que simula sua morte para não sucumbir à vergonha de uma situação financeira desastrada. Publicado em 1857, é o terceiro livro de José de Alencar. Como Senhora, Lucíola e Cinco minutos, A viuvinha se inclui entre os romances urbanos escritos pelo autor, que nos dão uma riquíssima descrição da vida na corte, a vida burguesa do Rio de Janeiro de meados do século XIX, seus costumes, modas e tipos característicos.

Uma esposa confiável
Robert Goolrick com tradução de Cristina Cupertino
Alfaguara Brasil - R$ 44,90 em média

Outubro de 1907. São quatro horas da tarde e, nesta pequena cidade no interior de Wisconsin, já está quase escuro. A neve cobre tudo na estação ferroviária, o frio e o vento são implacáveis. Na plataforma, Ralph Truitt, 54 anos, o homem mais poderoso da cidade, espera o trem vindo de Chicago. No seu bolso há uma carta e a foto de uma mulher simples que ele não conhece, mas que aguarda ansiosamente. Tempos antes, colocou um anúncio num jornal, à procura de uma "esposa confiável". Agora, tenso, conta os minutos para sua chegada. Sabe que os olhos da cidade estão sobre ele. Mas a mulher que desembarca do vagão não é a mesma da foto.

COM ESTILO

O acidente
Ismail Kadaré com tradução de Bernardo Joffily
Companhia das Letras - R$ 47,00 em média

Um simples acidente deflagra a trama: um táxi sai da pista que segue para o aeroporto de Viena e cai num barranco. O casal de passageiros morre na hora. O motorista conta que se distraiu ao ver pelo retrovisor que eles “tentavam” se beijar. Os dois mortos eram albaneses. Seria um casal comum, não fosse ele um colaborador do Conselho da Europa, especialista em assuntos balcânicos. Isso bastou para que os serviços secretos da Sérvia e da Albânia decidissem investigar o caso. Depois da decomposição da antiga Iugoslávia, nada mais parecia tão simples naquele caldeirão explosivo: trocar um beijo poderia ser tão difícil quanto viver em paz.

A estrutura da bolha de sabão
Lygia Fagundes Telles
Companhia das Letras - R$ 34,00 em média

Os protagonistas destas histórias encontram-se, em geral, numa relação crítica com as pessoas e ambientes que os cercam - e também consigo próprios. Secretos podres familiares, desenganos amorosos, vocações frustradas, o desejo extraviado, nada é confortável nessas narrativas descontínuas, que alternam descrição objetiva, discurso indireto livre e fluxo de consciência, num autêntico tour de force literário. A vida, parece nos dizer a autora, é frágil, fugaz e misteriosa como uma bolha de sabão.

Paisagem com dromedário
Carola Saavedra
Companhia das Letras - R$ 38,00 em média

Autoexilada numa ilha, Érika grava mensagens endereçadas a Alex, seu amado. Nas 22 gravações que compõem Paisagem com dromedário, ela tenta reconstituir e compreender seu passado. Artistas plásticos, Érika e Alex se envolveram durante anos em experiências estéticas e existenciais, que incluíam obras em parceria e um insólito triângulo amoroso com a jovem Karen. A perplexidade diante da morte de Karen, e do seu próprio comportamento em relação à amiga, da qual se afastou ao saber que ela estava com câncer, parece ser uma das motivações para o exílio voluntário de Érika e para sua rememoração do passado. No centro das inquietações da narradora está a questão da identidade. Onde começava a sua personalidade de artista e de mulher e onde terminava a influência ao mesmo tempo fecunda e opressora de Alex? Érika se entrega a esse exercício retrospectivo, em que se misturam a memória, a imaginação e um implacável raciocínio crítico.

Todos os homens são mentirosos
Alberto Manguel com tradução de Josely Vianna Baptista
Companhia das Letras - R$ 42,00 em média

O ponto de partida deste romance é a história secreta de Alejandro Bevilacqua, misterioso autor de um único livro, que se matou no exílio em Madri. O escritor desperta a curiosidade de um jornalista francês, que decide escrever um livro sobre ele. As fontes são quatro pessoas que conviveram com Bevilacqua e prometem revelar segredos importantes. O primeiro narrador tem o nome do próprio romancista: Alberto Manguel, uma espécie de alter ego homônimo. Em seguida, quem fala é Andréa, a última companheira de Bevilacqua; o jornalista recebe também uma carta de Chancho, ex-companheiro de prisão do escritor na Argentina. Por fim, a narrativa fragmentada e aparentemente ébria de outro exilado em Madri, Tito Gorostiza, irá trazer à tona graves segredos e levantar suspeitas acerca da morte de Bevilacqua.

