quarta-feira, 23 de julho de 2014

NOTAS #48

Teve Copa
Acompanhei durante o mês de junho e julho as partidas disputadíssimas da Copa do Mundo de Literatura e não avisei nada do resultado final - justamente o que mais interessa. Para sanar essa falta gravíssima, digna de um cartão vermelho e uma ducha fria para refletir, venho aqui anunciar que o grande campeão foi Noturno do Chile, de Roberto Bolaño. Foi uma goleada espetacular: 17 pontos para o livro do Bolaño contra 9 pontos para Rostos na multidão, de Valeria Luiselli (México). No caminho, o campeão deixou para trás Hermann Koch (Holanda), Chico Buarque (Brasil), Elena Ferrante (Itália) e W.G. Sebald (Alemanha).

Particularmente, acho Noturno do Chile um primor. Recomendo como porta de entrada para aquelas pessoas que querem se aventurar na obra do chileno e não sabem muito bem por onde começar.

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Como vocês viram, o Chico Buarque (representando o Brasil) foi derrotado pelo campeão e caiu na segunda rodada. Uma pena! Mais sorte para a gente da próxima vez.

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A Copa do Mundo de Literatura vai deixar tanta saudade quanto a Copa do Mundo de Futebol. Eu não consigo parar de pensar numa Copa de Literatura Brasileira. Ainda mais com tanto livrão despencando nas nossas prateleiras.



Falando nisso...
Dois lançamentos bastante aguardados estão chegando as nossas livrarias: Luzes de emergência se acenderão automaticamente, de Luisa Geisler e A vez de morrer, de Simone Campos.



Otra Língua
Além dos alemães, os latino-americanos fizeram o maior sucesso nessa Copa do Mundo. A gente podia aproveitar essa 'buena onda' para conhecer um pouco da literatura feita pelos nossos vizinhos em boas traduções para o português. Um bom caminho é a Coleção Otra Língua da Editora Rocco, organizada por Joca Reiners Terron - um cara que entende muito do assunto. Já falei dessa coleção no ano passado, mas oito novos títulos serão lançados até o final do ano. Os dois primeiros são Hotéis, de Maximiliano Barrientos (traduzido por Joca Reiners) e Um homem morto a pontapés, de Pablo Palacio (traduzido por Jorge Wolff). Depois vem A internacional Argentina, de Copi (traduzido por Carlito Azevedo), O boxeador polaco, de Eduardo Halfon (traduzido por Lui Fagundes), Prosas apátridas, de Julio Ramón Ribeyro (traduzido por Angélica Freitas), Canção de Morrer, de Julián Herbert (traduzido por Miguel Del Castillo), Um Ano, de Juan Emar (traduzido por Pablo Cardellino) e A sinagoga dos iconoclastas, de J. Rodolfo Wilcock (traduzido por Davi Pessoa). Tem até vídeo promocional, olha que bacana: http://youtu.be/DBY0E4tWnps



No corpo
Quem acompanha este blog de longa data deve saber da paixão escondida por literatura e tautagem. Pois bem, o pessoal do Litographs (é gringo - dos Estados Unidos) resolveu fazer um financiamento coletivo com uma ideia bem bacana para quem gosta de tatuagem, mas tem medo de fazer uma definitiva: uma coleção de tatuagens literárias temporárias (daquelas tipo decalque que saem quando você toma banho). Tem tatuagens inspiradas em Jack London, James Joyce, Herman Hesse, Victor Hugo e outros mais. Detalhe: os primeiros 2.500 apoiados do projeto vão receber um trecho único de Alice no país das maravilhas para tatuar (temporariamente), fotografar e juntos formar a maior tatuagem literária de todos os tempos. O livro estará todo escrito no corpo dessas pessoas. Mais informações aqui: http://tinyurl.com/k94ujk4




Bancos Parade
Lembra da Cow Parade? Aquela exposição com estátuas de vacas em tamanho real decoradas por artistas plásticos famosos. Então, durante todo o verão a cidade de Londres vai receber uma exposição semelhante só que dessa vez as estrelas serão bancos, ao invés de vacas. Melhor do que isso: bancos decorados por artistas plásticos tendo como inspiração clássicos da literatura. Parece que são 50 bancos (portanto, 50 livros diferentes) espalhados pela cidade. Tem Charles Dickens, Nick Hornby, P.G. Wodehouse, Virginia Woolf, George Orwell (na foto), Jane Austen e outras mais. Para admirar, sentar e ler. Alguém pode aproveitar essa retomada do espaço público das nossas cidades e fazer uma coisa parecida.

*Imagens: divulgação.


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