A arte e a maneira de abordar o seu chefe para pedir um aumento
De Georges Perec
Tradução de Bernardo Carvalho
Companhia das Letras
Você vai para o trabalho. Chegando na sua mesa você decide que hoje é o dia de pedir um aumento ao seu chefe. Mas como você vai fazer isso? Tentando responder essa pergunta simples um turbilhão de pensamentos infestam a sua cabeça. Seu cérebro, rapidamente, começa a pensar em todas as situações que você pode enfrentar nesse empreitada. Passado um certo tempo você abandona a ideia por hoje e volta ao seu trabalho. É mais ou menos essa a sensação que nos temos em A arte e a maneira de abordar seu chefe para pedir um aumento, de Georges Perec.
O enredo pode ser resumido da seguinte maneira: um funcionário quer pedir um aumento ao chefe e começa a pensar em situações que exigem respostas simples, como “sim” e “não”. Para cada resposta diferente ele terá uma direção a seguir. No entanto, o que pode parecer um simples roteiro acaba se transformando numa espécie de labirinto vertiginoso cujo fim sempre será retornar a sua mesa. As situações se misturam de tal forma que tudo fica estranho e muito engraçado.
Evidentemente há um tom de crítica implícito nesse livro: crítica ao trabalho, a sociedade de consumo, ao capitalismo, etc. Também há uma armadilha: o leitor menos atento pode comprar o livro em busca de um manual de soluções e encontrar uma série de problemas sem solução. George Perec não é um autor muito conhecido. Nos anos 60 ele integrou um famoso grupo de vanguarda da literatura francesa, chamado OuLiPo. Uma das propostas desse grupo, consequentemente de Perec, consistia em escrever histórias com alguns elementos que combinados de diversas maneiras poderiam resultar em histórias diferentes. George Perec pensou em escrever esse livro depois de ter se deparado com um organograma empresarial. A arte e a maneira... foi publicado em 1968 depois da morte do autor.
sábado, 8 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário