Numa manhã de novembro do ano de 1961 um jovem chamado Joseph Heller ainda não sabia que seu livro de estréia estava prestes a se tornar um clássico da literatura do século XX. Como acontece em todas as histórias o reconhecimento de Ardil-22 não foi imediato. Os críticos ingleses foram os primeiros a enxergar a grandiosidade do romance, passado quase um ano de sua publicação nos Estados Unidos.
Na verdade, a história por trás de Ardil-22 começa muito antes dos anos 60. Joseph Heller lutou na Itália durante a Segunda Guerra Mundial em missões como bombardeador pela Força Aérea dos Estados Unidos. A experiência servia como base para as ideias que compõe o enredo. O primeiro capítulo do romance começou a tomar forma em 1953 e apareceu pela primeira vez na revista New World Writing em 1955 com o título de Catch-18 (ao lado de On The Road, de Jack Kerouack). Naquele ano a editora Simon and Schuster adquiriu os direitos de publicação do livro e teve de esperar por oito anos até que Heller terminasse de escrevê-lo. O título original seria Catch-18, mas quando estava tudo pronto para o lançamento um escritor chamado Leon Uris publicou um livro com o título de Mila 18. Tanto a editora como o autor resolveram mudar o número do título para Ardil-22 - com direito a modificações na história.
À parte a "descoberta" dos críticos ingleses, o romance teve enorme sucesso quando os anos 60 realmente se tornaram os anos 60. Os baby boomers adotaram Ardil-22 por causa de seu teor sarcástico e antibelicista. Há ecos desse romance em outros livros (sobretudo em O arco-íris da gravidade, de Thomas Pynchon), em filmes e séries de TV (quem não se lembra do episódio de Lost chamado "Catch-22"?).
O livro está completando 50 anos - com matéria na Vanity Fair e texto no blog da Paris Review. A editora Vintage Books publicou uma edição comemorativa e quiçá definitiva do livro com direito a introdução de Howard Jacobson, ensaios de Norman Mailer, Anthony Burgess e Christopher Hitchens e imagens raras do autor. Para completar o pacote de comemorações, a mesma editora ainda criou um vídeo animado com narração de pequenos trechos.
Por aqui, Ardil-22 saiu pela editora Record.
*Imagem: divulgação.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
50 ANOS DE ARDIL-22
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Estou ansioso para ler Ardil-22, mas vou esperar, pois estou farto de literatura estadunidense este ano.
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