quarta-feira, 30 de abril de 2014
NOTAS #46
Celebrando o conto
Idealizado pelo escritor e editor Carlos Henrique Schroeder, o Festival Nacional do Conto está chegando a sua quarta edição. Aquele pensamento de que o gênero não merece respeito caiu de vez por terra quando a academia sueca premiou a escritora Alice Munro com o Nobel de Literatura - pois é, um conto exige que o autor seja um exímio pugilista a fim de derrubar o leitor por nocaute (como ensinou Julio Cortázar). Direta ou indiretamente, esse reconhecimento estará presente nas mesas do evento que nesse ano rende homenagens ao escritor Sérgio Sant’Anna. Também fazem parte da programação Altair Martins, Daniel Pellizari, André Sant’Anna, Fernando Bonassi, Márcia Denser, Noemi Jaffe, Cíntia Moscovitch, Luísa Geisler e outros mais. O festival acontece de 19 a 25 de maio, no Teatro do SESC Prainha, em Florianópolis. Detalhe: é o único evento da América Latina inteiramente dedicado ao gênero
Parabéns, Steinbeck!
Para comemorar os 75 anos do romance As vinhas da Ira, de John Steinbeck o selo Viking Books da editora Penguin (Estados Unidos) vai lançar duas edições especiais em capa dura para colecionadores. A primeira custa em média $30 dólares e tem a ilustração original criada por Elmer Hader, em 1939; a segunda custa $250 dólares, tem tiragem limitada, capa em couro e projeto gráfico com desenhos assinado por Michael Schwab. Paralelo ao lançamento comemorativo, a editora está programando uma série de eventos para celebrar a obra de Steinbeck.
Parabéns, James Joyce!
Outra obra-prima que está completando 75 anos é o "romance" (não sei ao certo como chamar?) Finnegans Wake, de James Joyce. Foi pensando nisso que a editora Folio Society preparou edição especial do livro com ilustrações de John Vernon Lord. No total são doze peças alucinantes que consumiram dezessete anos do artista que estava tentando traduzir em imagens o enredo do livro. A guisa de comemoração, um sujeito chamado Elling Lien que mora no Canadá pegou os primeiros parágrafos dos dez primeiros capítulos de Finnegans Wake, imprimiu, tirou as vogais e prensou o material em cartões que podem ser lidos por aqueles equipamentos usados em caixinhas de música. O trabalho resultou em suaves canções de ninar para embalar o nosso sono. Bela homenagem!
Sangue Latino
Demomou um pouco, mas a revista McSweeney's publicou por completo uma série de entrevistas com os treze escritores latino-americanos que participaram da sua última edição com histórias policiais. Cada um respondeu a cinco perguntas falando sobre o processo de criação da história, o lugar onde ela está ambientada, livros ou filmes de seus países que exploram bem o gênero e outras coisas mais. Os brasileiros que estão na edição e responderam as perguntas são Joca Reiners Terron, Bernardo Carvalho, Carol Bensimon e o mezzo-mexicano-mezzo-brasileiro Juan Pablo Villalobos.
Atualização: Daniel Galera foi o editor convidado para selecionar as treze histórias que estão nessa edição da revista McSweeney's. A Companhia das Letras deve traduzir e publicar essas histórias no Brasil.
Broches Literários
Não sei se você sabe, mas o seu clássico preferido da literatura universal virou broche e você pode carregá-lo para onde quiser. Uma artista inglesa chamada Sarah Pounder criou para a loja House of Ismay uma coleção de broches baseada nas histórias de Herman Melville, Edgar Allan Poe, Franz Kafka, entre outros. As peças são feitas em madeira e recebem revestimento de páginas dos livros originais. O resultado é muito bacana!
Jogatina
Amantes do baralho e da literatura já tem um produto para alimentar o seu vício. O designer Pedro Baptista criou uma linha de baralho ilustrada com versos do poeta Fernando Pessoa e seus heterônimos. O charme fica por conta da fonte em estilo máquina de escrever sobre os fotogramas quase abstratos em cor branco e cinza que traduzem em parte a atmosfera presente na obra do poeta português. O baralho tem edição limitada a 5.500 maços sendo: 3.500 em português, 1.000 em inglês e 1.000 em espanhol. Se você ficou interessado, pode comprar na loja Apenas Livros, em Lisboa.
Simpática Introspecção
O escritor sul-africano J.M. Coetzee esteve em Buenos Aires para participar da Feira do Livro e cumpriu uma extensa agenda de eventos. Tantas aparições públicas parecem algo pouco comum para um autor que é famoso pela reclusão e aversão à entrevistas. Pode ser que os argentinos tenham conquistado Coetzee - se não estou enganado é a terceira vez que ele está no país para divulgar a sua obra. Durante sua estádia, ele leu trechos do romance A infância de Jesus, na livraria Eterna Cadencia; esteve junto com o Paul Auster lendo trechos do livro Here and Now que reúne a correspondência de ambos entre os anos de 2008 e 2011; e proferiu uma conferência no Malba sobre "A ideia de uma biblioteca pessoal" com direito a responder perguntas da escritora Anna Kazumi Stahl. Coetzee encerrou sua passagem por Buenos Aires depois de autografar livros na Feira do Livro novamente. Dali ele seguiu para o Uruguai onde dará uma conferência no Teatro Solís, em Montevideu no dia 5 de maio. Bem que ele poderia aproveitar a passagem pela América do Sul e fazer uma visita ao Brasil, né?
*Imagens: reprodução.
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