Qual foi o primeiro livro que você leu e que teve impacto sobre você?
Não consigo me lembrar exatamente. Posso dizer com certeza que Ulisses é o livro que mais me impactou até aqui. Acho que terei essa sensação para sempre.
Alguma vez você considerou a hipótese de não ser escritor?
Não sei se é possível falar em "hipótese". Escrever não é a minha única atividade, obviamente. É a maneira que utilizo para expressar determinadas coisas, do jeito que eu acho o mais adequado. É a minha atividade mais importante, sem dúvida, mas eu não a trataria como algo inevitável, para não torná-la pessoal demais - mais ainda do que já é.
Na sua opinião, todas as histórias já foram escritas ou ainda é possível criar novas histórias? Há novas formas de contar histórias?
Não creio que a ênfase na "história" (compreendendo-a como "enredo") seja a mais adequada para o atual estágio da literatura. Talvez essa ênfase seja ela própria a única possibilidade de fazer uma pergunta como essa, já que ela embute uma finitude que corta quase tudo o que a literatura significa para o autor e a sociedade. Assim, para responder o que fica insinuado: a literatura só vai acabar quando a gente acabar também.
No que você está trabalhando agora?
Não gosto de dizer.
Quem são os seus escritores favoritos com mais de quarenta anos?
Li há uns meses os livros do Javier Marías e fiquei impressionado. Também gosto do Emmanuel Carrère e do Michel Houllebecq. Procuro sempre acompanhar também os textos do Ricardo Piglia e do J.M. Coetzee. Embora eu ache a produção norte-americana em prosa hoje em dia muito decepcionante, gosto dos livros do David Foster Wallace e sempre me divirto com Thomas Pynchon.
*imagem: reprodução.
Seria legal saber mais sobre a decepção dele com a prosa americana atual, que eu considero muito criativa.
ResponderExcluirVou tentar encaminhar essa pergunta para ele.
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