Faltam pouco mais de três meses para o início da décima edição da FLIP e até agora temos 14 nomes confirmados - ou seja, estamos chegando a metade da programação oficial considerando a média de 30 convidados por ano. Na mesa de abertura teremos Silviano Santiago falando sobre Carlos Drummond de Andrade - o poeta mineiro que será o grande homenageado.
Por causa dos dez anos da FLIP, a organização está convidando escritores que já estiveram em edições passadas. Com isso voltam Ian McEwan (veio em 2004), Enrique Vila-Matas (veio em 2005 e também esteve por aqui ano passado no Congresso da revista CULT) e o gaúcho Luis Fernando Veríssimo (segundo informação do jornal O Globo ele esteve na FLIP em 2003, 2004, 2005 e 2008).
Se a FLIP pretende chamar um grande nome de cada edição passada quero fazer uma sugestão: poderíamos ter a escritora Toni Morrison, de 2006 (ela vai lançar novo romance nesse ano); César Aira, de 2007 - já que J.M. Coetzee não vem; e Michel Laub, de 2008 (autor de um dos melhores romances do ano passado).
Vem pela primeira vez o espanhol Javier Cercas, a cubana Zoé Valdés, os norte-americanos Jennifer Egan, Jonathan Franzen e Teju Cole (apesar de ter nascido nos Estados Unidos foi criado na Nigéria), o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio e o poeta sírio - e sempre candidato ao Prêmio Nobel - Adonis. Da parte dos críticos vem Richard Sennett, Stephen Jay Greenblatt e James Shapiro, os dois últimos são especialistas em Shakespeare. Na semana passada, a Companhia das Letras confirmou a participação do português José Luis Peixoto na programação paralela da Festa.
Nos últimos dez anos, o crescimento em todo o Brasil das feiras literárias, congressos, eventos e lançamentos com a participação de escritores diluíram um pouco o impacto da programação da FLIP na opinião pública. Isso não quer dizer que a Festa esteja se tornando irrelevante. Pelo contrário, a FLIP ajudou a construir o nosso "mercado" de eventos literários de grande porte (pelo que me lembro, antes a gente só tinha a Bienal do Livro) e continua sendo a maior do setor. Somente um evento de prestígio internacional como a FLIP pode trazer alguns medalhões da literatura mundial como o poeta Adonis e o escritor Jonathan Franzen, para citar dois convidados desse ano. Não é aleatória a escolha da revista Granta de anunciar seu número especial com os melhores jovens escritores brasileiros durante a Festa. Também não podemos desprezar a enorme movimentação nas vendas de livros. Um escritor convidado para a FLIP certamente vende muito bem - ainda mais quando sua participação comove a platéia.
Lembro de ter lido em algum lugar que os organizadores da FLIP, Liz Calder e Mauro Munhoz, tem planos de expandi-la para Campinas, Porto Feliz e até para a Inglaterra. O que lembra muito Hay Festival, evento que inspirou a FLIP e tem ramificações em várias partes do mundo. Enquanto a expansão não acontece alguns autores convidados ficam no Brasil e participam de lançamentos ou palestras em São Paulo e no Rio.
Mais nomes internacionais devem aparecer em breve. Os nomes nacionais costumam ser anunciados por último. Espero que eles apareçam aos montes. Vamos cruzar os dedos.
*Imagem: reprodução do Flickr da FLIP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário