Fanfiction japonesa
Haruki Murakami não ganhou o prêmio Nobel de Literatura (nos
últimos três anos ele aparece em primeiro na lista dos palpiteiros de plantão),
mas figura essa semana nas páginas da revista - übber cool - New Yorker com um
conto chamado "Samsa in love". O escritor japonês, capaz de levar
milhares de leitores a dormirem em longas filas nas portas das livrarias por
causa de 1Q84, promete derreter os corações endurecidos pela tristeza ou rabugice.
O conto retoma a personagem da novela A metamorfose, de Franz Kafka e promove
uma espécie de sequência: certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, uma
criatura encontrou-se em sua cama metamorfoseado em Gregor Samsa. Como o título
sugere, Samsa vai reaprender a usar seu corpo humano e cair de amores por uma
misteriosa mulher que aparece em sua casa.
"Samsa in love" foi retirado de uma coletânea de
contos chamada Ten Selected Love Stories (capa acima), publicada mês passado no
Japão pela editora Chuokoron-Shinsha. Curiosamente, Alice Munro também está
nesta coletânea que teve seleção e tradução para o japonês feita pelo próprio
Murakami.
Moraes, mais uma vez
Falando em páginas de revista, a Piauí publicou na edição
desse mês mais um trecho de A travessia de Suez, próximo romance escrito por
Reinaldo Moraes. Outro trecho apareceu na edição de julho de 2010. A história
do sujeito que morre e descobre que era uma encarnação de Deus deve sair pela
Alfaguara no ano que vem.
Revolta literária
O romance L’esprit de l’ivresse, do autor estreante Loïc
Merle está causando um pequeno burburinho na recente temporada de lançamentos
na França. O livro conta a história de um homem mais velho que ao voltar para
casa depois de um dia cansativo de trabalho é preso pela polícia, morre e vira
símbolo de uma revolta que terá proporções gigantescas em todo o país - o pano
de fundo está concentrado naquela revolta de jovens dos subúrbios franceses que
aconteceu em 2005. Para além do enredo vibrando narrado em três diferentes
perspectivas, a crítica aponta como qualidades do romance: as frases longas, as
belas descrições e o manejo do autor para construir personagens que escapam a
mera caricatura sociológica.
Pode entrar facilmente na lista de livros que ecoam a
revolta das ruas.
Do barulho
Parece que no futuro o silêncio vai andar a quilômetros de
distância dos livros - olha que não estou falando das megalópoles
ensurdecedoras ou dos aparelhos de MP3 (reparou como todo mundo prefere ler com
um fone acoplado ao ouvido). A empresa Booktrack acaba de lançar um aplicativo
para o Google Chrome chamado Booktrack Studio. Nele, você pode adicionar
música, som ambiente e até efeitos sonoros mais simples as suas histórias
preferidas. Detalhe: os sons ocorrem de acordo com o ritmo de leitura de cada
um, pois o som está sincronizado a cada linha ou trecho específico. Promete
atender aos anseios dos leitores digitais, sobretudo porque permite...
compartilhar.
É interessante! Vale experimentar.
*Imagem: reprodução.
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