quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

RECADO


Está quase na hora de dizer adeus ao ano que termina e saudar o ano que vai começar! Por isso, o blog faz uma pausa de hoje até a primeira semana do ano de 2016. Sei que fiquei um bom tempo sem aparecer, mas tenham em mente que o blog não acabou. Prometo que eu volto logo. 

Feliz ano novo!
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ONDE VIVIAM OS MODERNISTAS?


O assunto mais curioso dessa semana foi a descoberta da garçonnière que pertenceu ao escritor Oswald de Andrade. O local ficava no terceiro andar de um prédio na Rua Libero Badaró, 67, no centro de São Paulo. Foi ali que Oswald reuniu parte da turma que viria a realizar a Semana de Arte de Moderna de 1922.

O responsável pela descoberta foi o historiador José Roberto Walker e quem conta a história em riqueza de detalhes é o jornalista Luís Antônio Giron no caderno Ilustríssima, da Folha de SP.

Tomara que alguém inclua o endereço num roteiro literário da cidade.

*imagem: reprodução da Wikipédia/domínio público
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

RETROSPECTIVA: O QUE TEVE EM 2015

Vocês notaram que eu estive muito ausente do Casmurros ao longo desse ano - já expliquei num texto anterior. Pois bem, a guisa de retrospectiva compilei as coisas mais importantes que aconteceram. Vai que você (assim como eu) também esteve fora e quer saber dos fatos que marcaram o ano.

> O RETORNO


Harper Lee publicou um novo romance quase 55 anos depois de praticamente abandonar a literatura. O livro inédito se chama Vá, coloque um vigia e chegou as nossas livrarias pela editora José Olympio com tradução Beatriz Horta. É uma continuação do clássico O sol é para todos e, ao contrário do que você pode imaginar, não decepciona. Valeu a espera.

Fernando Bonassi também é outro retorno notório. Ele andava sumido da prosa de ficção, parece que estava envolvido com outros trabalhos (ele também é roteirista e dramaturgo), mas reapareceu esse ano com o romance Luxúria.

> O APARECIMENTO


Precisamos saudar a chegada de O pai morto, de Donald Barthelme com tradução Daniel Pellizzari - o lançamento é da Rocco e foi pouco comentado. O escritor norte-americano falecido em 1989, aos 58 anos, ainda era inédito no Brasil. Ele foi aclamado pela crítica anglófona como um autor de estilo pós-moderno e tinha Machado de Assis, Gabriel García Márquez e François Rabelais como influências confessas. Tomara que a editora aposte nas traduções dos contos - o file mignon da obra de Barthelme.

> O FIM
Impossível não falar no fechamento da Cosac Naify. A notícia é triste porque era uma editora preocupada em publicar inéditos, novos, antigos, boas traduções e edições bem acabadas. Uma pena! Não sou especialista no assunto, mas tomara que não seja sinal de uma crise do setor de negócios do livro. A boa notícia é que o catálogo será absorvido por outras editoras.


Também chega ao fim a revista Arte & Letra: Estórias, publicada pela editora curitibana Arte & Letra. Ela cumpria uma função muito interessante de publicar autores brasileiros em começo de carreira, traduzir autores estrangeiros inéditos no país e colocar em circulação autores do passado que andavam meio esquecidos. As edições eram caprichadas. O último número - com a letra Z - saiu esse mês e tem Almeida Faria, Marta Brunet, Selva Almada, Rogério Pereira e outros. Vai fazer falta!

> O COMEÇO
Para compensar as perdas, temos os ganhos. A editora Carambaia abriu as portas em 2015 focada em publicar "obras esquecidas ou nunca traduzidas de autores em domínio público" - os clássicos da literatura sejam famosos ou obscuros. As tiragens são pequenas, as edições têm projeto gráfico primoroso e a venda é apenas pela internet. Notem que é uma editora muita específica para um público muito específico. Vida longa!

Já abriu as portas, em esquema reduzido, a Patuscada Livraria, Bar e Café - deve começar com força mesmo no ano que vem. A empreitada é do Eduardo Lacerda, editor Patuá. Como o próprio nome já diz vai ser uma livraria e um espaço para celebrar a literatura através de eventos, palestras, espaço de leitura e ponto de encontro para tomar uma bebida. Vida longa (2)!


Outra novidade é a revista digital Peixe-elétrico, empreitada do Tiago Ferro, do Ricardo Lísias e da Mika Matsuzake. A revista sai a cada dois meses e fica à venda nos sites da amazon, apple, google play, kobo, livraria cultura e saraiva. Já está no terceiro número com textos de fôlego. Vida longa (3)!

> EFEMÉRIDES
Sem nenhuma sombra de dúvida, a efeméride mais importante desse ano foi o centenário de nascimento do semiólogo francês Roland Barthes celebrado em 12 de novembro. Ele nunca escreveu um livro de ficção, mas via no texto literário uma espécie de zona livre do "fascismo" do significado - na semiologia tudo é concebido como um sistema de significação seja uma imagem, um gesto, um som, um objeto etc. Em seus últimos anos de vida começou a esboçar algumas ideias para um romance batizado de Vita nova. Infelizmente o projeto foi interrompido pela sua morte abrupta. Seja como for, ele produziu uma obra fundamental para iluminar a sociedade do século XX e XXI, sobretudo se considerarmos todo o conflito linguistico e discursivo que permeia a política, a cultura e a sociedade atual.

Outro fato importante foram os 70 anos de morte do escritor Mário de Andrade o que tecnicamente coloca toda a sua obra em domínio público. Vieram reedições de livros que estavam sumidos, a escolha para ser o autor homenageado da FLIP e até uma carta inédita endereçada a Manuel Bandeira em que ele falava a respeito da sua homossexualidade.


Vale lembrar os cem anos de publicação de A metamorfose, de Franz Kafka. Aquela famosa novela em que depois de uma noite de sonhos intranquilos um caixeiro viajante chamado Gregor Samsa encontra-se "em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso".

Também fez aniversário de 40 anos o romance Lavoura arcaica, de Raduan Nassar - publicado originalmente em 1975.

***

> PRÊMIOS
O ano também foi de prêmios literários - muita gente diz que não dá à mínima, mas sempre tenta descobrir quem ganhou o quê. Vamos a eles:

Bad sex in fiction
Se você acompanha o Casmurros já deve saber que o bad sex premia as cenas mais constrangedoras de sexo da literatura. O ganhador do ano foi List of the lost, de Morrissey - a incursão do cantor e compositor inglês na prosa de ficção (ainda inédito em português). O livro é sobre uma equipe de revezamento de corrida que nos anos de 1970, em Boston, acidentalmente mata um demônio que amaldiçoa todos. A maioria das resenhas foi negativa, portanto, o livro era um forte candidato ao prêmio. O trecho sexual apontado pelos jurados é o seguinte:

‘At this, Eliza and Ezra rolled together into the one giggling snowball of full-figured copulation, screaming and shouting as they playfully bit and pulled at each other in a dangerous and clamorous rollercoaster coil of sexually violent rotation with Eliza’s breasts barrel-rolled across Ezra’s howling mouth and the pained frenzy of his bulbous salutation extenuating his excitement as it whacked and smacked its way into every muscle of Eliza’s body except for the otherwise central zone.’

Nobel
A vencedora foi a bielorrussa Svetlana Alexievich. Ela é autora de livros de não-ficção (grandes reportagens com tratamento quase literário). A decisão da Academia Sueca teve motivações não só políticas considerando que a Rússia está no centro do debate político mundial, mas também estéticas já que a não-ficção tem ganhado papel de destaque ante a ficção.

Man Booker Prize
O prêmio inglês foi para A brief history of Seven Killings, de Marlon James. É a primeira vez em que um autor de jamaicano ganha esse prêmio. O livro conta a história de uma tentativa de assassinato de Bob Marley, em 1976, na Jamaica e as consequências desse evento na guerra de combate ao crack, em 1980, em Nova York e na política jamaicana dos anos 90

National Book Award
O prêmio de ficção foi para Fortune Smiles: stories, de Adam Johnson. Para quem não lembra, ele é o autor de Jun Do (The orphan master's son), livro que ganhou o Pulitzer, em 2013

Pulitzer
O ganhador foi Toda luz que não podemos ver, de Anthony Doerr que antes mesmo de ser premiado já estava nas nossas livrarias - saiu pela Intrinseca com tradução de Maria Carmelita Dias.

Prêmios literários franceses: Goncourt, Renaudot, Médicis e Zorba
As instituições francesas resolveram premiar autores pouco conhecidos foram do mundo francófono. Os vencedores dos prêmios Renaudot, Médicis e Zorba respectivamente foram: D'après une histoire vraie, de Delphine de Vigan; Titus n'aimait pas Bérénice, de Nathalie Azoulai e La terre sous les ongles, de Alexandre Civico. Exceção ao Goncourt que premiou La Boussole, de Mathias Énard - ele tem um livro publicado no Brasil pela L&PM

Prêmio José Saramago
O ganhador desse ano foi As primeiras coisas, de Bruno Vieira Amaral. É o romance de estreia desse jovem autor português - ele tem apenas 37 anos. A imprensa portuguesa fez críticas muito boas a respeito. Alguém para ficarmos de olho.

