segunda-feira, 7 de novembro de 2011

QUEM TEM MEDO DE LIEV TOLSTÓI?

A nova edição do romance Guerra e paz, de Liev Tolstói com tradução direta do russo feita por Rubens Figueiredo foi anunciada em 2009. De lá pra cá sua vida viveu um período de tormento. O telefone não parava de tocar dia e noite. Antes e depois das aulas os alunos perguntavam. Sempre que alguém o via na rua logo queria saber: "e a tradução de Guerra e paz, pra quando é?". Rubens Figueiredo chegou até a sentir certa desconfiança toda vez que alguém pedia uma entrevista ou vinha se aproximando depois de uma palestra. A pergunta podia surgir a qualquer momento ou circunstância, assim meio disfarçada. Até quando ganhou prêmio por um romance que ele mesmo escreveu alguém na platéia teve coragem de perguntar. Também, ele se meter a traduzir um monumento da literatura diretamente do original - só podia mesmo dar nisso?

Evidentemente, a história acima é fictícia, mas bem que poderia ter sido verdadeira. Os dias de sossego (ou de nova tormenta?) de Rubens Figueiredo estão próximos. Se tudo der certo daqui a duas semanas, finalmente deve chegar às livrarias a nova tradução de Guerra e paz pela Cosac Naify. Lançamento bastante celebrado e digno do posto de um dos melhores do ano. Todo mundo vai querer uma entrevista ou um comentário do tradutor - que também assina um texto de apresentação do livro.

O romance monumental de Tolstói vem numa caixa super bonita (reprodução acima), em dois volumes, com 2536 páginas, 6 ilustrações (cinco mapas), lista com informações sobre as personagens e fatos históricos + sugestões de leitura. Animou? Já está em pré-venda no site da editora.

Ninguém mais tem medo de livros gigantescos, como é o caso desse. Comparando "alhos com bugalhos", a coleção As crônicas de gelo e fogo, de George R. R. Martin é um fenômeno de vendas e ninguém pergunta pelo tamanho na hora de comprar. A mesma coisa vale para as sagas Harry Potter, Crepúsculo, Senhor dos anéis etc. Outros calhamaços que podem até não ter se tornado best-sellers, mas que tiveram bastante repercussão e bom número de leitores, como Liberdade, de Jonathan Franzen (761 páginas), a trilogia Seu rosto amanhã, de Javier Marias (1328 páginas), As benevolentes, de Jonathan Littel (912 páginas) e 2666, de Roberto Bolaño (856 páginas) - para ficar com alguns exemplos - também não intimidaram ninguém pelo tamanho. Um ensaio de Garth Risk Hallberg chamado "A volta do longo?" na edição #1 do fanzine discute essa questão.

Voltando aos russos e acompanhando o lançamento, a edição desse mês da revista CULT tem um dossiê especial dedicado a Tolstói e Dostoiévski - com direito a reportagem sobre Guerra e paz. Vale lembrar que na mesma edição #1 do fanzine publiquei um pequeno trecho dessa aguardada tradução - clique no link e faça o donwload.

Para ler enquanto a gente espera o livro chegar.

*Imagem: reprodução.
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Um comentário:

  1. não vejo a hora de tê-lo nas mãos!
    tenho certeza de que valerá cada centavo.

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