Para Margaret Atwood a discussão em torno dos leitores eletrônicos (e-readers ou tablets, se preferirem) e livros digitais não merece nossa atenção. A dama da literatura contemporânea está envolvida em causas políticas muito maiores - sobretudo a causa ecológica.
Vide O ano do dilúvio, romance em que aborda temas bastante atuais como experiências genéticas, consumismo, seitas religiosas, corporações gananciosas etc. Aliás, o release preparado pela editora Rocco dizia que durante a turnê de divulgação desse livro, ela tomou todas as medidas para reduzir a emissão de poluentes no meio ambiente. Consta que Atwood adotou "alimentação vegetariana, hospedou-se e fez eventos apenas em locais que tinham uma política de conservação ambiental, preferiu usar trens a automóveis – a fim de reduzir as emissões de carbono – e atravessou o Atlântico Norte de navio" (daqui).
Portanto, não causa nenhum espanto saber que seu novo livro chamado In Other Worlds - SF and the Human Imagination será impresso em papel feito de palha criado pela organização ambiental Canopy. A experiência é inovadora e revolucionária pois esse será o primeiro livro impresso em papel feito a partir de resíduos da palha da colheita de grãos (especialmente trigo), palha de linho e papel reciclado. Uma estimativa afirma que esse tipo de papel pode salvar até 800 milhões de árvores.
O site da Canopy está vendendo uma tiragem limitada e especial com exemplares autografados pela internet. O restante da tiragem será 100% impresso em papel reciclado pela editora canadense McClelland & Stewart. In Other Worlds reúne três ensaios da escritora sobre o gênero conhecido como ficção especulativa e suas relações com a ficção científica.
Tomara que o gesto de Atwood renda frutos.
*Imagem: capa do livro In Other Worlds/divulgação.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
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