terça-feira, 29 de novembro de 2011

A HORA DE CLARICE (2)

Tem muita gente que gosta de Clarice Lispector, mas também tem muita gente que não gosta - em parte pelo grande culto que os leitores, críticos e estudantes dedicam a sua figura seminal dentro da literatura brasileira, em parte por aquela quantidade enorme de spams, e-mails, cartinhas de namorado(a) e correntes apócrifas que circulam na internet. Vale a máxima "quem nunca recebeu uma mensagem de tipo?". Um pouco da mesma aversão deve acontecer em maior ou menor medida com Carlos Drummond, Fernando Pessoa, Rubem Fonseca e Luis Fernando Veríssimo que costumam lotar nossas caixas de mensagens, mural do Facebook e tudo o mais.

Para quem gosta tudo certo. Para quem não gosta um aviso: estamos às vésperas da primeira comemoração do dia "A hora de Clarice" (próximo dia 10 de dezembro, data em que ela nasceu). Portanto, ela será um assunto bastante presente. Já falei disso por aqui.

A antipatia à Clarice Lispector também existe por causa da enorme influência que ela exerceu nos escritores que vieram depois dela. Sempre dizem: "Clarice matou uma geração de escritores". Ainda hoje a gente escuta um pouco daquela voz narrativa - lembro, por exemplo, do livro que avaliei para o Gauchão de Literatura 2011; Clarice era ao mesmo tempo enredo e forma de um dos livros.

***

Para dar mais brilho as comemorações uma notícia muito bacana: a charmosa revista Paris Review incluiu na sua edição de inverno dois contos de Clarice Lispector. A escritora figura ao lado de Paul Murray, Adam Wilson e Roberto Bolaño (com a quarta e última parte do romance O terceiro Reich - que a gente já está lendo desde o começo do ano). A edição ainda tem uma entrevista com Jeffrey Eugenides, o escritor mais comentado do ano na imprensa anglófona por conta de The Marriage Plot depois de Haruki Murakami. Aliás, um comentário à parte: em se tratando de Paris Review deve ser uma entrevista matadora.

*Imagem: reprodução daqui.
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3 comentários:

  1. E muito do que circula por aí (e-mails e afins) como sendo dela, é claro que não foi ela quem escreveu... Quais os contos dela estão nessa revista???

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  2. Maíra,
    Não consegui descobrir quais contos a revista publicou. Se souber de alguma coisa, aviso por aqui. Se vc descobrir, me avisa também.

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