O único final feliz para uma história de amor é um acidente
João Paulo Cuenca
Companhia das Letras - R$ 36,50 em média

Num futuro próximo na cidade de Tóquio e é centrado na figura de Shunsuke Okuda, um jovem funcionário de uma multinacional. Conquistador inveterado, ele cria uma identidade para cada namorada que conhece nos bares do distrito de Kabukicho. Mas sua rotina é abalada pelo aparecimento de Iulana, uma garçonete por quem fica obcecado. Iulana é apaixonada por uma dançarina e mal fala japonês, mas nada disso impede que os dois mergulhem numa relação conturbada. O maior problema, contudo, é que estão sendo observados. O pai de Shunsuke, Sr. Okuda, paira sobre o livro como uma figura onipresente e maligna que parece querer destruir qualquer chance de felicidade do filho. Operando um complexo sistema de espionagem, Okuda grava os passos de Shunsuke, e poderá pôr em perigo a vida do casal.

*imagens: divulgação.


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sábado, 18 de dezembro de 2010

PRESENTES DE NATAL PARA FILHOS


CABEÇA

Dom Quixote I e II
Miguel de Cervantes Saavedra com tradução de Sérgio Molina
Editora 34 - R$ 39,00 cada volume com venda exclusiva na Livraria Fnac

O protagonista da obra é Dom Quixote, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão por muita leitura de romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis preferidos. O romance narra as suas aventuras em companhia de Sancho Pança, seu fiel amigo e companheiro, que tem uma visão mais realista. A ação gira em torno das três incursões da dupla por terras de La Mancha, de Aragão e de Catalunha. Nessas incursões, ele se envolve em uma série de aventuras, mas suas fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade. (sinopse retirada da Wikipédia).

Vício Inerente
Thomas Pynchon com tradução de Caetano Waldrigues Galindo
Companhia das Letras - R$ 57,50 em média

O centro de tudo é o detetive particular Doc Sportello, espécie de Sam Spade depois de uma maratona de LSD e maconha, que é contratado por uma ex-namorada para investigar o sumiço de um poderoso barão do mercado imobiliário. Esse desaparecimento é parte de uma conspiração maior, que envolve surfistas, traficantes, contrabandistas, policiais corruptos e a temível entidade conhecida como Presa Dourada.

Jeff em Veneza, morte em Varanasi
Geoff Dyer com tradução de José Rubens Siqueira
Intrínseca - R$ 39,90 em média

Jeff Dyer compôs duas novelas que abordam o desejo em todas as suas manifestações: o desejo de sensações, de fuga, e de se tornar outra pessoa, seja por meio do amor ou da arte, seja através da intoxicação ou da transformação espiritual. Na primeira narrativa o cético e cínico jornalista inglês, Jeff Atman, vai a Veneza cobrir a Bienal de Arte. Ele não esperava conhecer uma irresistível galerista americana que transforma completamente seus dias na cidade, e o faz protagonista de um romance incandescente que provoca mudanças e revelações radicais.

Afluentes do rio silencioso
John Wray com tradução de Vanessa Bárbara
Companhia das Letras - R$ 48,50 em média

Acometido de um delírio, ele foge da clínica psiquiátrica onde está internado e empreende uma jornada pelo sistema de metrô de Nova York. Sozinho entre os túneis subterrâneos, pelos quais tem fixação - o que justifica em parte o apelido Lowboy, "garoto de baixo", que também pode significar "garoto para baixo", uma referência à sua condição mental -, William se move como um minotauro pelo labirinto povoado de mendigos, imigrantes e trens fantasmas da Nova York invisível para quem olha a partir da superfície. Sem que ele possa imaginar, sua mãe superprotetora contrata um policial especializado em casos de resolução difícil e ambos saem em seu encalço.

INDIE

Areia nos dentes
Antônio Xerxenesky
Rocco - R$ 24,00 em média

Como pontos de partida, dois eixos narrativos básicos. Em Mavrak, um vilarejo perdido na fronteira entre o México e os Estados Unidos, duas famílias alimentam uma rivalidade ancestral, num passado não muito remoto — começo do século 20, talvez. Num apartamento da capital mexicana, um aposentado experimenta as angústias típicas de um escritor, ao tentar, nos dias atuais, narrar a história de seus antepassados.

Como desaparecer completamente
André de Leones
Rocco - R$ 25,00 em média

Um fora, uma dor de cotovelo, uma transa com um desconhecido: cenas corriqueiras do repertório afetivo que, narradas ao estilo de Leones, abrem caminho para os perigosos meandros do autoenfrentamento. Absortos na tarefa de viver o luto e a conquista amorosos, os personagens deste romance vão desbravando histórias cada vez mais subterrâneas, enquanto disparam pistas de suas complexas personalidades. Passo a passo, página a página, a comunicação entre eles vive diferentes e sutis metamorfoses, rituais inomináveis que permeiam a convivência a dois.

Ladrão de cadáveres
Patrícia Melo
Rocco - R$ 29,00 em média

O livro conta à aventura diabólica de um ex-gerente de telemarketing, despedido depois do suicídio de sua funcionária, que ele agredira dias antes num momento de descontrole. Abatido e sem rumo, ele troca São Paulo por Corumbá em busca de uma rotina menos estressante. Durante um passeio solitário à beira do rio Paraguai, testemunha a queda de um monomotor, pilotado pelo jovem herdeiro de uma das maiores fortunas da região. O que começa como boa ação transforma-se então numa sucessão de equívocos e jogadas do destino que vão envolvê-lo cada vez mais no violento universo do tráfico de drogas e numa sinistra teia de crime e morte.

