segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
A ALEGRIA DAS LISTAS
Semanas atrás o New York Times publicou um ensaio falando sobre a alegria das listas. O texto faz uma brincadeira criando uma lista de poetas e escritores que interrompem a nossa leitura para nos obrigar a ler listas, catálogos, enumerações, e tudo o mais. Tem autores de todos vários momentos da história da literatura: os clássicos e os modernos. Lembra a ideia por trás do livro A vertigem das listas, de Umberto Eco.
O assunto ganha corpo, sobretudo nessa época, perto do fim do ano. Há listas por todos os lados: o melhor romance, o melhor conto, o melhor autor, a melhor capa e assim por diante. Entra ano e saí ano, coisa tome proporções enormes. Mas a verdade é que nós adoramos listas. A lista exerce um imenso poder de sedução porque ela define aquilo que não conseguimos compreender, citando Umberto Eco novamente. Também não deixo de pensar que uma lista pode servir como um filtro para aquelas pessoas que estiveram ocupadas o ano inteiro com outros assuntos e precisam de um lugar que concentre essa informação - gesto que combina muito com o nosso tempo. Além disso, as listas são instrutivas, divertidas, multiformes, perigosas, confusas e às vezes definitivas.
Para se ter uma ideia, praticamente todos os jornais e revistas americanas já definiram os livros do ano. Nem preciso dizer que Freedom, de Jonathan Franzen esteve em todas essas listas. O romance The imperfectionists, de Tom Rachman também foi bastante citado.
Por aqui, o assunto também já está circulando com força. A eleição do melhor do ano organizada pelo Todoprosa, de Sérgio Rodrigues terminou na sexta-feira. Ganhou O único final feliz para uma história de amor é um acidente, de João Paulo Cuenca, na categoria nacional, e 2666, de Roberto Bolaño, na categoria estrangeira.
Também na sexta-feira, o jornal O Globo começou uma votação pela internet para escolher os seus melhores de 2010. A categoria “melhor livro" mistura ficção e não ficção. Tem Roberto Bolaño, Cristovão Tezza, João Paulo Cuenca, Ian McEwan e outros. Os internautas podem votar aqui.
Com um projeto mais ambicioso, o programa Espaço Aberto da Globonews quer eleger os melhores livros da primeira década do novo milênio. Um júri composto por André Seffrin, Claufe Rodrigues, Edney Silvestre, Flávio Carneiro, Heloisa Buarque de Hollanda, Humberto Werneck, Livia Garcia-Roza, Lúcia Riff, Luciana Savaget e Ricardo Costa escolheu livros de prosa e poesia. Os escolhidos serão anunciados no último programa do ano, dia 31/12. Internautas também podem ajudar votando aqui.
Só que nem tudo é festa, a coluna de Daniel Piza no Estadão disse o seguinte sobre os melhores livros do ano: "É isso aí: poucas e boas reedições, releituras e, para quebrar a modorra, ensaios científicos. Mas é melhor viver disso do que de falsas novidades e velhas picaretagens".
*imagem: reprodução Google.
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Atualização: A revista Bravo! também montou uma lista com os melhores livros nacionais da década e liberou os cinco primeiros colocados no site. Quem quiser acompanhar as listas internacionais pode ficar de olho aqui.
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