“Ela subiu no primeiro Vila Olímpia-Lapa e passou por mim sem olhar, os policiais me revistando. Outra vez, ameaçou gritar se eu não a deixasse em paz. Começou a trabalhar em outro horário. Pediu transferência para outra loja do Mappin, pensando que eu não descobriria, mas eu descobri, Mappin do centro, em frente ao Teatro Municipal.”
“No final da avenida Guarapiranga dobrei à direita e estacionei o carro numa quebrada, mandei meus homens esperarem.”
O Matador, de Patrícia Melo.
Não tenho a menor ideia de quais são os planos dos donos do portal - se eles querem mapear todos os livros do mundo ou apenas os livros que publicados e traduzidos para o inglês (o que não reduz nem um pouco o universo dos livros) -, mas sei que a tarefa nunca vai terminar. Até agora já foram cadastrados mais de 7000 livros (Parece bastante, só que não é. A Biblioteca do Congresso Norte-Americano, por exemplo, possuía até pouco tempo atrás, mais de 32 milhões de livros).
Seja como for, eu simpatizo com a ideia - me lembra até minha época de faculdade quando um professor disse que a cultura iria virar um imenso banco de dados para consulta (naquele tempo a gente não dava bola para essas previsões). Sempre tive curiosidade de encontrar um lugar que mapeasse na ficção as citações a cidade de São Paulo (nem precisava ser um mapeamento muito amplo, bastava que dissesse os lugares, praças e ruas).
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Só por curiosidade, pesquisei no tal portal (SmallDemons.com) citações sobre a cidade de São Paulo. Não tinha nenhuma. Sobre o Rio de Janeiro tinha duas (uma em Nemesis, do Jo Nesbo e outra em Ghostwritten, do David Mitchell - nada demais). A maioria das citações eram sobre Brasil ou os brasileiros. O livro mais conhecido era Infitite Jest, de David Foster Wallace que nos cita em 6 momentos.
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Na falta de um portal a gente tem a Caminhada Noturna que durante os meses de julho e agosto promoveu caminhadas temáticas com escritores paulistas ou adotados pela cidade (não eram escritores de ficção, necessariamente). A Bicicloteca também promoveu dois passeios literários mostrando a casa do Monteiro Lobato, do Mario de Andrade e até a famosa garçoniere de Oswald de Andrade.
(Aliás, a vida inteira de Oswald de Andrade daria um passeio de dois dias, pelo menos. Além do centro da cidade, ele morou em Higienópolis, na Consolação, no Bixiga, nos Jardins e na Bela Vista).
Evidentemente, gostaria de um banco de dados com citações de cidades de todo o Brasil. Quiça poderíamos ter um portal que também mostrasse as referências culturais dos livros do Machado de Assis - assim, a turma da internet saberia direitinho onde destrinchar informações. Também sugiro ao pessoal dos eventos na cidade criarem roteiros/passeios sobre Mario de Andrade e Marcos Rey - eles também tiveram uma vida intensa na cidade.
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Lá em cima retirei trechos do livro O Matador, de Patrícia Melo. Me lembro que fiquei fascinado por esse livro justamente por causa das referências geográficas. Os primeiros livros dela estão recheados dessas coisas.
*Imagem: um mapa antigo que encontrei no Google.
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