Oceanos (antigo Portugal Telecom)
Pelo que entendi, o prêmio foi remodelado e no total são quatro premiados - independente de serem livros de prosa ou poesia. Nesse ano, os três primeiros foram de prosa Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago; Por escrito, de Elvira Vigna e A primeira história do mundo, de Alberto Mussa

Apca
Associação Paulista de Críticos de Artes escolheu o romance O senhor agora vai mudar o corpo, de Raimundo Carrero e o livro de contos Jeito de matar lagartas, de Antonio Carlos Viana

Fundação Biblioteca Nacional
Os premiados foram o romance Turismo para cegos, de Tércia Montenegro e o livro de contos Sem vista para o mar, de Carol Rodrigues

Jabuti
Parece que nesse ano correu tudo bem, não houve nenhum problema, nenhuma polêmica e os vencedores foram Quarenta dias, de Maria Valéria Rezende e o livro de conto Sem vista para o mar, de Carol Rodrigues que já tinha levado o prêmio Fundação Biblioteca Nacional

SP de Literatura
O vencedor na categoria melhor livro do ano foi Tempo de espalhar pedras, de Estevão Azevedo. Já na categoria autor estreante com mais de 40 anos o vencedor foi Nossa terra – vida e morte de uma santa suicida, de Micheliny Verunschk e na categoria autor estreante com menos de 40 anos o vencedor foi Enquanto deus não está olhando, de Débora Ferraz.



Sesc de Literatura
Os vencedores desse ano foram Antes que seque, de Marta Barcellos e Desterro, de Sheyla Smanioto

***

A caixa de comentários permanece aberta para quem quiser relembrar outros acontecimentos desse ano. Prometo que volto a qualquer momento, antes de 2016 chegar.

*Imagem das capinhas: divulgação / montagem: Rafael R. 
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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PRESENTES DE NATAL 2015 (II)

Muita gente viu as dicas de presentes de natal e escreveu dizendo que estão com problemas do tipo: a) não sabem como presentear aquele amigo que compra livros toda semana e já tem tudo (ou quase tudo); b) aquele amigo que já está cansado de ganhar livro todos os anos; c) aquele amigo que é escritor (esse caso pode ser um misto das duas situações anteriores).

Não tem problema. Montei uma lista com dez dicas de presentes que fogem dos livros de prosa de ficção, mas que passeiam pelos temas “literários” - vamos dizer assim. Para agradar a gregos e troianos.

O serviço inclui imagem do produto, preço e nome da loja onde você pode encontrá-lo. Lembrando que os preços podem variar em função de ofertas promocionais, descontos, compra pela internet, saldão etc. Não se esqueça de ficar atento ao prazo de entrega nos casos de compra pela internet.

Boas compras!


1. Agenda 2016 com gravura de Goeldi Chuva na Livraria Cultura, R$ 54,90

2. Terrário em livro, da Simone Prokropp na Estar Móveis, R$ 420,00

3. Camiseta TV com desenho do escritor Millôr Fernandes na loja do IMS, R$ 39,90

4. Pôster Volúpia e Ilusão, da Hilda Hilst na Obscena Lucidez, R$ 31,00

5. Aparador de livros O pequeno príncipe na Tok Stok, R$ 48,50

6. Caderninhos Um ano de páginas em branco do Cícero Papelaria, R$ 60,00

7. Marcador de livro James Joyce na Estamparia Literária, R$ 14,00

8. Caneca Retrô Vaca na Uatt, R$ 39,90

9. Livro de fotografias Cabanagem, de André Penteado (Editora Madalena / Editora Terceiro Nome). O fotógrafo percorreu as cidades do Pará em busca de marcas que fatos históricos deixaram no presente. O envelope que embala o livro tem duas versões: verde ou vermelha. Pode ser encontrado na Livraria Madalena, R$ 150,00

10. Caixa decorativa Marvel na Etna, R$ R$ 119,90

*Imagem das capinhas: divulgação / montagem: Rafael R.
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

PRESENTES DE NATAL 2015

Não, não, não e não! O Casmurros não acabou. É que eu fui ali ler um livro bem longo e o trabalho, mais as coisas da vida foram me chamar. Por isso que eu fiquei ausente esse tempo todo. Enquanto estive fora tantas coisas aconteceram no mundo da ficção que eu levaria uma vida inteira para repassar tudo. Seria um trabalho hercúleo e o resultado um tanto inútil. Afinal, vivemos um tempo frenético, lancinante, hiperconectado e com altas doses de informação. Em questão de segundos a gente sabe que a Dona Maria acabou de levar um tombo lá nos confins da China. Sendo assim, só me resta lançar mão daquela máxima: "notícia velha não faz comida boa".