A morte de Bunny Munro
Nick Cave com tradução de Fabiano Moraes
Record - R$ 49,90 em média

A morte de Bunny Munro narra, em uma combinação primorosa de sentimento e humor negro, a trajetória do anti-herói do título, um homem obcecado por sexo às voltas com uma paternidade complexa e o tortuoso caminho para a redenção. Versão moderna (e totalmente canalha) de um caixeiro-viajante, Bunny Munro vende produtos de beleza e míseras gotas de esperança a donas de casa solitárias na zona costeira do Sul da Inglaterra. Desnorteado pelo repentino suicídio da mulher e tentando manter um pé na realidade, ele faz a única coisa que consegue pensar dentro de sua zona de conforto: pegar a estrada, mas dessa vez levando o filho de nove anos a tiracolo.

CULT

O estranho caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde
Robert Louis Stevenson com tradução de Lucia Helena Seixas Brito
Arte e Letra - R$ 39,00 em média

Em Londres, dois personagens distintos - o respeitável Dr. Henry Jekyll e o misterioso Edward Hyde - têm seus destinos unidos por uma peculiar amizade. Cabe a Gabriel Utterson, advogado e amigo de Jekyll, desvendar o motivo pelo qual o bondoso doutor se associou à violenta figura de Hyde. Um clássico do mistério publicado pela primeira vez no Brasil seguindo o título original: The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, ao invés de O Médico e o Monstro como é conhecido por aqui. Mesmo sendo um clássico, a leitura do texto original surpreende e quebra alguns mitos construídos pela fama alcançada ao longo dos anos. O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde é um daqueles livros que poucos leram, mas muitos acreditam conhecer a história.

Juliet, nua e crua
Nick Hornby com tradução de Paulo Reis
Rocco - R$ 34,00 em média

Administrador de um website sobre Crowe, grande parte do tempo e energia de Duncan são devotados ao ex-popstar, o que já começa a desagradar sua mulher, Annie. Durante uma viagem de férias aos Estados Unidos, Duncan e Annie visitam os lugares marcantes da vida e carreira de Tucker, e a moça começa a questionar seu amor por Duncan. Na volta à Inglaterra, o casal tem acesso a uma nova versão do álbum de maior sucesso de Crowe, Juliet. As opiniões conflitantes (ele adora, ela odeia) e o fato de Duncan dormir com outra mulher provocam o fim do combalido relacionamento de 15 anos. E a situação começa a fugir de controle quando o próprio recluso, Tucker Crowe, entra em contato com Annie para elogiar a sua resenha publicada no site de Duncan e começam uma troca clandestina de e-mails.

Guerra mundial Z
Max Brooks com tradução de Rita Vinagre
Rocco - R$ 49,90 em média

O narrador de Brooks é um integrante da comissão da ONU encarregado de elaborar o relatório sobre o assustador conflito que quase aniquilou o planeta. Da identificação do paciente zero, contaminado nas ruínas de Dachang, na China, até Mary Jô Miller, a arquiteta de elite que pode pagar para se proteger, passando pelo depoimento de um soldado da infantaria que lutou no conflito, nada escapa à verve do autor.

Orgulho e preconceito e zumbis
Jane Austen e Seth Grahame-Smith com tradução de Luiz Antonio Aguiar
Intrínseca - R$ 29,90 em média

Agora, porém, no tranquilo vilarejo de Meryton, nossa heroína, a guerreira Elizabeth Bennet, treinada nos rigores das artes marciais, está determinada a eliminar a ameaça zumbi. Até que sua atenção seja desviada pela chegada do altivo e arrogante Sr. Darcy. Ela conseguirá superar os preconceitos sociais dos grandes aristocratas ingleses, tão ciosos e orgulhosos de seus privilégios? Grahame-Smith transfigura as famosas passagens do texto de Jane Austen em uma deliciosa comédia de costumes. Além dos embates civilizados e repletos de cortesia entre o casal de protagonistas, inclui batalhas violentas, em confrontos cheios de sangue e ossos quebrados. Conjugando amor, emoção e lutas de espada com canibalismo e milhares de cadáveres em decomposição.

No Buraco
Tony Bellotto
Companhia das Letras - R$ 43,00 em média

Teo Zanquis está na praia, em Ipanema, falando consigo mesmo. E a história que ele conta é a sua própria, a de um guitarrista de uma banda de rock de um único sucesso nos anos 80, cujos discos só podem ser encontrados em sebos musicais do centro de São Paulo. A vida profissional e artística de Zanquis atingiu muito rápido seu apogeu para, em seguida, com a mesma rapidez, mergulhar no mais retumbante esquecimento.
*imagens: divulgação.

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