segunda-feira, 23 de maio de 2011

FLIPADAS


Não comentei antes por falta de tempo, mas achei a programação da FLIP muito boa. A maioria das mesas será voltada para a ficção em prosa, com direito a escritores que estão levando o romance a novos caminhos. O maior número de autores de língua latina deixou a festa com a cara do curador, Manuel da Costa Pinto. No ano passado, depois de ter sido anunciado como o novo curador, ele disse que tinha vontade de trazer mais escritores de língua francesa e italiana.

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Abertura
Outra tacada de mestre que resultou positivamente para a curadoria foi ter Antonio Candido falando sobre Oswald de Andrade na mesa de abertura. Como se sabe, Candido raramente participa de eventos como esse e não gosta muito de falar em público. Ele pediu que a imprensa evitasse o assédio. Vamos ver como será em Paraty.

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Lamento 1
Uma pena que o escritor Michel Houellebecq e o crítico Franco Moretti tenham cancelado suas participações. A presença deles iria coroar o evento. Houellebecq iria lançar O mapa e o território, romance ganhador do Prêmio Goncourt e envolto em polêmicas sobre plágio da Wikipédia. É bom lembrar que a literatura francesa, que parecia meio moribunda, está dando sinais de renovação. Já a vinda de Franco Moretti iria garantir um brilho crítico no debate contemporâneo sobre o romance. Além disso, teríamos a chance de ver publicado mais um volume da obra Il romanzo que teve curadoria dele - saiu por aqui pela Cosac & Naify apenas o volume 1 - A cultura do romance.

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Estrelas pop
O mais curioso foi a enxurrada de comentários após o anúncio da programação final: só se falava em David Byrne. O músico garantiu o lado pop da festa e ficou com uma mesa no domingo - para segurar a presença do público. Daqui a pouco devem surgir rumores não confirmados de que ele poderá fazer um show secreto em Paraty (o que não deixaria de ser muito bacana, afinal existe coisa mais antropofágica do que David Byrne).

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Lamento 2
A ficção brasileira ficou apenas duas mesas: uma com Marcelo Ferroni, Edney Silvestre e Teixeira Coelho e outra com João Ubaldo Ribeiro. Estamos bem representados na festa, mas sempre fica aquele gostinho de quero mais. No entanto, o lamento é passageiro se pensarmos na quantidade de eventos literários que estão acontecendo em todo o país. Chance para ouvirmos nossos escritores não devem faltar.

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Duas mesas particularmente interessantes
Pola Oloixarac com valter hugo mãe e João Ubaldo Ribeiro.

*Imagem: Tenda dos Autores / reprodução do Flickr da FLIP, créditos: Walter Craveiro.
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