Por isso, vamos em frente!

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Voltei e já que estou retornando em dezembro, não pude fugir daquela tradição de todos os anos e organizei uma seleção de presentes para o natal. Para animar as comemorações e agitar um pouco a poeria deste blog. No "guia de compras" entraram apenas livros de ficção em prosa lançados ao longo do ano de 2015. A intenção é ajudar na hora das compras de última hora para o amigo secreto e tudo o mais. Com essas dicas você não vai fazer feio - pode ter certeza.

O serviço inclui imagem de capa do livro, título, autor, tradutor, preço e link para o site das editoras. O preço pode variar dependendo da livraria em que você compra em função de ofertas promocionais, programas de fidelidade, descontos, compra pela internet, importação, saldão etc.

Boas compras!

S, de J. J. Abrams e Doug Dorst com tradução de Alexandre Martins e Alexandre Raposo (Intrinseca; R$ 99,90). Um livro do passado é o ponto de encontro de dois leitores do presente que se comunicam por anotações, cartas, recortes de jornal, fotografias, cartões postais, mapas e bússolas. O leitor celebra o livro como objeto físico ao mesmo tempo em que tem o desafio de decifrar o mistério escondido em suas estórias cruzadas.

Contos completos, de Liev Tolstói com tradução de Rubens Figueiredo (Cosac Naify; R$ 139,90). O autor de romances clássicos e monumentais demonstra com sutileza a arte do conto em edição completa, caprichada e definitiva.

As rãs, de Mo Yan com tradução de Amilton Reis (Companhia das Letras; R$ 52,90). A beleza deste romance está concentrada não só na maneira como o autor trata o tema principal da estória - a política do filho único na China -, mas também na sua escrita alucinante, irônica, cheio de humor negro e personagens femininas marcantes.

Viva a música, de Andrés Caicedo com tradução de Luis Reyes Gil (Rádio Londres; R$ 29,90). Espécie de romance de formação em que a jovem Maria del Cármem Huerta abandona a vida pequeno burguesa para dar uma volta no mundo crú, urbano e selvagem de Cali regado a doses industriais de drogas e música.

Luxúria, de Fernando Bonassi (Record; R$ 40,00). Quase uma pequena alegoria do que acontece no momento político-econômico do país: crença na satisfação através do consumo; onda conversadora; crise hídrica e outras tantas coisas mais. É o retorno de Bonassi a literatura de ficção.

O negociante de inícios de romances, de Matéi Visniec com tradução de Tanty Ungureanu (É Realizações; R$ 59,90). Imagine um mundo repleto de softwares que são capazes de escrever livros e você é um aspirante a escritor desanimado da vida. Um belo dia você encontra um sujeito que ditou a frase de abertura dos principais romances de Camus, Kafka, Mann e outros mais. É claro que você vai negociar com ele.

A amiga genial, de Elena Ferrante com tradução de Maurício Santana Dias (Biblioteca Azul; R$ 44,90). Outro romance de formação. A misteriosa escritora italiana que não faz aparição pública conta a estória de uma longa amizade entre duas garotas na cidade de Nápoles, na década de 1950.

Talco de vidro, de Marcello Quintanilha (Veneta; R$ 59,90). Nessa história em quadrinhos uma dentista entra numa crise existencial pesadíssima movida pela inveja. Aos poucos, sua vida estável ganha contornos de terror psicológico em preto e branco.

O dia do gafanhoto e outros textos, de Nathaniel West com tradução de Alcebíades Diniz (Carambaia; R$ 87,90). Uma novela que retrata em contornos bem definidos o bastidor amargo de Hollywood em meio a crise de 1929. De bônus, a edição inclui contos, ensaios e um poema inédito do autor.

A resistência, de Julián Fuks (Companhia das Letras; R$ 34,90). Em 1976, a vida de uma família argentina é atingida em cheio pelo duro do regime político daquele país. As consequências são inúmeras e o filho mais novo será o responsável por revelar os fatos.

O adolescente, de Fiódor Dostoiévski com tradução de Paulo Bezerra (Editora 34; R$ 84,00). Um jovem de 20 anos, filho bastardo, tem o sonho de se tornar milionário para superar a sua origem humilde e arma um plano. Nem tudo vai bem quando ele tenta colocar o projeto em ação. Mais um romance de formação.

*Imagem das capinhas: divulgação / montagem: Rafael R. 

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