Dois romances que singelamente deram o que falar em 2010 estão em tradução para o português. The thousand autumns of Jacob de Zoet, de David Mitchell e Mr. Peanut, de Adam Ross devem chegar as prateleiras das livrarias brasileiras no segundo semestre desse ano.
David Mitchell pode ser considerado um escritor veterano. Publicou cinco romances, todos muito diferentes entre si, que nunca passaram despercebidos por crítica e leitores. Além de contar boas histórias, ele tem um estilo muito particular que o permite escrever histórias de natureza variada indo dos monumentais romances com múltiplos narradores ao longo dos séculos a simplicidade da vida de um menino gago nos anos 80. James Wood, num perfil sobre o escritor para a New Yorker, disse que Mitchell tem mais histórias na cabeça do que maneiras de realizá-las. Em The thousand autumns... Mitchell recria a atmosfera do Japão no começo do século XIX para contar a história de amor de Jacob de Zoet, um mercador holandês, por Orito Aibagawa, uma parteira japonesa.
O livro está sendo traduzido pelo escritor Daniel Galera - tradutor de John Cheever, Zadie Smith, Jonathan Safran Foer e Irvine Welsh. Galera postou no tumblr dele um trecho da tradução. É curto, mas dá para acompanhar a beleza da prosa de Mitchell.
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Adam Ross é um escritor novato, mas autor de um romance bastante "pretensioso" para um estreante - como muita gente falou. Para se ter uma ideia, ninguém menos que Stephen King - o mestre do terror(!) - disse que Mr. Peanut lhe causou pesadelos. Falou mais, é "um fascinante olhar sobre o lado negro do casamento desde Quem tem medo de Virgínia Woolf?". A tal pretensão de Ross está na estrutura do romance. Ele queria construir uma história que lembrasse uma fita de Moebius - aquela fita que tem apenas "um lado" e não tem fim. Além da estrutura repetida, o livro tem alusões ao universo dos videogames, ao filme Janela indiscreta, de Alfred Hitchcock, a obra do artista M.C.Escher e remete a Raymond Carver, Cheever e Updike. Já nasce como grande literatura.
Misteriosamente Alice Pepin, que é alérgica a amendoins, aparece morta com um amendoim na garganta. O primeiro suspeito do crime é o marido dela, David Pepin. A coisa fica complicada quando descobrimos que os dois investigadores envolvidos no caso também tem relações estranhas com suas esposas.
O livro está sendo traduzido pelo escritor Daniel Pellizzari - tradutor de David Foster Wallace, Hunter S. Thompson, Lawrence Durrell, William S. Burroughs, Irvine Welsh e adivinhem: David Mitchell.
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Autores favoritos de David Mitchell: Italo Calvino, Haruki Murakami, John Banville, Vladimir Nabokov, George Eliot, Muriel Spark e Ursula K Le Guin.
Autores favoritos de Adam Ross: Saul Bellow, Vladimir Nabokov, Joseph conrad, Italo Calvino, Haruki Murakami, Alice Munro.
*Imagem: reprodução.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
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"a caminho" não tem acento -.-
ResponderExcluirCorrigido! =)
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