sexta-feira, 20 de julho de 2012

NOTAS #38

Jantar fictício
Já imaginou se a gente conseguisse fotografar as refeições das nossas personagens favoritas? Foi pensando nisso que Dinah Fried montou a série Fictitious Dishes retratando refeições dos romances O apanhador no campo de centeio (foto acima), Oliver Twist, Alice no país das maravilhas, Os homens que não amavam as mulheres e Moby Dick. Nem preciso dizer que o prato do Oliver Twist é o mais simples, né?

Ficção para homens
Foi se o tempo em que romances e contos eram mania das "senhouras". Não se engane: ficção também é coisa para homem. Se alguém ainda tinha alguma dúvida, a revista Esquire responde com três novas histórias assinadas por Stephen King e Joe Hill (respectivamente, pai e filho), Lee Child e Column McCann - foram publicadas na edição do mês passado. Tem de ser muito macho!

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Falando nisso, o novo romance de Column McCann está pronto, mas deve chegar às livrarias norte-americanas somente em 2013. O livro chamado Transatlantic usa a história de três pessoas reais para criar uma obra de ficção: um escravo negro que parte dos Estados Unidos rumo a Irlanda em busca de democracia e liberdade, em 1845; dois jovens pilotos de avião deixam a Primeira Guerra Mundial para protagonizar o primeiro vôo transatlântico entre Newfoundland e o oeste da Irlanda, em 1919; e um senador americano que viaja para a Irlanda em busca de paz, em 1998.

De uma certa forma, McCann repete uma experiência que está presente em Deixe o grande mundo girar - transformando em ficção a história real do artista francês Philippe Petit caminhando por um cabo de aço entre as torres do World Trade Center. Enquanto o artista se apresenta várias histórias brotam e convergem para um ponto de vista único. Afinal, como o próprio McCann gosta de afirmar "uma história são todas as história".

Edição limitada
1Q84, de Haruki Murakami fez muito sucesso nos países em que foi publicado. Nada que se compare ao lançamento no Japão, com as filas enormes e leitores dormindo na porta das livrarias - digamos que na Europa e nos Estados Unidos o frisson foi um pouco menor. Pois bem, se você é fã do escritor japonês é bom correr logo. Acaba de sair uma edição limitada e autografada de apenas 111 exemplares de 1Q84. Os três volumes recebem papel e tipografia especial. Ah! O texto está em inglês.

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No Brasil, 1Q84 deve chegar no segundo semestre - em edição normal mesmo.

Serrote 11
Acaba de chegar às livrarias a nova número da Serrote, revista de ensaismo publicada pelo Instituto Moreira Salles. A capa e o ensaio visual fazem parte da série Cabinet, feita pela americana Roni Horn. Tem ainda um um ensaio exclusivo do colombiano Héctor Abad sobre Joseph Roth; um perfil da escritora Marguerite Duras assinado por Enrique Vila-Matas; Brian Boyd falando sobre Machado de Assis e Vladimir Nabokov; Susan Sontag descrevendo seu encontro com o escritor Thomas Mann e Harold Pinter falando da primeira noite em que viu Samuel Beckett e muitas outras coisas mais.

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As duas belas surpresas ficam por conta do perfil de Michael Jackson assinado por John Jeremiah Sullivan, sensacão do ensaísmo americano, e o jovem jornalista Karl Marx na visão de Christopher Hitchens.

Foster Wallace em terras portuguesas
Uma notícia envolvendo David Foster Wallace está agitando a temporada de lançamentos literários em Portugal. Salvato Telles Menezes e Vasco Menezes, respectivamente pai e filho, estão empenhados na árdua tarefa de traduzir Infinite Jest - na versão portuguesa o livro receberá o carinhoso título de A piada infinita. O livro tem previsão de lançamento em novembro pela editora Quetzal e irá inaugura uma série de traduções da obra de Foster Wallace em Portugal (até agora nenhum de seus livros tinha sido publicado no país).

Salvato Telles Menezes (o pai) tem no currículo traduções dos livros V., de Thomas Pynchon e Cidades da noite vermelha, de William Burroughs (foi publicado no Brasil com o título Cidades da noite escarlate). Já Vasco Menezes (o filho) traduziu obras de Chuck Palahniuk e Por um fio, de Thomas McGuane (inédito no Brasil).

As mais de mil páginas foram traduzida apenas na Espanha (La broma infinita) e na Alemanha (Unendlicher Spaß) - por lá, o trabalho levou quatro anos.

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No Brasil, Infinite jest será publicado pela Companhia das Letras com tradução de Caetano Waldrigues Galindo (que traduziu Ulysses e muitas coisas mais). Ainda não tem previsão de lançamento, mas não deve sair antes de 2013.

*Imagens: Dinah Fried/reprodução; The Curved House/reprodução e capas do livros/divulgação.

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2 comentários:

  1. Uma coisa que sempre me pergunto, alguém que publique em Portugal ou outro país de língua portuguesa, pode vender ao Brasil os direitos de tradução? Isto agilizaria as traduções de muitas obras entre ambos países.

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  2. Olá, ótimo blog! Participe do meu blog ? http://blogoficialdovinicius.blogspot.com.br/

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