terça-feira, 21 de agosto de 2012

A BIENAL DO LIVRO ESTÁ MORTA. VIDA LONGA A BIENAL!

Não fui à Bienal do Livro de SP que terminou no domingo. Aliás, para ser bem sincero, não me lembro quando foi a última vez que visitei a Bienal para olhar os lançamentos ou comprar livros. Não fiquei motivado pelo passeio porque os livros não tinham descontos e apenas alguns debates isolados da programação cultural me interessavam - fazendo as contas "custo x benefício", não achei justo pagar o valor do ingresso para ver uma coisa aqui, outra ali e andar à toa.

(Até acompanhei no blog da Raquel Cozer sugestões de livros mais baratos na Bienal, mas já estava decidido a passar longe do Anhembi).

É chover no molhado dizer que o modelo da Bienal foi engolido pelas livrarias megastore, pelas vendas na internet, pelas festas literárias espalhadas por todo o país e até pelas feiras de livros que oferecem bons descontos - como é o caso da Feira do Livro da USP. Agora tente imaginar como vão ser as coisas depois que a Amazon, famosa por seus preços baixos, finalmente iniciar suas operações por aqui? É uma realidade que a edição de 2014 terá de enfrentar.

Outro ponto fraco foram os lançamentos 'badalados' que dessa vez ficaram fora da agenda da Bienal. Tipo de acontecimento que costuma atrair muitos leitores e curiosos. Com tanta coisa acontecendo ao longo do ano, imagino que as editoras privilegiam ocasiões como a FLIP ou aqueles calendários estipulados pela urgência do mercado editorial. Não precisam mais esperar até a Bienal.

Vejam que estou falando de uma perspectiva muito particular baseado nas coisas que me agradam e na insatisfação geral que li pelos jornais e internet. Também falo como consumidor - aquele sujeito que sempre quer comprar muito e pagar pouco. No entanto, ontem, o Caderno 2 divulgou um balanço confirmando bons números de público e satisfação por parte de algumas editoras nas vendas - detalhe, durante os onze dias o evento recebeu 750 mil visitantes (com recorde de público no último sábado).

Pode ser que a Bienal não esteja tão morta quanto parece.

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Gostei mesmo da sugestão do editor João Scortecci em carta aberta aos expositores da Bienal. Como ele disse "os eventos de rua estão em alta" e seria realmente interessante que a Bienal expandisse os seus domínios e ocupasse toda cidade fosse com programações voltadas ao tema do livro e da leitura. É uma ideia ambiciosa, mas poderia funcionar. Orçamento para isso a organização teria.

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O único debate da programação cultural que eu acompanhei foi a mesa "Blogs e Vlogs". Fiquei sabendo de tudo pelo Twitter e pelo Youtube (cof!). Por razões óbvias, queria ver o pessoal falando sobre livros, literatura etc. A mesa tinha Marcelo Cidral, Pablo Peixoto, Iris Figueiredo, Felippe Cordeiro (do Meia Palavra) e o PC Siqueira - eu confesso que gosto dos vídeos dele (mas não quero que ele me siga no Twitter e nem me adicione no Facebook).

Gostei quando o PC falou das suas leituras preferidas. Ele leu tudo da Agatha Christie e do Edgar Allan Poe; alguns livros do John Fante e do Charles Bukowski; e terminou dizendo que Clube da luta e Sobrevivente, de Chuck Palahniuk mudaram sua vida. Se não me engano, ele nunca comentou sobre livros no vlog, mas acho que deveria reconsiderar. Sem parecer chato ou forçado, claro!

*Imagem: reprodução do Flickr da Bienal.
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